RECORD - O que sabe sobre o ciclismo português?
PG – Portugal é um país de ciclismo e tem tido muitos ciclistas
de qualidade. O Rui Costa tem sido o melhor nos últimos anos e competi muito
contra ele. É um excelente corredor, muito forte em corridas de um dia, como o
mostrou, por exemplo, no Campeonato do Mundo, tal como também é muito capaz de
ganhar em provas de etapas. Não se ganha três Voltas à Suíça seguidas por
acaso. É muito completo.
R - O Gilbert foi campeão do Mundo em 2012 e o Rui Costa em
2013. Quando o viu vencer esse Mundial, achou que tinha ali um novo concorrente
para as clássicas?
PG – Em algumas corridas, como a de Liège, o Rui Costa é sempre
um concorrente. Mas há muitas clássicas em que não corremos juntos, como a
Flandres ou Roubaix. Porém, na de Liège, é sempre um favorito.
R - Qual o seu conselho para os jovens, como Rui e Ivo
Oliveira, que estão agora a dar o salto para o World Tour?
PG – É fácil. Trabalhem muito e não levem isto muito a sério,
porque senão perdem a essência do ciclismo. Vê-se isso muito hoje em dia.
Começam a ganhar corridas, pensam que estão no topo, caem e nunca mais se
levantam. Ser bom é fácil. Ser melhor é apenas uma questão de mentalidade.
60 km com uma rótula partida
R - No Tour do ano passado, teve uma queda horrível a 60 km do
fim, acabou a etapa e foi obrigado a desistir por ter a rótula do joelho
esquerdo fraturada. Como é que foi possível pedalar até ao fim?
PG – Faltavam 60 km e não sabia que tinha uma fratura, por isso
segui viagem. Pensava que era muscular ou um tendão, não sabia que era o osso a
tocar. Estava apenas focado em terminar a corrida, descansar e voltar à
bicicleta. Só depois de alguns testes é que se percebeu que era uma fratura e
tive de desistir. O ciclismo é assim, superação! Pensava que conseguia
continuar até ao fim e no dia seguinte continuar no Tour, mas era impossível.
Fonte:
Record on-line
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