Por: Sérgio Magalhães
Foto: Reuters
Vencedor de sete edições
seguidas da Volta a França, entre 1999 e 2005, Lance Armstrong tem estado
recentemente em alta nos media muito por culpa da série documental 'Lance',
sobre a vida e carreira do ciclista americano.
Esta quarta-feira, Richard
Huélamo, fisioterapeuta e assistente de Lance Armstrong recordou alguns dos
momentos do ciclista ao longo da sua carreira, que acabou por ficar manchada
pelo alegado uso de doping.
Apesar de ser uma pessoa
"difícil de lidar", que "não confiava em ninguém", Richard
sublinhou o aspeto competitivo e solidário do francês, que sempre ajudou
pessoas que precisavam.
"Lance era uma pessoa
complicada. Como desportista, era muito metódico e uma máquina a treinar, mas
pessoalmente não era fácil de lidar. Não confiava em ninguém", começou por
revelar o antigo assistente, em declarações exclusivas ao 'Mundo Deportivo',
recordando ainda o dia em que conheceu o ciclista: "Chegou num jate
privado desde a Suíça, de onde esperou ainda por um BMW. Apresentaram-mo e
ficamos logo amigos."
Profissionalmente, Richard
Huélamo diz que Lance Armstrong era como ninguém. "Era uma máquina a
treinar. Se nós fazíamos duas subidas a La Molina, ele fazia quatro e era-lhe
igual caso chovesse ou não. Nunca estava satisfeito. Conheci mais de 400
ciclistas ao longo de toda a minha vida, mas nenhum é como ele", apontou.
Vida
pessoal muito reservada
"Gostava de estar em
casa, ficava em sítios onde não o reconhecessem facilmente. Não falava muito.
Era uma pessoa complicada. Não confiava em ninguém, era uma pessoa que agia
sempre pela defensiva."
Solidário
para com quem mais necessitava
"Era solidário, ajudou
economicamente muitas pessoas. Teve o que teve - cancro nos testículos -, mas
ganhou sete Tours. Diziam que tinham sido devido ao doping. Não foi ele quem
fez muito ou muito menos, naquela altura o doping era um bar aberto."
Polémica
em torno das fisioterapeutas e massagistas irlandesas
"Quiseram ficar famosas
por contarem mentiras a troco de dinheiro. Disseram que lance tinha em sua casa
um sistema completo de dopagem, algo impossível. Nunca deu positivo. Precisaria
de uma logística muito boa e não a tinha. Qualquer um que quisesse fazer doping
precisava de médicos, uma máquina, sangue e alguém para canalizar tudo."
Sucesso
sem o doping? "Difícil de avaliar"
"É difícil avaliar se ele
realmente teria ganho tanto sem o doping, mas posso assegurar que ele
controlava tudo. Um dia, foi atingido por uma urtiga. O pescoço dele ficou
vermelho como um tomate. Eu disse-lhe aquilo que ele precisava de fazer para
curar e ele disse-me que era doping", concluiu.
Fonte: Record on-line
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