domingo, 3 de março de 2019

“Iron Brothers prontos a derrubar barreiras”

Miguel e Pedro Ferreira Pinto vão desafiar-se em setembro no IronMan 70.3 de Cascais. Mas querem mais

Por: Fábio Lima

Tudo começou no verão passado, à boleia de um vídeo dos irmãos Brent e Kyle Pease. Aí, nesse momento, nasciam os ‘Iron Brothers’, compostos por Miguel e Pedro Ferreira Pinto.

O primeiro, de 32 anos, é advogado e atleta amador, ao passo que o segundo, de 30, é portador de paralisia cerebral e sempre teve um encanto especial pelos temas desportivos, especialmente por aquilo que o seu irmão fazia.

"Vimos o vídeo juntos e ele ficou com um brilhozinho nos olhos…", lembra Miguel, sem esperar aquilo que viria a seguir: o desafio por parte do seu irmão para fazerem um Iron Man 70.3... em conjunto.

"A princípio assustou-me um bocado", confessa, mas depois de conseguir completar a distância a solo (também no ano passado) ganhou a confiança necessária para dar o passo em frente. Era hora de se desafiar numa prova que contempla 1,9 quilómetros a nadar, 90 de bicicleta e 21,1 a correr, isto na companhia do irmão, o qual terá de transportar ao longo de todo o percurso.

Na natação irá ‘rebocá-lo’ numa canoa, no ciclismo numa bicicleta adaptada para o efeito e, por fim, na corrida, conforme se pode ver na foto acima, com recurso a uma cadeira de rodas.

Um desafio que toma uma dimensão maior nestas circunstâncias. Condições que obrigam a um investimento bem avultado, na ordem dos 10 mil euros. Uma verba que os ‘Iron Brothers’ não tiveram de dispender, tudo graças à ajuda de empresas como a GravityPaint (cadeira de corrida) ou a Luz Saúde (bicicleta), que patrocinaram a compra dos materiais necessários para a prova.

 

O material necessário

Bicicleta: 5000 euros (2500 euros no quadro, 1000 nas mudanças...)

Cadeira de corrida: 1200 euros

Fatos para natação e outros acessários: 2000 euros

 

Ciclismo como ‘handicap’

A meio ano do dia da verdade (29 de setembro, em Cascais), e ainda com muito para preparar, Miguel confessa desde já que apenas uma coisa o assusta: a fase da bicicleta. "Tenho um pouco de medo das subidas da corrida, mas acho que o pior será o ciclismo". Mas nada que um ‘boost’ de ânimo nessa fase não resolva. E até aí a escolha da prova foi feita a dedo: "Foi emocional, para estarmos perto dos nossos, para estarmos a jogar em casa". Tudo para que naquela manhã de setembro nada falhe...

Decisiva para que nesse dia tudo corra da melhor forma será também a preparação feita nestes seis meses que restam. E mesmo que falte algum tempo, a preparação já vai sendo feita a um ritmo elevado. Nesta fase, explica-nos, o treino é de "condicionamento geral", com cerca de 25 horas semanais de trabalho e médias de 230 quilómetros de bicicleta, 50 de corrida e 20 de natação. Há também provas no programa para as próximas semanas (uma de dez quilómetros, uma maratona e uma maratona).

Números incríveis, especialmente tendo em conta que para lá da vida de atleta amador também tem a sua atividade profissional, mas que acabam por ser necessários para atingir o objetivo. Pelo menos no plano desportivo...


Mais do que desporto

Para lá da componente desportiva, os Iron Brothers têm também uma preocupação solidária e inclusiva. A ideia, explica Pedro, passa por chamar a atenção para a necessidade da inclusão das pessoas com deficiência e também angariar fundos para prover instituições e pessoas individuais de melhores condições.

"Que o projeto desportivo seja o megafone do projeto social", pede o mentor desta iniciativa, que nas últimas semanas deu um novo passo nesse sentido, ao lançar uma campanha de recolha de tampas de plástico, as quais ajudarão o Fundo Iron Brothers. Um fundo que, refira-se, é também alimentado pela venda de camisolas alusivas ao projeto. Todas as informações podem ser consultadas no Facebook, em www.facebook.com/ironbrotherstri


Elogios à organização do IronMan 70.3 de Cascais

"Foram impecáveis. Foi um contacto rápido e eles mostraram-se por um lado assustados mas por outro bastante entusiasmados; nunca mostraram estar de pé atrás. Foram ter com a marca para saber se era possível e intercederam por nós. Num mês começámos a falar com eles e tivemos a nossa resposta e foram incríveis. Esclareceram que todas as regras são as normais, à exceção da bicicleta, que sai dos parâmetros. Todas as regras são as mesmas e acho bem que seja assim", refere.


Uma semana de treinos em números

Corrida: 50 km

Bicicleta: 200 a 230 km

Natação: 20 km


Segunda-feira: 1:30 horas de natação às 6:00, seguida de elásticos; 1 hora de corrida ao final da tarde

Terça-feira: 1 hora de TRX pela manhã; 1:30 horas de bicicleta à tarde

Quarta-feira: 1:30 horas de natação às 6:00, seguida de elásticos; treino de séries ao final da tarde

Quinta-feira: 1 hora de TRX pela manhã; 1:30 horas de bicicleta à tarde

Sexta-feira: 1:30 horas de natação às 6:00, seguida de elásticos; Treino de rampas ou fartlek ao final da tarde

Sábado: 1:30 horas de natação às 7:30; 2 horas de bicicleta, com rampas em Monsanto*; 6 horas de treino no total

Domingo: volta de ciclismo de duas a cinco horas, com treino com o CNATRIL

Fonte: Record on-line

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