sexta-feira, 24 de outubro de 2025

“Armstrong avisa: “O Tour 2026 será um teste mental para Pogacar”


Por: Ivan Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

A Volta a França 2026 já tem o seu percurso oficial, e as primeiras reações surgiram no podcast The Move, de Lance Armstrong e Johan Bruyneel, dois nomes que conhecem o Tour como poucos. A dupla elogiou o desenho do percurso e o equilíbrio entre montanha, etapas planas e contrarrelógios, mas concentrou-se sobretudo na batalha mental e física de Tadej Pogacar, que tentará conquistar o seu quinto título, igualando Anquetil, Merckx, Hinault e Induráin.

“Apesar de todos sabermos que há um grande favorito, a incerteza manter-se-á até às etapas 18, 19 e 20, porque são extremamente duras”, destacou Armstrong.

 

Um Tour com montanha desde o primeiro dia

 

A edição de 2026 arranca em Barcelona, com um contrarrelógio por equipas de 19 quilómetros e duas subidas curtas. Para Armstrong, este arranque favorece Pogacar e a UAE Team Emirates, que podem fazer a diferença logo no início: “Esse formato dá uma vantagem a Pogacar, porque vai ter alguém da sua equipa que pode subir essas rampas com ele, seja Del Toro ou outro colega de equipa.”

O percurso apresenta 21 etapas: oito de montanha (cinco com final em alto), sete planas e quatro onduladas, somando 54.000 metros de desnível positivo, mais 6.000 do que em 2025. Armstrong sublinha que as jornadas decisivas estarão bem distribuídas:

Pirinéus (etapa 6) com Aspin e Tourmalet.

Maciço Central (etapa 10) com terreno traiçoeiro.

Vosges (etapa 14), onde Pogacar já brilhou.

Alpes, com o duplo Alpe d’Huez nas etapas 19 e 20.

“Estas três etapas consecutivas farão a diferença no final. É aí que o Tour se ganha ou se perde”, afirmou Armstrong.

 

Pogacar, o favorito absoluto

 

Segundo Armstrong, “o mais forte vence”, e esse continua a ser Tadej Pogacar. O norte-americano considera o esloveno praticamente imparável, independentemente do perfil do percurso: “Não importa o percurso. Quando se está ao nível de ganhar o Tour, não há terreno que nos possa parar.”

Jonas Vingegaard surge como o principal rival, com Remco Evenepoel, Florian Lipowitz, Oscar Onley e Felix Gall mencionados como outsiders. No entanto, Armstrong reforça o domínio coletivo da UAE Team Emirates: “Se dissermos que Pogacar é o número um e Jonas o segundo, o terceiro e o quarto lugares são provavelmente da equipa de Pogacar. Isso dá-lhe um enorme reforço.”

O contrarrelógio individual da 16ª etapa, de 27 quilómetros com os primeiros 10 a subir, também é apontado como desfavorável a Evenepoel. “Não é o tipo de percurso onde ele pode bater os especialistas da montanha”, explicou Armstrong.

 

A pressão e o desafio mental

 

Para Armstrong, o maior obstáculo de Pogacar em 2026 será mental. O ex-campeão sabe por experiência própria o peso de defender múltiplos títulos no Tour: “Não há nenhum ciclista que possa ignorar tudo o que se passa à sua volta. É um fardo mental, mas, se for preciso, ele é um assassino na última semana. Trata-se apenas de gerir a pressão e as expectativas.”

Pogacar sentiu sinais de fadiga na última semana do Tour 2025, mas mesmo assim conquistou o quarto triunfo consecutivo. Armstrong acredita que a chave estará em controlar o desgaste psicológico e manter o foco quando os dias decisivos chegarem aos Alpes.

 

A leitura tática de Johan Bruyneel

 

O antigo diretor desportivo da US Postal e da Discovery Channel, Johan Bruyneel, partilha a opinião de Armstrong: o percurso é “muito equilibrado” e foi desenhado para manter o suspense até ao último fim de semana. “As etapas mais difíceis estão no final, o que mantém a emoção até ao último dia”, afirmou Bruyneel.

Também destacou o impacto do contrarrelógio por equipas em Barcelona, que poderá estabelecer uma hierarquia tática desde o início: “Isso permite ver como os líderes são apoiados pela equipa, e pode criar pequenas diferenças estratégicas logo na primeira etapa.”

Tal como Armstrong, o belga não vê rivais consistentes à altura de Pogacar e Vingegaard: “Nos últimos anos vimos que Pogacar e Jonas estão um passo acima dos outros. Mais ninguém tem a capacidade de os desafiar de forma consistente.”

E acrescenta: “Se dissermos que Pogacar é o número um e Jonas o segundo, as posições três e quatro estarão provavelmente na equipa de Pogacar, como Del Toro ou Almeida. Isso dá-lhe muito controlo sobre a corrida.”

 

O veredito

 

A análise conjunta de Armstrong e Bruyneel resume-se a uma convicção: a Volta a França 2026 é feita à medida dos trepadores, e Pogacar parte com todas as cartas na mão para igualar os maiores nomes da história.

As últimas três etapas de montanha (Solaison, Alpe d’Huez e a rainha de Le Bourg-d’Oisans) serão, segundo ambos, o campo de batalha final onde o esloveno poderá consolidar o seu nome entre os imortais.

“O favorito é Pogacar. Em segundo lugar, Jonas. Depois disso, os que ocupam os outros lugares do pódio estarão provavelmente na equipa de Pogacar”, concluiu Armstrong.

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