O
português José Gonçalves foi hoje o 43.º classificado na prova de fundo do
Campeonato da Europa de Estrada, disputada em Glasgow, Escócia, sob condições
meteorológicas adversas, ao longo de 230,4 quilómetros.
O
corredor natural de Barcelos, que foi ganhando posições no pelotão à medida que
a corrida avançava, gastou mais 3m47s do que o vencedor, o italiano Matteo
Trentin. “As sensações não foram as melhores. A falta de ritmo impediu-me de
fazer melhor, ainda por cima tive algumas dificuldades de digestão. Não
consegui dar mais”, confessou o corredor.
Assistiu-se
a uma corrida de eliminação, disputada numa autêntica gincana urbana, debaixo
de chuva e com muito frio. Sucederam-se as desistências, por incapacidade
física e, sobretudo, devido a atrasos provocados pelos inúmeros furos e avarias
que fustigaram o pelotão.
A
Equipa Portugal não ficou imune aos incidentes. Com cerca de meia prova
disputada, Ricardo Vilela e Tiago Machado abandonaram a corrida, dado que já
circulavam atrasados, o transmontano devido a um furo e o minhoto na sequência
de uma avaria nas mudanças. A cerca de 80 quilómetros do fim foi a vez de Rui
Costa dar por terminada a corrida, quando rolava na companhia do campeão
mundial, Peter Sagan.
O
português e o eslovaco foram duas vítimas do forte ritmo imposto pela seleção
da Bélgica, interessada em endurecer a corrida para eliminar alguns sprinters
da discussão das medalhas. Os belgas pegaram na corrida depois de esse
trabalhoter sido feito, inicialmente, pelas equipas de Itália e de França.
Até
a Bélgica assumir as despesas da perseguição, a velocidade fora moderada,
visando apenas não dar grande margem aos seis fugitivos que saíram do pelotão
logo nas pedaladas iniciais. Depois de incrementarem a velocidade, os
corredores belgas passaram ao ataque, tendo resposta de várias equipas, o que
provocou uma fase de prova mais caótica e exigente.
Foi
neste clima de parada e resposta que se formou um grupo de onze fugitivos,
quando faltavam cerca de 50 quilómetros para o final. Com várias seleções
representadas na frente, demorou até que alguém assumisse a perseguição, pelo
que foi desta fuga que saiu o vencedor, mas mesmo neste particular verificou-se
a toada de prova de eliminação, pois uma queda no grupo da frente, a menos de
10 quilómetros do final, condicionou o resultado.
A
decisão do pódio foi ao sprint entre os fugitivos que conseguiram evitar o
infortúnio. Matteo Trenti foi o mais rápido, relegando o holandês Mathieu van
der Poel para o segundo lugar e o belga Wout van Aert para o terceiro, ao fim
de quase seis horas de corrida: 5h50m02s.
Dos
136 corredores inscritos, apenas 51 chegaram ao fim, o que diz bem das
dificuldades por que passou o pelotão deste Campeonato da Europa.
“A
corrida foi muito bem disputada, acabando por tornar-se dura pela forma como os
corredores se entregaram, nas condições adversas em que foi disputada. Tivemos
alguns azares, mas não foi isso a determinar o nosso resultado. Temos de
admitir a superioridade dos adversários”, frisa o selecionador nacional, José
Poeira.
Fonte:
FPC
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