As organizações portuguesas no âmbito da
bicicleta, MUBi - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, ABIMOTA -
Associação Nacional das Indústrias das Duas Rodas e Federação Portuguesa de
Ciclismo defendem um papel mais proeminente para a utilização da bicicleta na
estratégia e políticas nacionais de descarbonização da economia e combate às
alterações climáticas.
A European Cyclists’ Federation
classificou a extensão das medidas visando a transferência modal para a
bicicleta incluídas na versão preliminar do Plano Nacional de Energia e Clima
(PNEC) de Portugal, e na sua estratégia de redução de emissões carbónicas, de
“Insuficiente”, com uma pontuação de 0,5 numa escala de 0 a 10.
Numa carta enviada ao Ministro do
Ambiente e Transição Energética, a MUBi, a ABIMOTA e a Federação Portuguesa de
Ciclismo defendem que a transferência modal do transporte motorizado individual
para uma crescente utilização da bicicleta, e a mobilidade activa em geral,
deve necessariamente fazer parte da solução para a descarbonização da economia
portuguesa e ter um papel muito mais proeminente no PNEC.
O sector dos transportes, com registos
muito desfavoráveis de elevado consumo energético e emissões de poluentes,
constitui um dos grandes desafios no combate às alterações climáticas. A
bicicleta é o modo de transporte energeticamente mais eficiente e, a seguir ao
modo pedonal, o que menos emissões produz. Com o correcto apoio, a utilização
da bicicleta (como modo de transporte em si mesmo e como estímulo à
intermodalidade em combinação com outros modos de transporte sustentáveis),
poderá contribuir significativamente para a estratégia nacional de
descarbonização do sector da mobilidade e transportes.
Rui Igreja, dirigente da MUBi,
acrescenta que “a estratégia para o futuro da mobilidade não pode assentar na
evolução tecnológica e manutenção do status
quo da utilização excessiva do automóvel. Tem de passar por políticas
sociais e de ordenamento do território de redução de necessidades e distâncias
de viagens e pela transferência modal para os modos com menor intensidade
energética e carbónica por passageiro-km: os modos activos e transporte
colectivo.”
Gil Nadais, Secretário Geral da ABIMOTA,
afirma que “uma política climática obriga a alterações comportamentais dos
cidadãos e deve ser estruturada para obter resultados a curto, médio e longo
prazo. O trabalho tem de ser iniciado nas escolas e não é compreensível a
mensagem negativa que o governo dá aos pais dos alunos excluindo expressamente
do seguro escolar, a deslocação em bicicleta de casa para a escola. Também é de
difícil compreensão a falta de incentivos para a utilização da bicicleta, por
exemplo, nas deslocações de casa para o trabalho, quando é um meio que
comprovadamente dá retorno positivo para a sociedade, nomeadamente ao nível da
saúde.”
Para Sandro Araújo, Vice-Presidente da
Federação Portuguesa de Ciclismo, "a adoção generalizada de padrões de
mobilidade sustentável tem de ser acelerada. É necessário incentivar seriamente
o uso da bicicleta e outros modos ativos de transporte, particularmente nas
cidades, pois são a melhor alternativa que dispomos para reduzir os elevados
impactos ambientais do atual recurso ao automóvel particular. Para além do
investimento em infraestrutura que torne a circulação mais segura e atrativa
para os ciclistas, é preciso mudar comportamentos, e as entidades públicas
deveriam também liderar pelo exemplo."
Portugal tem até ao final do ano para
submeter à Comissão Europeia a versão final do seu Plano Nacional de Energia e
Clima para a próxima década, com uma contribuição mais forte da mobilidade
activa, e colocando a bicicleta na vanguarda das suas políticas de mobilidade.
MUBi – Associação pela
Mobilidade Urbana em Bicicleta
Apartado 2558, EC Praça do Município,
1114-001 Lisboa
ABIMOTA - Associação
Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins
Rua Ramiro Soares de Miranda 133 Brejo,
3750-866 Borralha (Águeda)
União Velocipédica
Portuguesa – Federação Portuguesa de Ciclismo
Rua de Campolide 237, 1070-030 Lisboa
Fonte: FPC
Sem comentários:
Enviar um comentário