terça-feira, 9 de dezembro de 2025

“A época de Mariana Vargem: o prazer de desfrutar e a polícia de madrugada”


A época de 2025 de Mariana Vargem pode ser descrita numa palavra. Ela escolhe: montanha-russa. Um ano de altos e baixos, de curvas inesperadas, momentos de quase desistir e outros de sentir que tudo fazia sentido outra vez.

A sensação de que as coisas estavam realmente a correr bem não veio em 2025, mas no ano anterior, quando se sagrou vice-campeã da Europa Sub-23. Esse momento serviu-lhe de bússola, de lembrete de que o caminho certo existia e de que ela sabia percorrê-lo.

Mas como em qualquer montanha-russa, houve quedas. A que mais ficou atravessada foi a Taça do Mundo de Roma. Pela primeira vez, conseguiu sair com o grupo na natação e fez o melhor parcial de corrida da época. Mas na bicicleta descolou e o resultado fugiu. Ainda assim, ela própria reconhece: há provas difíceis que servem precisamente para acender a vontade de treinar mais e voltar mais forte.

E se muita gente resolve frustrações com um pastel de nata… a Mariana não. Não gosta. O que, de certa forma, torna tudo ainda mais literal: quando a época treme, não há açúcar que salve, só trabalho.

2025 foi, acima de tudo, um ano de aprendizagens profundas. No passado, cada treino ou competição menos boa era um drama; ficava nervosa, chateada e começou a perder o gosto pelo triatlo. Agora, de volta à modalidade, trouxe uma nova filosofia: desfrutar. Nos dias maus, perceber o que falhou, conversar com o treinador e seguir em frente. Uma prova má é só isso: uma aprendizagem para a próxima ser melhor.

Depois da melhor prova da época, a primeira mensagem foi para o Diogo Tomé, a pessoa que fica tão feliz com os sucessos dela que até parece sentir cada chegada à meta. Entre vitórias ou desastres, há sempre uma mensagem dele, por isso a dela também segue logo.

Se esta época tivesse banda sonora, seria “Stop It”, de FISHER, não só pela batida, mas pelo verso que parece ter sido escrito para ela: “Moving up and down, side to side, like a rollercoaster”.

O momento mais divertido? Quando começou a fazer rolos às cinco da manhã e a vizinha de baixo… chamou a polícia. Um clássico da vida de atleta: treinar cedo, disciplinada, e de repente a campainha toca por razões insólitas.

Também houve lágrimas. Em Kielce, na Taça da Europa, cruzou a meta em 5.º lugar e chorou de raiva, por ter perdido o pódio nos últimos 100 metros, e de felicidade, por finalmente sentir que o treino estava a dar frutos após duas provas decepcionantes.

Quanto a snacks bizarros, a Mariana não arrisca muito. Mas garante, com convicção, que a resposta da Maria Tomé será “batatas de pacote com queijo da vaca que ri”. Às vezes, a melhor parte é ver o caos alimentar dos outros.

Se pudesse trocar de corpo com outro triatleta por um dia, seria com Lucy Charles, só para saber, uma vez na vida, o que é nadar mesmo rápido.

E apesar de todas as emoções, curvas e contracurvas da época, não houve um gesto específico que a tenha marcado. Talvez porque esta montanha-russa de 2025 foi, antes de tudo, interna: uma viagem de autoconhecimento, resiliência e crescimento.

No fim de contas, foi um ano que a puxou para cima e para baixo, lado a lado, tal diz a música. Mas quando a montanha-russa abrandou, a Mariana estava mais forte, mais madura e com mais vontade de continuar a subir.

 

Texto elaborado com base num questionário com as seguintes perguntas:

 

1 Como descreves esta época numa palavra?

2. Qual foi o momento em que pensaste: “Ok, isto está mesmo a correr bem”?

3. E o momento em que só te apetecia largar tudo e ir comer um pastel de nata?

4. Há alguma prova que tenha ficado atravessada, aquela que ainda hoje pensas “eu merecia mais ali”?

5.O que é que mais aprendeste sobre ti nesta época?

6. Quem foi o primeiro a receber uma mensagem depois da melhor prova da época?

7. Se a tua época tivesse uma banda sonora, que música seria?

8. Qual foi o momento mais divertido da época, dentro ou fora da competição?

9. E aquele momento em que quase choraste (de raiva, cansaço ou alegria)?

10. Qual foi o snack mais bizarro que comeste, este ano, antes ou depois de competir?

11. Se pudesses trocar de corpo com outro triatleta por um dia, quem escolhias  e porquê?

12. Há alguma pessoa ou gesto que te tenha tocado particularmente durante a época?

Fonte: Federação Triatlo Portugal

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