Por: José Carlos Gomes
O português António Morgado conquistou, nesta
madrugada, a medalha de prata na prova de fundo para juniores do Campeonato do
Mundo de Estrada, em Wollongong, Austrália.
Portugal prometeu discutir a corrida de 135,6
quilómetros e cumpriu. A Seleção Nacional acelerou a corrida na primeira das
oito voltas ao circuito australiano, promovendo a primeira triagem de valores.
A partir da terceira volta começou o festival de António Morgado. O português desferiu inúmeros ataques, eliminando adversários atrás de adversários. As movimentações mais fortes de Morgado foram-se sucedendo a cada passagem no ponto mais duro do traçado, a subida do monte Pleasant (1100 metros com inclinação média de 7,7 por cento e trocos acima dos dez por cento).
Na penúltima passagem por essa dificuldade, o
chefe-de-fila de Portugal desferiu um ataque poderosíssimo, que deixou o grupo
da frente com cerca de dez unidades. Não satisfeito, Morgado atacou novamente,
a 18 quilómetros da meta, na entrada para a última volta.
Desta vez, o natural das Caldas da Rainha isolou-se e
teve legítimas esperanças de conquistar a camisola arco-íris, pois chegou a
dispor de mais de 20 segundos sobre os rivais mais diretos. Só que o alemão
Emil Herzog também estava muito forte e conseguiu juntar-se ao português a três
quilómetros da meta.
A discussão do título ficou guardada para um sprint a dois. Aí, ao fim de 3h11m07s de prova (média de 42,6 km/h), o germânico foi mais forte. António Morgado foi o segundo classificado e conseguiu o melhor resultado de sempre para Portugal em provas de fundo para juniores dos Mundiais de estrada. O terceiro classificado, a 55 segundos, foi o belga Vlad van Mechelen.
Gonçalo Tavares, que fez praticamente toda a corrida
no grupo dos favoritos, foi o 18.º, a 2m48s. Daniel Lima foi 38.º, a 11m50s.
Tiago Nunes foi 58.º, a 13m31s. José Bicho não terminou a prova.
“O António Morgado fez mais uma grande
corrida. Em todos os anos que já levo como selecionador – e passaram pelas
minhas mãos todos os melhores corredores portugueses dos últimos anos nunca vi,
em júnior, um ciclista capaz de fazer o que o António faz. Aquilo que hoje
todos puderam ver pela televisão, ele faz sempre. São demonstrações de força
impressionantes”, considera o selecionador nacional, José Poeira.
Lendo a corrida desta madrugada, o responsável técnico
considera que António Morgado fez bem em atacar de longe, “eliminou logo muitos adversários e garantiu uma medalha.
No sprint poderia ter arrancado um pouco mais tarde, explorando mais a roda do
alemão, mas o desempenho global é excelente”.
Fonte: Federação Portuguesa Ciclismos
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