Por: José Carlos Gomes
Lucas Lopes confirmou uma
Volta a França do Futuro em crescendo, sendo o melhor elemento da Seleção
Nacional na última etapa, uma dura ligação de alta montanha, 99,6 quilómetros
entre Val Cenis Termignon e Sainte-Foy-Tarentaise. O mexicano Isaac del Toro conquistou
a camisola amarela final e António Morgado foi o melhor português na geral.
A última etapa foi muito
atacada desde o início, tornando o ritmo forte e intenso, o que veio a
juntar-se ao tempo frio e ao terreno de alta montanha para uma jornada épica.
Os primeiros ataques foram desferidos por corredores que chegaram a esta prova
como favoritos, mas que falharam na geral. Ou seja, corredores que não
colocavam em causa a camisola amarela, vestida à partida pelo estadunidense
Matthew Riccitello.
Só que essas movimentações, não colocando em causa diretamente a geral, endureceram de tal maneira a etapa que o que restava do pelotão explodiu quando o segundo da geral, Isaac del Toro, atacou com cerca de metade da etapa disputada. Matthew Riccitello não teve capacidade de resposta e começou ali a desenhar-se a reviravolta classificativa.
Mexicanos e italianos
entenderam-se na dianteira, com o transalpino Giulio Pellizzari a vencer a
tirada, enquanto segundo posto de Isaac del Toro viria a revelar-se suficiente
para que o mexicano conquistasse a geral individual.
António Morgado e Lucas Lopes
foram os portugueses que resistiram durante mais tempo no grupo dos principais
candidatos. Só que António Morgado foi obrigado a mudar de bicicleta, devido a
avaria, o que o fez perder o contacto e atrasar-se irremediavelmente. Lucas
Lopes persistiu e acabou por ser o primeiro português a cortar a meta, na 30.ª
posição, a 7m00s do vencedor. Alexandre Montez foi 55.º, a 12m30s, dois lugares
e 3 segundos mais rápido do que António Morgado. A representação nacional
fechou com Gonçalo Tavares, 78.º, a 18m42s, José Bicho, 91.º, a 23m16s, e Diogo
Gonçalves, 101.º, a 25m00s.
A última etapa foi aziaga para
Matthew Riccitello, que desceu da primeira à quarta posição na geral. Isaac del
Toro foi, então, o vencedor, acompanhado no pódio por dois italianos, Giulio
Pellizzari, a 1m13s, e Davide Piganzoli, a 1m42s. O percalço mecânico fez
António Morgado perder quatro posições. Fechou a estreia na Volta a França do
Futuro no 34.º lugar, a 34m38s. Toda a Seleção Nacional terminou a corrida:
Lucas Lopes, 45.º, a 47m15s, Gonçalo Tavares, 49.º, a 48m47s, Alexandre Montez,
51.º, a 51m05s, Diogo Gonçalves, 101.º, a 1h29m50s, e José Bicho, 115.º, a
1h44m29s.
“Vendo a
forma como a prova decorreu, seria irrealista, nesta fase, pensar em discutir a
geral. No entanto, poderíamos ter feito um pouco melhor do que fizemos. Ninguém
duvida do talento desta geração e estou certo de que regressaremos a esta
competição com outra ambição, mas, sobretudo, com outra capacidade. A estreia
destes corredores foi importante. Permitiu perceber o patamar em que se
encontram e o trabalho a fazer para lutarem por outros objetivos”,
analisa o selecionador nacional, José Poeira.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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