Pogacar e Evenepoel criticam postura defensiva de Vingegaard e Visma no Tour
Por: Lusa
Foto: AFP
Tadej Pogacar e Remco
Evenepoel uniram-se este domingo nas críticas à Visma-Lease a Bike, com o
camisola amarela a acusar a equipa neerlandesa de subestimar os outros
candidatos e o ciclista belga a criticar Jonas Vingegaard pelas táticas
defensivas.
“Os da Visma só olham para mim
e subestimam os outros. Acredito que podem pagar por isso”, defendeu o ciclista
esloveno da UAE Emirates.
Pogacar atacou repetidamente
nos setores de gravilha da nona etapa, que teve início e final em Troyes, mas a
equipa neerlandesa respondeu a todos os seus ataques, embora Vingegaard tenha
ficado distanciado numa ocasião, com Matteo Jorgenson a ter de deixar o
camisola amarela seguir para ajudar o seu líder dinamarquês.
O duas vezes campeão do Tour
(2020 e 2021) e "vice" das duas últimas edições foi ainda mais longe,
mencionando o momento em que ele e Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step)
conseguiram uma vantagem de cerca de 40 segundos para os adversários da geral,
a mais de 70 quilómetros da meta, e "engataram" num grupo em fuga,
antes de abdicarem da iniciativa, perante a falta de colaboração do chefe de
fila da Visma-Lease a Bike.
“Podíamos ter ganhado tempo e
consolidar o pódio. A Visma está fixada em mim e isso pode sair-lhes caro”,
insistiu, antes de defender o seu arquirrival: “Creio que se não tivesse havido
ordens da equipa, teria sido diferente. Ele tinha companheiros no pelotão, mas
só pensam na minha roda, não na do Remco ou do Primoz [Roglic]”.
Também Evenepoel, que já tinha
mostrado todo o seu descontentamento na estrada, criticou a postura do
bicampeão em título, defendendo que foi “uma pena” que Vingegaard não tivesse
colaborado com ele e "Pogi".
“A corrida pode ter terminado
ali. É a sua tática, não podemos fazer nada. Eles [Visma] vão correr na
defensiva e há que aceitar, mas foi estranho. Estávamos juntos os três
favoritos e uma vantagem de uns 40 segundos. Se tivéssemos, juntávamo-nos ao
grupo da frente e teria sido letal”, acrescentou o jovem belga.
O líder da Soudal Quick-Step,
que é segundo na geral, a 33 segundos do camisola amarela, acabou também por
beneficiar da postura da equipa neerlandesa, uma vez que Vingegaard escusou-se
a colaborar com Pogacar num dos seus ataques, quando Evenepoel tinha ficado
para trás.
“Sabia que me iam atacar e,
num dos setores, não me colocaram bem e acabei por ser surpreendido”, admitiu,
considerando ainda assim que foi “uma boa jornada”.
Alvo das críticas dos homens
que o precedem na geral, o terceiro classificado explicou qual era o plano da
sua equipa.
“Não pensávamos em puxar nos
ataques, era melhor para nós recuperar mais companheiros para o caso de haver
algum imprevisto. O nosso objetivo nesta etapa era não perder tempo, por isso
era melhor esperar”, esclareceu o dinamarquês, que fez parte da etapa na
bicicleta de Jan Tratnik, depois de o esloveno lha ter dado quando furou.
O bicampeão em título, que
está a 1.15 minutos de Pogacar, insistiu que este tipo de etapas, com estradas
por asfaltar, são mais favoráveis ao camisola amarela, que por isso “se
distanciou em vários momentos”.
“Mas estou satisfeito por ter
podido alcançá-lo e não ter perdido tempo nesta jornada que era perigosa para
mim”, completou, antes de considerar que tiradas como as de hoje são um “risco
desnecessário” numa corrida como a Volta a França.
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