Chris
Froome celebra a vitória na Volta a Espanha. EPA /Javier Lizon
O
positivo de Chris Froome na Vuelta que o fez entrar no Olimpo do ciclismo
ofuscou as proezas desportivas de um ano marcado pelo regresso dos ‘eternos’
Rafael Nadal e Roger Federer e pelo adeus do lendário Usain Bolt.
Quando
os fãs do ciclismo olharem para 2017, não se vão lembrar do feito do eslovaco
Peter Sagan, primeiro corredor a sagrar-se campeão do mundo três vezes
consecutivas, ou do de Tom Dumoulin, primeiro holandês a vencer o Giro em 100
edições, mas sim da suspeição de ‘doping’ que paira sobre Chris Froome.
Em
julho, o britânico dominou o Tour, vestiu pela quarta vez a amarela no pódio
final – e isolou-se no segundo lugar da lista de maiores vencedores da prova
francesa, a apenas um triunfo dos recordistas -, e, menos de dois meses depois,
festejou a vitória na Vuelta, tornando-se o primeiro ciclista, desde o francês
Bernard Hinault, em 1978, a alcançar a ‘dobradinha’ naquelas duas grandes
voltas.
Mas
o ano mais memorável do líder da Sky converteu-se em pesadelo: Froome acusou
níveis ‘proibitivos’ do broncodilatador salbutamol, numa análise à urina feita
em 07 de setembro, durante a Vuelta, e encontra-se agora sob investigação,
podendo vir a perder o título da corrida espanhola.
‘Doping’
poderá ser mesmo a palavra desportiva mais repetida em 2017, um ano fortemente
marcado pelas sucessivas descobertas relativamente ao sistema de dopagem
institucionalizado no desporto russo, que culminaram com a exclusão da Rússia
dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang2018.
No
entanto, nem tudo foram más notícias no panorama desportivo internacional, com
o ‘regresso’ apoteótico de Rafael Nadal e de Roger Federer a ser o grande
destaque do ano.
Quando
muitos já os davam como acabados, o espanhol e o suíço ‘reataram’ a rivalidade
mais emblemática do ténis, beneficiando também do ‘colapso’ dos outros dois
elementos do ‘Big 4’, o sérvio Novak Djokovic e o britânico Andy Murray.
Aos
36 anos, Federer bateu recordes de longevidade e fixou em 19 o número de
títulos do ‘grand slam’ conquistados, graças aos triunfos no Open da Austrália
e em Wimbledon, onde conseguiu um inédito oitavo título. ‘Rafa’, de 31 anos,
respondeu-lhe com um novo recorde em Roland Garros (10 troféus), a vitória no
Open dos Estados Unidos e o estatuto de mais velho número um mundial de sempre
no final da temporada.
‘Eternos’
como Nadal e Federer revelaram-se os franceses Stéphane Peterhansel, que
conquistou o seu 13.º título no Rali Dakar de todo o terreno (o sexto em
carros), e Sébastien Ogier, campeão pelo quinto ano consecutivo no Mundial de
ralis.
Ainda
nos motores, o espanhol Marc Márquez consolidou-se como a principal figura no
MotoGP, com o quarto título em cinco anos, o segundo consecutivo, e o britânico
Lewis Hamilton engrandeceu o seu estatuto na Fórmula 1, ao igualar os quatro
títulos do francês Alain Prost e do alemão Sebastian Vettel, ficando atrás
apenas do alemão Michael Schumacher (sete) e do argentino Juan Manuel Fangio
(cinco).
Das
pistas do automobilismo para as de atletismo, a carreira de Usain Bolt teve o
pior final possível, com o jamaicano a lesionar-se no último percurso da
estafeta de 4x100 metros dos Mundiais, depois de um bronze ‘amargo’ nos 100
metros e da ausência dos 200, as suas grandes especialidades.
Para
a história do homem mais rápido da história, que deixou como potencial sucessor
o ‘renascido’ (do ‘doping’) norte-americano Justin Gatlin, ficam 11 títulos
mundiais e oito ouros olímpicos, um currículo ainda assim consideravelmente
mais recheado do que o do britânico Mo Farah, tricampeão mundial de 5000
metros, de 10.000 e bicampeão olímpico de ambas as distâncias, que também se
despediu nos Mundiais de Atletismo de Londres.
Fonte:
Sapo On-line
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