quarta-feira, 3 de agosto de 2022

“Antevisão da Volta a Portugal equipa a equipa”


A Volta a Portugal Continente inicia-se nesta quinta-feira, com um prólogo, em Lisboa, e termina no dia 15 de agosto, com um contrarrelógio individual, entre o Porto e Gaia. Ao longo de onze dias de competição serão muitos os protagonistas do maior evento desportivo do país. Olhámos para as 18 equipas e para os 125 corredores inscritos e apresentamos alguns nomes que, provavelmente, darão que falar durante a competição.

 

Caja Rural - Seguros RGA

 

Presença assídua nas corridas internacionais que se disputam em Portugal, a Caja Rural-Seguros RGA surge na Volta com um elenco jovem, que inclui dois dos estagiários que equipa incorporou no plantel no dia 1 de agosto, o campeão espanhol de sub-23, Joseba López, e Andoni López de Abetxuko. Prevê-se que a Caja Rural-Seguros RGA tente bater-se por etapas e pelas classificações da montanha e da juventude. Nesta última, Jokin Murguialday poderá ser candidato, mas terá de recuperar o nível que lhe valeu o terceiro lugar no Troféu Joaquim Agostinho de 2021, patamar de forma que nunca mais evidenciou em resultados.

 

Human Powered Health

 

Os estadunidenses também são visita frequente às corridas portuguesas. Foram protagonistas na Volta a Portugal do ano passado, conquistando três etapas, duas das quais por intermédio do atual campeão de fundo dos Estados Unidos, Kyle Murphy, inscrito para a edição de 2022. A Human Powered Health surge com um bloco muito experiente, que já conhece a forma de correr na Volta a Portugal e que, desse modo, deve abdicar da presença nos primeiros da geral em favor da tentativa de ganhar etapas.

 

Burgos-BH

 

Com a Volta a Portugal parcialmente coincidente com a Volta a Burgos e em datas incompatíveis com a Volta a Espanha, a formação burgalesa preferiu apresentar os nomes mais fortes na corrida espanhola de preparação para a Vuelta. Óscar Pelegrí, que representou equipas portuguesas entre 2018 e 2020, é uma opção da Burgos-BH para discutir as etapas que terminem ao sprint, tarefa que também poderá ser assumida por Alex Molenaar. Adriá Moreno, 13.º em 2021, deverá ser a aposta da equipa para a geral.

 

Euskaltel-Euskadi

 

Juan José Lobato soma duas vitórias desde o início da época de 2019. Ambas foram conseguidas na Volta ao Alentejo, na primeira etapa da edição de 2021 e na última tirada de 2022. É candidato a vencer as eventuais chegadas ao sprint e uma das melhores opções da Euskaltel-Eukadi para conseguir protagonismo da Volta a Portugal. Xabier Isasa tem qualidade para disputar as primeiras posições na classificação da juventude.

 

Wildlife Generation Pro Cycling

 

A ausência de última hora do romeno Serghei Tvetcov deixa sobre os ombros do australiano Jonathan Clarke a responsabilidade de bater-se pelas posições cimeiras da classificação. Para os sprints há que contar com o mexicano Ulises Castillo e com o estadunidense Kent Ross.

 

Java Kiwi Atlantico

 

É uma equipa baseada na Galiza, apesar de correr com licença venezuelana. O elemento mais conceituado desta estrutura é Xavier Cañellas, corredor de pista espanhol, que passou duas épocas na Caja Rural-Seguros RGA sem resultados de monta. O panamiano Roberto González também tem experiência ProTeam, na Vini Zabu, mas não conseguiu ainda vingar no circuito europeu.

 

Glassdrive-Q8-Anicolor

 

Dominadora da época de 2022 em Portugal, a Glassdrive-Q8-Anicolor aspira a conquistar a Volta, um ano depois de vencer seis etapas, mas perder a camisola amarela por apenas 10 segundos, após Mauricio Moreira ter caído no contrarrelógio final e de ter sido penalizado em 40 segundos por duplo abastecimento irregular na serra da Estrela. Não é certo é que o uruguaio seja o ás de trunfo em 2022. Mauricio Moreira chega à Volta, prova de 11 dias, com apenas 10 dias de corrida completados em 2022, ano em que nunca competiu durante mais de quatro dias consecutivos GP O Jogo, em abril. Em contrapartida, Frederico Figueiredo afirmou-se definitivamente como o trepador de referência do pelotão nacional. A nova chegada em alto, no Observatório de Vila Nova (Miranda do Corvo), juntando-se à Torre e à Senhora da Graça, transforma Figueiredo no principal candidato ao triunfo. Rafael Reis é um sério candidato a vencer o prólogo e o contrarrelógio de encerramento e António Carvalho ajuda a dar consistência ao coletivo e abre o leque de opções táticas ao dispor do diretor desportivo, Rúben Pereira.

