Por: Miguel Marques
Depois de se afirmar como uma
das revelações de 2024, António Morgado viveu um 2025 desafiante. Apesar de um
início a todo o gás, quebrou na primavera e nunca voltou à melhor forma ao
longo do ano.
Um ano
desapontante
As expectativas para 2025 eram
altas, mas o português não as correspondeu. O próprio Morgado reconhece-o.
“2025 foi um ano mau. Não foi de todo o que esperava”.
Mesmo somando três vitórias na
época (Grande Prémio Castellón - Rota da Cerâmica, Figueira Champions Classic e
Campeonato nacional de contrarrelógio), não ganhou espaço numa Grande Volta e
passou o ano sobretudo em funções de gregário.
A campanha de primavera, que
começara em tom positivo, foi cedo interrompida por doença. “Depois da Omloop e
do Troféu Laigueglia, fiquei doente pela primeira vez. Estive oito dias sem
tocar na bicicleta”, explicou. “Depois disso, foi muito difícil recuperar a
forma”.
Esses problemas de saúde
repetiram-se, travando a recuperação. “Depois do campeonato nacional de
contrarrelógio, de repente senti-me muito mal. Não conseguia ver bem com um
olho”.
E o problema acabou por ser
mais sério do que se pensava. “Sempre que fazia um esforço, tudo começava a
rodar. Os exames mostraram que tinha cristais soltos no ouvido. Isso causou
problemas durante cerca de mês e meio”. Além disso, Morgado apanhou Covid-19 no
verão.
Ambição
renovada para Flandres e estreia no Giro
A olhar para 2026, o objetivo
de Morgado é claro. “Tornar-me um corredor melhor. Sei que posso ser muito
melhor do que mostrei no ano passado”, frisou. “Se ganho uma, duas ou quatro
corridas, não é isso que mais importa”.
As clássicas belgas são uma
das grandes metas. “Na época passada estive muito mal a posicionar-me nas
corridas flamengas”, admitiu Morgado. “Sempre que os favoritos arrancavam, eu
tinha de fechar de trás”.
A solução passa por um ajuste
mental. “É preciso ser um pouco louco para lutar pelo lugar na frente”,
indicou. “Sou demasiado brando na luta de ombros. Nesses momentos, não se pode
pensar em mais ninguém. Preciso de mudar a mentalidade”.
As corridas flamengas
tornaram-se as suas preferidas, mas porquê? Há duas razões principais. “São
provas onde a resistência é muito importante e é preciso lutar o tempo todo.
Gosto disso. Por outro lado, adoro os adeptos flamengos. Quando me incentivam nas
subidas, muitas vezes chamam-me Molano”, brincou. “Sei que somos parecidos, mas
não somos iguais”.
Em 2026, Morgado deverá
alinhar em várias clássicas belgas, incluindo a Omloop Het Nieuwsblad, a Dwars
door Vlaanderen e a Volta à Flandres. E a equipa deu-lhe estatuto de líder em
algumas provas. “Nas grandes clássicas, terei de ajudar os líderes. Mas nas
clássicas menores, terei liberdade”.
Terminada a campanha de
clássicas, Morgado fará a estreia numa Grande Volta. “Vou correr a Volta a
Itália”, confirmou Morgado. “É minha ambição chegar lá em boa forma e ajudar o
nosso líder João Almeida. Quero também mostrar que me tornei um melhor trepador”.
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