Francisco Galván recorreu às redes sociais para anunciar pausa na carreira
Por: Fábio Lima
Quando no início de outubro um
vídeo seu começou a circular com força nas redes sociais, Kiko Galván estaria
longe de imaginar as consequências daquele momento. No vídeo em causa, o então
ciclista da Kern Pharma surgia numa estrada sinuosa na Catalunha a fazer
manobras claramente perigosas, colocando-se não só a si em perigo, mas também
todos os que partilhavam a mesma via. Ora, uma das consequências mais graves
foi a decisão da equipa espanhola em despedi-lo, isto depois de ter condenado
os atos em comunicado.
Nas redes sociais, Galván deu
conta desse despedimento esta quarta-feira, numa longa publicação na qual
anuncia ainda que irá colocar a sua carreira em pausa.
"Nunca pensei que tanta gente visse ciclismo. Sempre pensei seríamos apenas uns quatro loucos. Este ano tive de vender o meu carro depois de me despedirem da equipa. Saí do concessionário e fui para casa a caminhar. Aí entendi o quão rápido as coisas podem mudar. Desde então treino de negro. Não por estética, mas porque é como me sinto. E, mesmo assim, as pessoas reconhecem-me, abordam-me e perguntam-me. E eu sorrio, mas por dentro tenho vergonha.
Vergonha de ter falhado. De
dececionar os meus pais. As minhas pessoas. A minha namorada, que foi a única a
amparar-me quando tudo caiu. Não escrevo isto para justificar nada. Errei. Um
erro tem consequências e estou a pagá-las. Peço perdão a quem se sentiu
afetado. Deixar a bicicleta não me dói.
Vivi o ciclismo como quis: ao
máximo, com o coração, sem meias medidas. O que dói é sentir que dececionei os
meus. Isso é o mais duro. Hoje não me despeço. Mas apenas paro. Respiro. E sigo
em frente como conseguir, mas com os pés no chão. Porque nem sempre a vida te
deixa escolher o caminho, mas deixa-te, sim, escolher como o percorres",
escreveu, numa mensagem carregada de emoção.
Sem grandes sucessos na
carreira, Galván participou uma vez na Vuelta (2022 - foi 104.º), tendo em
Portugal disputado a Volta ao Alentejo de 2021 (foi 4.º na geral) e o Troféu
Joaquim Agostinho de 2023 (foi 43.º) e 2024 (51.º).
Fonte: Record on-line


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