Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Michael Woods está a dizer
adeus ao ciclismo profissional, mas o canadiano de 39 anos não quis sair em
silêncio. À beira de pendurar a bicicleta, o ciclista da Israel - Premier Tech
reacendeu um dos debates mais discutidos da modalidade: quem é o maior ciclista
de todos os tempos?
Em entrevista à Cycling
Weekly, Woods foi direto ao assunto e colocou Tadej Pogacar acima de Eddy
Merckx, o mítico “Canibal”.
“Merckx competia numa época em
que o mundo tinha apenas quatro mil milhões de pessoas”, argumentou o
canadiano. “O facto de o Pogacar ser tão bom com o nível de profundidade que
existe hoje, com esta quantidade de talento e preparação, é algo muito superior.
Muito superior.”
“Ele pode
parar amanhã e, para mim, já é o maior ciclista que existiu”
Enquanto Merckx acumulou um
número quase lendário de vitórias, Woods considera que o contexto moderno torna
o sucesso muito mais difícil. “Hoje em dia, o ciclismo é global. Há talentos a
surgir de todos os continentes, com equipas que têm recursos científicos e
financeiros enormes. As conquistas do Pogacar têm um peso completamente
diferente.”
O canadiano recordou que o
esloveno venceu a Volta a França e o Campeonato do Mundo na mesma época por
duas vezes e conquistou inúmeras Clássicas. “Ele pode parar amanhã”, reforçou
Woods. “E, na minha opinião, ele é o maior ciclista que já existiu.”
Woods também refletiu sobre a
dificuldade de manter a motivação quando o domínio se torna rotina. “Torna-se
menos divertido quando há pouca oposição”, admitiu. “Viu-se isso com o Peter
Sagan. Ele aborreceu-se. Já se notava que corria apenas porque era o seu
trabalho.”
Mesmo a despedir-se do
WorldTour, Woods garante que o ciclismo continuará a fazer parte da sua vida. O
vencedor de uma etapa em 2023 na Volta a França planeia agora uma série de
desafios de resistência, entre o BTT e o triatlo.
“Tenho grandes planos”,
revelou. “Quero fazer alguns eventos alternativos, coisas que sempre quis
experimentar. Adoro treinar, adoro competir. Quero perceber se seria um bom
triatleta.”
Após meses conturbados dentro
da estrutura da equipa, Woods prefere manter uma visão positiva. “Foi um
período difícil para todos, mas acredito que há mudanças positivas a caminho. A
equipa pode sair fortalecida.”
Enquanto se prepara para a
vida fora do pelotão, Michael Woods despede-se com o mesmo espírito combativo
que o tornou uma das figuras mais respeitadas do ciclismo moderno e com uma
afirmação que promete alimentar discussões durante anos: Pogacar, e não Merckx,
é o verdadeiro rei da estrada.
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