Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
À medida que o mundo do BTT
centra atenções no Campeonato do Mundo desta tarde, uma voz experiente
destaca-se no apoio ao desafio de Mathieu van der Poel: a de Nino Schurter,
nove vezes campeão mundial e lenda incontornável da modalidade.
O ícone suíço, atualmente com
39 anos, prepara-se para a sua última presença num Mundial, encerrando uma
carreira extraordinária que definiu uma geração inteira de ciclistas de
montanha. E, mesmo a despedir-se dos holofotes, Schurter não hesita em apontar
para quem acredita poder brilhar hoje.
"Mathieu é um gigante no
ciclismo", afirmou ao jornal De Telegraaf. "Juntamente com Tom
Pidcock, é dos poucos que consegue saltar entre disciplinas e continuar a
render ao mais alto nível".
Van der
Poel, a ameaça de luxo
Embora reconheça que já não
está em condições de lutar pelos pódios, Schurter é taxativo quanto ao
potencial do neerlandês no percurso deste ano. "Ele pode andar com os
melhores aqui, sem qualquer dúvida", garantiu. "Está no local desde
domingo e todos sabemos a rapidez com que consegue afinar a forma para um
Mundial".
Persistem, contudo, vozes que
questionam se Van der Poel tem a mesma capacidade técnica no BTT que mostra na
estrada ou no ciclocrosse. Para Schurter, tal ideia não faz sentido. "Quem
diz que ele não tem técnica está enganado", respondeu. "Em 2018,
quando venci o título, o Mathieu estava comigo no pódio, em terceiro. Foi um
momento muito especial partilhar isso com ele".
Schurter vê tanto Van der Poel
como Pidcock não como convidados ocasionais, mas como ativos valiosos para a
disciplina. "Estes rapazes são uma dádiva para o BTT e trazem enorme
visibilidade", destacou. "Sempre que aparecem, é uma publicidade
fantástica para o nosso desporto. Espero sinceramente que tanto o Mathieu como
o Tom se dediquem ainda mais ao BTT no futuro. Isso proporcionaria batalhas
lendárias e corridas inesquecíveis".
Uma
despedida simbólica
Apesar de ser a última
presença de Schurter num Mundial, as atenções na Suíça também se voltam para
Mathias Flückiger, visto como a maior esperança local para as medalhas. O
compatriota não esconde a cautela perante a ameaça de Van der Poel.
"Sabe-se sempre que ele é perigoso no final", comentou. "Não
quero de todo chegar à meta com ele ao lado, isso seria pedir problemas".
Assim, enquanto se prepara
para a derradeira vénia numa competição que marcou a sua vida, Schurter olha
para o futuro com otimismo. Para ele, a entrada de ciclistas vindos da estrada
ou do ciclocrosse assegura a relevância e o crescimento do BTT num panorama
cada vez mais global do ciclismo.
A grande questão é se Van der
Poel será capaz de transformar essa promessa em arco-íris esta tarde. Mas com o
apoio explícito de um dos maiores campeões da história, poucos ousarão duvidar
da sua legitimidade como candidato ao título.
Pode visualizar este artigo
em: https://ciclismoatual.com/btt/as-pessoas-que-dizem-que-ele-nao-tem-capacidade-tecnica-estao-simplesmente-erradas-a-lenda-do-btt-apoia-o-desafio-de-mathieu-van-der-poel-no-campeonato-do-mundo
Sem comentários:
Enviar um comentário