Depois
de um restauro completo, o Messerschmitt KR200 “Messi” de 1958, pertencente à
colecção do Museu do Caramulo, será apresentado ao público pela primeira vez no
Salão Motorclássico
Lisboa,
3 de Abril de 2017 – O Museu do Caramulo confirmou que irá apresentar ao
público o Messerschmitt KR200 de 1958, cujo restauro foi agora terminado nas
Oficinas do Caramulo, e apenas possível graças à campanha de crowdfunding
“Salvem o Messi”, no Salão Motorclássico (FIL - Feira Internacional de Lisboa,
de 21 a 23 de Abril).
Lançada
em Agosto de 2015, a primeira acção de crowdfunding do Museu do Caramulo permitiu
angariar os fundos necessários para o restauro completo deste mítico microcarro
de origem alemã. O objectivo da campanha era angariar os €5.000 para o restauro
deste clássico pertencente à colecção do Museu do Caramulo, mas que, pelo seu
estado, nunca chegou a estar exposto. A acção excedeu largamente as
expectativas. Em apenas 2 meses, a campanha, que atingiu 112% de execução,
angariou €5.601 com o contributo de 130 apoiantes.
Os
trabalhos de restauro do automóvel tiveram início em Janeiro de 2016 e
continuaram até agora. Incluíram a colocação de um vidro de cabine novo, a
reparação de chaparia, pintura e estofos novos, a reparação mecânica do motor e
da caixa de velocidades, a reparação dos componentes eléctricos, a reparação e
substituição de borrachas e cromados, colocar farolins novos, entre outras.
intervenções.
Para
Tiago Patrício Gouveia, Director do Museu do Caramulo “A conclusão do restauro
deste automóvel, a tempo de o mostrarmos em todo o seu esplendor, pela primeira
vez, no Salão Motorclássico, enche-nos de satisfação e alegria. Tudo começou
com a campanha de crowdfunding que viabilizou, graças ao apoio de 130 pessoas e
entidades, a recuperação deste clássico. Agora podemos retribuir, partilhando
este automóvel único com todos aqueles que apoiaram directamente o seu
‘renascimento’, e com o público em geral. Depois do Salão Motorclássico, o
Messerschmitt regressará ao Caramulo para integrar a exposição permanente do
museu e subir a rampa em Setembro, durante o Caramulo Motorfestival.”
De
novo em forma após um minucioso restauro nas Oficinas do Caramulo, o “Messi”,
que estará em exposição no stand do Museu do Caramulo, será uma das grandes
atracções do Salão Motorclássico, o maior evento português relacionado com a
temática dos Clássicos e da História Automóvel.
O
programa da 13ª edição do Motorclássico inclui ainda uma exposição temática
consagrada à Ferrari, no septuagésimo aniversário da marca, os habituais
passeios de clássicos, um emocionante leilão de automobilia, e a secção Art Village,
que reúne obras de arte à volta do mundo dos clássicos.
O
Salão Motorclássico é organizado pelo Museu do Caramulo em parceria com a AIP –
Feiras Congressos e Eventos.
Para
obter mais informações sobre o Salão Motorclássico aceda ao site oficial do
evento em www.motorclassico.com.
Sobre
o Messerschmitt KR200 (1958)
A
Messerschmitt AG, fabricante de aviões alemães, estava proibida, desde a
Segunda Guerra Mundial, de prosseguir com a actividade de construção de aviões,
tal como todos os outros fabricantes alemães.
Apesar
de a empresa ter voltado a sua atenção para outros empreendimentos, foi a
produção de microcarros que permitiu manter a fábrica em laboração.
O
primeiro veículo construído pela Messerschmitt teve por base a parceria com
Fritz Fend. Em 1952, Fritz Fend apresentou à Messerschmitt a ideia de construir
pequenos veículos a motor, com três rodas, inspirados na motocicleta que havia
sido construída para pessoas que, devido à guerra, tivessem ficado com
limitações de mobilidade.
Em
1953, Fritz Fend desenvolveu, em conjunto com Willy Messerschmitt, uma espécie
de motocicleta que se assemelhava a um avião: uma forma alongada, dois lugares
longitudinais e uma carlinga em plexiglas que se abria para o lado para entrar
e sair. Estava criado o KR175, em que KR significa kabinenroller ou
"scooter fechada" e 175 significava a cilindrada do motor. Este
primeiro Messerschmitt era movido por um motor monocilíndrico Sachs a dois
tempos colocado à frente da única roda traseira e era accionado por comandos no
guiador, tal como uma Scooter, o mesmo sucedendo para o arranque que se fazia
com um pedal.
Medindo
2.820 mm de comprimento e 1.220 mm de largura, saltavam à vista as abas que
cobrem as rodas dianteiras que lhe conferiam um ar imponente. A carroçaria
estreita e uma área frontal baixa foram alcançadas com a disposição dos
assentos em linha, o que permitiu à carroçaria afunilar-se como uma fuselagem
de avião, obtendo uma excelente aerodinâmica dentro do comprimento de um
microcarro.
A entrada
dos passageiros para uma espécie de carlinga faz-se através da canópia que
estava articulada do lado direito do veículo. A porta incluía todas as janelas,
pára-brisas, caixilhos das janelas e tecto acrílico, e a parte da carroçaria
onde as peças transparentes estavam montadas.
O
início do fabrico do KR175 debateu-se com vários problemas, dos quais
resultaram 70 modificações no seu desenho entre Fevereiro e Junho de 1953. A
produção manteve-se até 1961.
O
KR200 substituiu o Messerschmitt KR175 e criou um redesenho total, embora
mantendo o conceito original. Com um motor de 191 c.c. e mais um CV de
potência, o peso do conjunto subiu 23 kg, o que não foi impedimento para o
aumento da velocidade máxima em 10 km/h. O KR200 existiu ainda nas versões cabrio,
sport e roadster.
No
total, foram produzidas 30.286 unidades da versão KR200.
Fonte:
Museu Caramulo/Parceria Notícias do Pedal
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