Por:
Ana Paula Marques
Foto:
Vítor Chi
O
nosso jornal procurou, junto de uma das pessoas que mais percebe dos meandros
de doping, esclarecer melhor o que se passa com o controlo positivo de Chris
Froome na Vuelta.
Luís
Horta, antigo presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), é uma
dessas pessoas, e sem estar a condenar o ciclista antes de o caso estar
totalmente esclarecido, estranha o seguinte: "O Froome, como camisola
amarela, ia ao controlo antidopagem todos os dias. E só naquele dia é que
acusou e logo dobro do permitido? Ou seja, nos dias anteriores, ao que parece,
os valores andaram dentro dos normais", frisou o clínico, para quem um
valor acima dos "1.000 nanogramas por mililitro é raro acontecer".
Froome
acusou positivo a salbutamol no valor de 2.000 nanogramas, o dobro do permitido.
O controlo antidopagem foi feito a 7 de setembro, na 18ª etapa, e ao 16º dia em
que vestia a amarela. Alega ter seguido os conselhos do médico da Sky, após o
agravamento da asma.
Suspenso...ou
talvez não
Luís
Horta também explicou as razões pelas quais a UCI não tinha a obrigação de
suspender provisoriamente Chris Froome.
"Existem
dois tipos de substâncias: as específicas e as não especificas. Nestas últimas,
por exemplo os esteroides anabolizantes, tem de haver uma suspensão, nas
outras, que pressupõe uma prescrição terapêutica, nem sempre. Fica ao critério
da entidade, neste caso a UCI deu o benefício da dúvida ao atleta, que agora
terá de apresentar provas que o ilibem."
O
antigo presidente da ADoP, agora médico no Hospital Curry Cabral, adiante que
Froome poderá ter de se submeter a um estudo fármaco controlado, a realizar num
hospital ou clínica. "Digamos que será o tira-teimas."
Fonte:
Record on-line
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