Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O Campeonato da Europa de
Ciclocrosse 2025 terminou com um misto de frustração e orgulho para Thibau Nys.
O belga de 22 anos, campeão em título, chegou à partida em Middelkerke a
duvidar se conseguiria sequer alinhar, e acabou por sair com a medalha de prata,
depois de ser batido ao sprint por Toon Aerts, num final de cortar a respiração
junto à costa belga.
“Estava mesmo em pânico esta
manhã”, revelou Nys ao Sporza. “A minha costela estava completamente bloqueada.
Tivemos de a desapertar à última hora. Mas durante a corrida não senti nada.
Não vou usar isso como desculpa, não me incomodou nada.”
Apesar do contratempo físico,
Nys mostrou desde cedo que estava pronto para defender o título com unhas e
dentes. O jovem da Baloise-Trek Lions reagiu a um arranque mais lento e
juntou-se rapidamente ao grupo da frente, composto por Aerts, Pim Ronhaar e Joran
Wyseure.
Num circuito marcado pela
areia pesada, pelas marés altas e pelas secções técnicas, a corrida
transformou-se num duelo táctico em que cada curva podia decidir o desfecho.
Uma
batalha até à última volta
Durante grande parte da
corrida, Nys parecia controlar o ritmo. Esperou pacientemente, marcando cada
movimento dos adversários, enquanto os ataques sucessivos de Ronhaar e Wyseure
testavam a resistência dos belgas. Aerts, por seu lado, manteve-se sempre próximo,
paciente, calculista e à espera do momento certo.
Na volta final, Nys acreditou
que podia vencer.
“Pensei em ir com força logo a
seguir ao último troço de areia, na esperança de abrir uma brecha e depois
empurrar até ao fim”, explicou. “Mas isso não aconteceu. Depois disso, quis
começar o sprint a partir da segunda posição porque havia vento contrário.
Funcionou — forcei o Toon a passar para a frente. Pensei que o podia contornar,
mas ele fez um sprint muito forte. Não o consegui ultrapassar, nem mesmo ao
lado.”
O duelo entre os dois belgas
levou o público ao delírio. Nys lançou o sprint da roda de Aerts, mas viu o
veterano resistir até ao último metro, cruzando a meta com meia roda de
vantagem.
Elogios
ao campeão e foco no que vem a seguir
Com a maturidade que já o
caracteriza, Nys foi o primeiro a reconhecer o mérito do rival.
“Toon fez um sprint forte. Ele
é o merecido campeão europeu”, afirmou. “Foi uma corrida muito difícil de
fazer. Senti-me bem, mas foi difícil fazer alguma diferença. Sempre que pensava
que toda a gente estava no seu limite, alguém voltava atrás, ou eu cometia um
pequeno erro. Foi uma corrida em que podias ganhar, ou acabar fora dos dez
primeiros.”
Apesar da derrota, o
desempenho de Nys deixou sinais positivos antes do Campeonato do Mundo, que
encerra a época de inverno. A sua capacidade de competir lesionado, gerir o
esforço e manter o sangue-frio em condições extremas confirmou o estatuto de um
ciclista que combina talento, tenacidade e maturidade competitiva.
Mesmo sem a camisola azul da
Europa, Nys mostrou novamente por que motivo é visto como o presente e o futuro
do ciclocrosse belga.
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