Iúri Leitão conquista título histórico
Por: José Carlos Gomes
O português Iúri Leitão
conquistou este domingo o título mundial de omnium, no Velódromo Sri Chris Hoy,
em Glasgow, Escócia. É a primeira medalha de ouro do ciclismo de pista nacional
em Campeonatos do Mundo de Elite.
O corredor português entrou
autoritário no concurso de omnium. No scratch, primeira prova pontuável, Iúri
Leitão esperou pelo momento certo, perto do final, para desferir um ataque que
lhe deu cerca de meia-volta de vantagem, que ninguém conseguiu fechar, tendo o
português sido o primeiro.
Na corrida tempo o resultado
foi o mesmo, mas o modus operandi foi o inverso. Atacou logo no início, foi
somando pontos a cada volta e, quando já tinha amealhado doze, concluiu a
dobragem ao pelotão para somar mais vinte e, assim, garantir uma margem que lhe
deu o triunfo também nesta prova.
Seguiu-se a eliminação, na qual o corredor da Seleção Nacional também esteve ao melhor nível, conseguindo a segunda posição. Com este desempenho, Iúri Leitão chegou à decisiva corrida por pontos no topo da classificação geral, com 118 pontos e uma vantagem superior a 20 pontos sobre os adversários mais diretos.
A corrida por pontos foi muito
atacada, mas Iúri Leitão reservou energias na primeira parte da prova, passando
também ao ataque nos dois terços finais da corrida de 25 quilómetros. Segurou o
primeiro lugar com inteligência tática e com capacidade física, conquistando a
primeira camisola arco-íris de Portugal na categoria de elite na vertente de
pista.
Iúri Leitão fechou o concurso
de omnium com 187 pontos, mais dois do que o francês Benjamin Thomas e mais 14
do que o japonês Shunsuke Imamura, que também subiram ao pódio. “Ainda é difícil habituar-me à ideia de que conquistei a
medalha mais importante do ciclismo de pista português, mas, sim tenho noção
disse”, reagiu o corredor, momentos antes da subida ao pódio.
“As oportunidades apareceram nas duas primeiras corridas, porque estava no sítio certo à hora certa e tinha as pernas certas para fazer o que era necessário. Foram duas provas que foram simples por esse aproveitamento tático. A eliminação já foi mais exigente fisicamente e fiquei um pouco mãos ‘tocado’. A primeira metade da corrida por pontos foi a gerir as forças e as sensações, que não eram as melhores. Na segunda metade foi apostar tudo e deixar tudo na pista para trazer este título”, descreveu o novo campeão mundial de omnium.
O selecionador nacional
revelou-se exultante com o resultado. “Acabámos
de conquistar a medalha mais importante de todo o percurso que temos vindo a
fazer até aqui. Um título na categoria absoluta, na disciplina olímpica de
omnium e perante adversários do mais alto nível, de facto, é o ponto máximo dos
nossos resultados”, afirma Gabriel Mendes.
O responsável técnico destaca
ainda a importância do resultado para a qualificação olímpica, mas não admite
festejos antecipados. “Este primeiro lugar
coloca-nos numa excelente posição para abordarmos a segunda fase de
qualificação, mas temos ainda mais três provas elegíveis para o ranking.
Portanto, não gosto de fazer festejos antes do final. Temos de continuar a
trabalhar com humildade, esforço e dedicação. Nesta disciplina como também no
madison”, avisa o selecionador.
Ivo Oliveira foi o outro
português em pista neste domingo e também teve um excelente desempenho. O
gaiense estabeleceu a nova melhor marca nacional em perseguição individual,
completando o contrarrelógio de quatro quilómetros em 4’06’’407, menos 297
milésimos do que o anterior máximo, que também lhe pertencia.
O registo de Ivo Oliveira foi
conseguido na qualificação, o que lhe valeu aceder à corrida de disputa da
medalha de bronze com o italiano Jonathan Milan. O transalpino conseguiu ser
melhor na corrida decisiva, deixando Ivo Oliveira num excelente quarto posto,
entre 27 participantes. O italiano Filippo Ganna ganhou a medalha de ouro
graças a uma ponta final fora de série, relegando o britânico Daniel Bigham
para o segundo posto.
“A
qualificação foi muito boa. Depois dos dois que fazem tempos astronómicos, eu e
o Milan estivemos a par. Na final só tinha de me focar em mim. Tive uma quebra
no final, o que não permitiu chegar à medalha. Mas dei o meu melhor e, para o
pouco trabalho que tenho de pista, foi muito bom. Estou muito orgulhoso do meu
trabalho e do trabalho de todo o staff”, resumiu Ivo Oliveira.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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