O português João Almeida (UAE Emirates) é quarto, a 22 segundos do líder, e na frente da classificação da juventude
Por: Lusa
O ciclista dinamarquês Magnus
Cort juntou uma vitória na Volta a Itália a triunfos no Tour e na Vuelta, após
vencer a 10.ª etapa, marcada pelas muitas quedas, frio e chuva, e pela estreia
de Geraint Thomas de rosa.
O corredor da EF
Education-Easy Post, de 30 anos, cumpriu os 196 quilómetros entre Scandiano e
Viareggio em 4:51.15 horas, batendo num sprint a três os companheiros da
escapada do dia, muito acidentado devido à chuva e ao mau tempo, com o
canadiano Derek Gee (Israel-Premier Tech) em segundo e o italiano Alessandro de
Marchi (Jayco AlUla) em terceiro.
Na geral, o britânico Geraint
Thomas (INEOS) segue na frente após o abandono, devido à covid-19, do belga
Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), anterior líder, sendo secundado pelo
esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), segundo a dois segundos, e pelo
companheiro de equipa britânico Tao Geoghegan Hart, terceiro a cinco.
O português João Almeida (UAE
Emirates) é quarto, a 22 segundos do líder, e na frente da classificação da
juventude.
Depois de seis triunfos na
Vuelta e dois no Tour, o dinamarquês completou o ‘hat-trick’ nas grandes Voltas, algo que o compatriota Mads
Pedersen (Trek-Segafredo) também tinha feito nesta edição, e voltou a vencer em
2023, ano em que tinha conquistado duas etapas e a camisola dos pontos na Volta
ao Algarve.
Longe do ‘caos’ no
pelotão e grupo de favoritos, a fuga foi rolando até à meta com a incerteza a
pairar, sobre se conseguiriam chegar antes de serem alcançados, mas a disputa a
três foi definida pela lei do mais forte.
Cort seria sempre o favorito
e, apesar de De Marchi lançar primeiro, acabou em terceiro, com o canadiano
Derek Gee uma segunda vez em segundo, em novo dia em que mostrou credenciais
para mais do que a ‘secundária’ Israel-Premier Tech.
“É
fantástico conseguir [o triplete]. Hoje, foi tão duro, dos dias mais duros que
tive em cima duma bicicleta. Ganhar é inacreditável. [...] Não me lembro de
puxar um dia inteiro como hoje, ao longo de cinco horas e só três ou quatro
tipos... Em alguns pontos, estava tão confuso ali no frio, sem o rádio a
funcionar”, descreveu.
A confusão na fuga - que a
certo ponto também foi integrada pelo italiano Davide Bais (EOLO Kometa),
reforçado líder da montanha - aconteceu após uma grande luta para integrar a
escapada do dia perante uma INEOS a acostumar-se ao papel de guarda ao líder, e
espelhou o que foi acontecendo no pelotão, das quedas ao frio que ‘gelou’ os
corredores ao longo do dia.
A tirada de hoje mais parecia
uma corrida de eliminação, entre os corredores que não alinharam à partida e os
que abandonaram durante a corrida - houve 12 desistências -, fora os que caíram
e perderam muito tempo.
O russo Aleksandr Vlasov
(BORA-hansgrohe) saiu e deixou vazio outro espaço do ‘top 10’, depois de um primeiro dia de
descanso, na segunda-feira, marcado pela saída abrupta do líder.
O australiano Jay Vine (UAE
Emirates) foi uma das vítimas do dia, ao perder mais de 11 minutos para a
frente da corrida após uma queda sem mazelas, será um ‘supergregário’
para João Almeida ou procurará vitórias em etapa.
Reduzido a 150 ciclistas, o
pelotão ‘tiritou’ ao longo do Passo dele Radici e, depois, seguiu
em modo de convalescença até à meta, sem que as equipas de sprinters se
entendessem para a perseguição, porque alguns dos velocistas não recuperaram ou
por outros azares o italiano Alberto Bettiol (EF Education-Easy Post) ‘atropelou’ um
membro da organização que se colocou na estrada, a meio da assistência a outro
ciclista caído.
No meio deste ‘caos’ molhado
e gelado, os candidatos à geral que resistem juntaram-se e seguiram até à meta,
protegendo-se para batalhas vindouras numa ‘corsa rosa’ afetada pela covid-19 e
pelos azares que têm tornado imprevisíveis os dias na estrada.
Reforçada está a INEOS, que
tem cinco ciclistas nos primeiros 11 lugares da geral, incluindo o líder,
enquanto João Almeida lidera a juventude e está de fora do pódio a esperar pela
montanha para pressionar Thomas, Roglic e Geoghegan Hart.
“Não foram
condições ideais para estrear a ‘maglia rosa’. Tivemos muitos ataques no
início, muito frio no topo e, depois, uma descida louca, com a tentativa de
anular a fuga a seguir-se. Muita coisa a passar-se, num dia em que estou feliz
por continuar, dado que não tomo nada por garantido nesta corrida”,
analisou o veterano líder do Giro, campeão do Tour2018.
Na quarta-feira, a 11.ª etapa
liga Camaiore a Tortona em 219 quilómetros, com três contagens de montanha,
duas de terceira e uma de quarta categoria.
Fonte: Sapo on-line
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