Jarlinson Pantano triunfa na 15.ª etapa da Volta a
França, O sonho de Pantano concretizou-se num dia de sem emoções na luta pela
amarela.
Jarlison
Pantano (IAM Cycling) fez hoje jus à ponta de velocidade que o distingue dos
outros ciclistas colombianos para cumprir o sonho de vencer na Volta a França,
numa 15.ª etapa sem emoções na luta pela geral.
Vindo
da fuga do dia, na qual andou Nelson Oliveira (Movistar), Pantano deixou Rafal
Majka (Tinkoff), o último dos seus companheiros, tomar a iniciativa de lançar o
‘sprint’ e esperou pelo momento certo para arrancar rumo à sua primeira vitória
numa Grande Volta, enquanto lá atrás os candidatos se entretinham num ‘passeio’
de amigos, depois de desperdiçarem mais uma oportunidade de contestar a
liderança de Chris Froome (Sky).
“Isto
é incrível. É um sonho tornado realidade. Vim à Volta a França com esse
objetivo, mas não acreditava que pudesse acontecer”, assumiu o colombiano de 27
anos, que só na época passada seguiu as pisadas de muitos dos seus compatriotas
e chegou ao WorldTour.
Combativo
e humilde, o ciclista da IAM Cycling teve ainda palavras de elogios para o
homem que derrotou na meta: “O Majka era um adversário de respeito, já ganhou
etapas no Tour. Mas eu sentia-me bem e sabia que se me juntasse a ele na
descida [depois do Grand Colombier] podia ganhar. Falámos e ele incitou-me a
pedalar para chegarmos juntos. Colaborámos bem”.
Quase
quatro horas antes, no sopé do col du Berthiand (1.ª), decorridos que estavam
apenas 20 dos 159 quilómetros entre Bourg-en-Bresse e Culoz, o polaco da
Tinkoff, que lidera a classificação da montanha, tinha saltado para a frente da
corrida na companhia do russo Ilnur Zakarin (Katusha).
A
iniciativa do duo de luxo gerou uma onda de ataques no pelotão. Resultado? Uma
fuga de 30 homens, na qual estavam Pantano, o português Nelson Oliveira
(Movistar) e figuras conceituadas como Vincenzo Nibali (Astana), Tom Dumoulin
(Giant-Alpecin), Domenico Pozzovivo e Alexis Vuillermoz (AG2R), Pierre Rolland
(Cannondale), Thomas Voeckler (Direct Énergie), Julian Alaphilippe
(Etixx-QuickStep), Dani Navarro (Cofidis) e Ruben Plaza (Orica-BikeExchange).
Com
18 das 22 equipas representadas no grupo – falharam o ‘cut’ a Sky, a BMC, a
Lotto-Soudal e a Fortuneo-Vital Concept -, o pelotão escusou-se a perseguir com
intenção os 30 da frente que, na primeira ascensão ao imponente Grand Colombier
(de categoria especial, tinham praticamente nove minutos de vantagem.
O
colosso da cordilheira de Jura selecionou, por duas vezes o grupo, e, na subida
pela vertente de Lacets du Grand Colombier, eram Majka e Pantano quem seguia na
frente, depois de Alaphilippe e Zakarin terem problemas mecânicos, ao mesmo
tempo que, no grupo de candidatos, o italiano Fabio Aru (Astana) concretizava o
primeiro ataque na sua estreia na Volta a França, levando na roda Alejandro
Valverde (Movistar).
Seria
apenas um esboço de um assalto à liderança de Froome, prontamente anulado pelo
trabalho da Sky, mas que serviu para eliminar o norte-americano Tejay Van
Garderen (BMC), que perdeu quase 01.30 minutos e desceu ao oitavo lugar da
geral.
Em
mais uma inexplicável jornada sem ataques sérios à liderança do britânico, foi
preciso esperar longos quilómetros, quase até ao final da ascensão da última
contagem do dia, para ver alguém agitar a corrida, no caso Romain Bardet
(AG2R).
Mas
a carburada máquina britânica não estava para benesses, ‘caçou’ o francês e
levou o grupo, no qual se aguentou Nelson Oliveira, unido até à meta, cortada
03.07 minutos depois do vencedor, que completou a tirada em 04:24.49 horas.
Assim
sendo, e com ‘apenas’ 209 quilómetros planos para cumprir entre
Moirans-en-Montagne e Berna, na Suíça, é praticamente certo que o duplo
vencedor do Tour vai chegar ao segundo dia de descanso da 103.ª edição, marcado
para terça-feira, com 01.47 minutos de vantagem sobre o holandês Bauke Mollema
(Trek-Segafredo) e 02.45 sobre o também britânico Adam Yates
(Orica-BikeExchange), respetivamente segundo e terceiro na geral.
Rui
Costa (Lampre-Merida), que tentou seguir na roda do tetracampeão nacional de
contrarrelógio quando este arrancou para a fuga, mas não teve capacidade para
seguir a pedalada do português da Movistar, teve um dia mau, perdendo 26.32
minutos e caindo para a 60.ª posição da geral, a 01:33.18 horas de Froome.
Pelo contrário, Nelson Oliveira deu um grande pulo na
classificação geral, fixando-se no 84.º lugar, com uma desvantagem de 01:58.50
horas para o camisola amarela.
Fonte: SAPO Desporto c/Lusa
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