Foto:
NUNO VEIGA / LUSA
Rui
Sousa assumiu que enquanto pedalar não vai deixar de sonhar com a camisola
amarela da Volta a Portugal em bicicleta, mas reconheceu que os 41 anos podem
pesar negativamente na sua demanda.
“Posso
deixar de sonhar com a amarela no dia em que deixar de correr. Enquanto eu
estiver aqui há sempre uma possibilidade. Entendo que não é fácil, que são 40
anos e na Volta a Portugal já serão 41. Naturalmente, alguém como eu, que tem
cinco pódios na Volta a Portugal, acha que pode e deve sonhar com essa vitória.
Agora sei que é difícil”, reconheceu o ciclista da RP-Boavista à agência Lusa,
nos bastidores da segunda edição do Grande Prémio Beiras e Serra da Estrela.
Quatro
vezes terceiro (2002, 2011, 2012 e 2013) e uma vez segundo (em 2014), o eterno
favorito dos portugueses, que no ano passado reconsiderou um anunciado
abandono, quer despedir-se em grande do pelotão.
“É
mesmo o meu último ano. Gostaria de fechar a minha carreira com algo de bonito,
como forma de agradecimento a todos aqueles que me têm apoiado, a todas as
equipas por onde passei e que acreditaram em mim, sobretudo a RP-Boavista, e a
todos os adeptos que me seguem fervorosamente e vão estando em vários pontos do
país. Esse carinho talvez seja fruto da minha longevidade, dos 20 anos no
pelotão, e gostava de o retribuir com algo de interessante”, confessou.
Ciente
das dificuldades que vai ter pela frente, na 79.ª edição, que cruza as estradas
nacionais entre 04 e 15 de agosto, Rui Sousa admitiu que, caso não consiga
vestir-se de amarelo, já ficaria “muito feliz” um lugar de destaque ou com uma
vitória numa daquelas etapas que para si são mais marcantes.
“Mais
uma vez não há chegada à Torre, infelizmente para mim, que já lá venci duas
vezes e que por seis vezes lá fiz segundo em etapas da Volta. Gostaria que a
chegada fosse lá, porque é essa a minha etapa, aquela que levo sempre no
coração e aquela em que as pessoas acreditam mais em mim. Mas é a Volta
possível, é a Volta que há, e eu tenho que lutar com todas as minhas forças”,
sublinhou.
Com
quase 41 anos – faz anos a 17 de julho -, o corredor vianense não esconde que
atingir o pico de forma é “um bocadinho” mais complicado, atendendo não só à
idade, mas também a tudo aquilo que a sua vida, hoje em dia, envolve.
“Eu
tenho outras atividades e uma, nomeadamente, com uma dificuldade grande [é
presidente da Junta da União das Freguesias de Barroselas e Carvoeiro]. Assumi
essa responsabilidade e não vou ‘abandonar’ aquilo que foi a vontade das
pessoas. Isso acaba por me retirar tempo. Há três anos que vivo assim. Estou
aqui com o intuito de me preparar e vou lutar até agosto, porque é esse o
objetivo”, completou.
A
dois meses do seu grande objetivo, Rui Sousa está no Grande Prémio Beiras e
Serra da Estrela para apurar a forma e não para lutar pela etapa de domingo, a
terceira, que vai levar o pelotão a escalar, pela primeira vez esta temporada,
a Torre.
“Ainda
estou um bocadinho longe daquela que é a minha capacidade física. Ainda tenho
peso a mais na perspetiva de uma subida com a dificuldade da Torre. Muito
honestamente, não será fácil, mas tentarei dar o meu contributo aos meus colegas
de equipa”, concluiu.
Fonte:
SAPO Desporto c/ Lusa
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