Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Não haverá 15ª edição da Volta
à Noruega em 2026. A maior prova por etapas da Noruega decorria anualmente
desde 2011 (com a exceção de 2020, devido à COVID), com vencedores icónicos
como os heróis nacionais Edvald Boasson Hagen e Alexander Kristoff, além de
nomes como Remco Evenepoel. E o mais recente vencedor da geral, Matthew
Brennan, está no trajeto para se tornar um campeão de amanhã.
Mas nenhum nome sonante irá
correr nas estradas de Stavanger na tradicional etapa final da prova. A decisão
surge após a retirada do apoio financeiro por parte do governo, lê-se num
anúncio oficial.
“Durante 10 anos, o setor
privado e público, bem como os clubes de ciclismo voluntários, trabalharam
juntos para tornar possível uma corrida internacional, uma prova que colocou a
Noruega no mapa. Foi também uma arena fantástica para desenvolver novos talentos.
Vários dos principais ciclistas noruegueses mostraram as suas capacidades e
cresceram através da Volta à Noruega”, afirma Roy Hegreberg, diretor-geral da
corrida.
Sem o governo, deixou de
existir uma forma sustentável de realizar a prova. O conselho de administração
da Fjords Cycling, a entidade por detrás do Tour of Norway, decidiu, por isso,
interromper toda a planificação. A Fjords Cycling é detida a 100% por clubes de
ciclismo voluntários e não tem capital nem capacidade financeira para sustentar
o evento por conta própria.
“Respeito que a maioria
parlamentar defina as suas prioridades, mas gostaria que tivesse havido
comunicação prévia. Foi uma grande surpresa e houve pouca vontade de dialogar
connosco”, diz Hegreberg.
“Aos nossos 150-200
voluntários, e a todos os que contribuem para o Tour of Norway ano após ano:
obrigado. A corrida existe por vossa causa, e lamentamos profundamente não vos
poder receber em 2026.
“Às equipas que continuam a
mostrar interesse e a regressar todos os anos: estamos profundamente
agradecidos. Esperamos voltar a ver-vos se conseguirmos trazer a corrida de
volta em 2027.
A todos os parceiros, tanto do
setor privado como do público, que nos apoiaram e que se preparavam para apoiar
a edição de 2026: esperamos e acreditamos que continuarão connosco enquanto
trabalhamos para construir a base de 2027.
“Faremos tudo o que estiver ao
nosso alcance para que isto seja apenas um revés temporário, e não o fim da
Volta à Noruega”, conclui o anúncio, com esperança no regresso do evento no
futuro.
O que
resta do calendário norueguês?
O ciclismo norueguês pode
lamentar esta perda pesada, que surge no seguimento de uma luta prolongada para
construir um calendário competitivo no país escandinavo. Em 2023, desapareceram
do calendário (UCI) as únicas duas provas 1.2 na Noruega, Lillehammer GP e
Gylne Gutuer. Eram organizadas por vários parceiros, com a Uno-X em destaque.
Nem tudo está perdido para
2026, já que a Arctic Race, organizada pela Amaury Sports Organisation (ASO),
parece ter luz verde para continuar nos próximos anos como um raio de esperança
isolado para o ciclismo norueguês.
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