Nelson
Oliveira confirmou hoje ser um dos melhores contrarrelogistas internacionais,
terminando na oitava posição o contrarrelógio do Campeonato do Mundo, em
Harrogate, Inglaterra, apenas a 14 segundos do pódio.
O
corredor português terminou os 54 quilómetros, iniciados em Northallerton, em
1h07m15s, mais 2’09’’80 do que o australiano Rohan Dennis, que revalidou o
título. O segundo classificado foi o belga Remco Evenpoel, com mais 1’08’’93 do
que o vencedor. O italiano Filippo Ganna fechou o pódio a 1’55’’00 da medalha
de ouro.
Num
contrarrelógio longo e duro, era importante a gestão do esforço e Nelson
Oliveira teve atenção a esse fator sem perder competitividade em nenhum setor.
Aos 16,7 quilómetros, o corredor português foi o sexto mais rápido. Na fase
intermédia do exercício individual, a mais marcada pelo terreno de sobe e
desce, o bairradino colocou-se como o terceiro melhor – foi o quinto mais
rápido entre os quilómetros 16,7 e 37,7. Com diferenças muito curtas, a fase
final ditou o resultado, com Nelson Oliveira a terminar na oitava posição.
É o
quarto top 10 do português em Mundiais de contrarrelógio. Antes da oitava
posição de hoje, Nelson Oliveira foi quinto em 2018, quarto em 2017 e sétimo em
2014. De todas essas ocasiões, só em 2017 ficou mais perto do pódio. Então
faltaram-lhe sete segundos para a medalha de bronze, hoje foram 14.
“Na
parte inicial era preciso controlar bem para ter forças suficientes para a
parte final. Dei o meu máximo e mais não podia fazer. Se calhar alguns
portugueses estavam à espera de um resultado melhor, mas por vezes o resultado
está mais perto do pódio do que parece. Foram apenas 14 segundos, o que revela
bem a qualidade e a competitividade dos corredores presentes, tendo em conta
uma diferença tão curta para um contrarrelógio tão longo”, reage Nelson
Oliveira ao resultado conseguido na região inglesa de Yorkshire.
“Confesso
que cheguei a acreditar que seria hoje que o Nelson conseguiria o tão
ambicionado pódio, devido ao bom desempenho que ele vinha a fazer durante toda
a prova. No entanto, as diferenças foram sempre muito pequenas e a margem foi
sempre pequena. No final, houve adversários que estiveram melhor e há que
dar-lhes os parabéns”, afirma o selecionador nacional, José Poeira.
A
oitava posição permite, em princípio, a participação de dois portugueses na
prova de contrarrelógio dos Jogos Olímpicos de 2020. O regulamento de
qualificação estipula que os países do top 10 deste Mundial qualifiquem um
segundo elemento para Tóquio. No entanto, só no próximo mês haverá certezas a
este respeito, pois será necessário esperar pelo fecho dos rankings. Aí será
necessário assegurar a presença de todos os continentes. Caso não se apurem de
outra forma, os lugares para os continentes com menos expressão no ciclismo
serão retirados ao top 10 de hoje, começando pelo décimo lugar.
Terminados
os contrarrelógios, os Mundiais entram, a partir desta quinta-feira, na fase
das provas de fundo. A primeira corrida em pelotão será a de juniores
masculinos, na qual André Domingues (dorsal 114) e João Carvalho (113) alinham,
amanhã, às 12h10.
A
prova terá 148,1 quilómetros partindo de Richmond e chegando em Harrogate, onde
os corredores vão cumprir três voltas ao circuito urbano já usado nos
contrarrelógios de domingo e de segunda-feira. Antes da entrada na cidade-sede
deste Mundial, os corredores vão ultrapassar duas subidas, que, certamente,
encurtarão o grupo principal. Essas dificuldades estão colocadas em Kidstones
(Km 44,7), uma escalada de 3,9 quilómetros, com inclinação média de 4,3 por
cento e máxima de 11,3 por cento, e em Summerscales (km 87,4), subida com
extensão de 6,4 quilómetros, pendente média de 3,9 e máxima de 5,2 por cento.
Fonte:
FPC
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