 

Trinity Racing

 

A formação britânica aposta nos jovens talentos. Será interessante perceber até onde poderão chegar numa corrida exigente, perante um pelotão muito mais experimentado. Os escolhidos pela Trinity Racing para a Volta a Portugal são todos ciclistas sub-23, alguns ainda de primeiro ano. Oliver Rees é o principal nome a ter em conta na batalha pelo estatuto de melhor jovem da competição.

 

Efapel Cycling

 

O bloco dirigido por José Azevedo é dos mais consistentes de todo o pelotão. Não podendo afirmar-se que alberga um favorito ao triunfo final, é lícito dizer que tem vários ciclistas em condições de lutar pelas posições cimeiras. Pela regularidade ao longo da temporada, Joaquim Silva e Tiago Antunes estão nessa posição, mas o experiente Henrique Casimiro também sabe o que é terminar no top 10. Para os sprints, Rafael Silva é uma escolha lógica.

 

Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados

 

Rei da montanha em 2015 e em 2021, Bruno Silva será uma das “setas” da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados na luta pelo protagonismo. Sem um ciclista que, em teoria, coloque os mortaguenses como candidatos ao top 10 da geral, as chegadas ao sprint serão também oportunidades para os comandados de Gustavo César Veloso darem nas vistas. Neste aspeto, João Matias é a principal garantia.

 

Kelly-Simoldes-UDO

 

A Kelly-Simoldes-UDO aposta, sobretudo, na juventude e terá na camisola de melhor jovem um dos alvos. Candidatos a essa conquista há pelo menos três no coletivo oliveirense - Afonso Silva, António Ferreira e Hélder Gonçalves-, dependendo do estado de forma e da evolução da corrida. Para outros voos, o experiente César Fonte e o vencedor da Taça de Portugal, Luís Gomes, são apostas para estar nas fugas e vencer etapas em grupos restritos.

 

Electro Hiper Europa-Caldas

 

Mais uma equipa sediada em Espanha com licença registada na América Latina, neste caso, na Colômbia. O espanhol Marcos Jurado, que representou a Efapel em 2018 e 2019, e o colombiano Heberth Gutiérrez serão as principais referências, num coletivo em que a presença nas fugas deverá ser a melhor opção para conquistar visibilidade, apesar de o espanhol Pablo Alonso ter sido quinto classificado na Clássica da Arrábida deste ano, o que poderá ser um cartão de visita interessante em algumas etapas com perfil semelhante - chegada ao sprint após percurso ondulado.

 

Rádio Popular-Paredes-Boavista

 

A despedida da estrada de Tiago Machado, um dos melhores corredores da sua geração, é uma nota de destaque da participação boavisteira na Volta. Mas o famalicense não pretende apenas dizer adeus à Volta, quererá testar-se e estar o mais perto possível dos primeiros, desidrato a que também aspira Luís Fernandes. Hugo Nunes é um crónico candidato à classificação da montanha e César Martingil terá oportunidade de mostrar a boa ponta final nas chegadas apontadas para os sprinters.

 

Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel

 

Nos últimos anos, Vidal Fitas tem optado por uma estratégia de corrida apostada na frieza e no aproveitamento da rivalidade entre as equipas com maior grau de favoritismo. É de crer que repita o posicionamento, procurando beneficiar da rivalidade entre a Glassdrive-Q8-Anicolor. Para que o Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel tenha sucesso será necessário que os experientes galegos Alejandro Marque e Délio Fernández correspondam com a expectável regularidade.

 

ABTF-Feirense

 

Numa corrida com três chegadas em alto e sendo uma delas a muito exigente escalada ao Observatório de Vila Nova, os trepadores puros têm mais oportunidades de estar na discussão da Volta do que em edições anteriores. Por isso, André Cardoso tem legítimas aspirações de levar a camisola da ABTF-Feirense, no mínimo, ao top 10 da edição de 2022 da corrida. A classificação da montanha, que os feirenses ganharam no ano passado, é outra meta alcançável para os comandados de Joaquim Andrade.

 

Aviludo-Louletano-Loulé Concelho

 

Regressado ao Aviludo-Louletano-Loulé Concelho após uma época ao serviço do Feirense, o espanhol Vicente García de Mateos aspira a disputar o pódio na Volta a Portugal. Para isso terá de recuperar a forma das épocas de 2016 a 2018, em que terminou a corrida três anos consecutivos entre os dez mais. Num bloco experiente, destaque ainda para o argentino Tomás Contte, homem rápido que pode garantir sucesso nas chegadas em grupo.

 

LA Alumínios-Credibom-MarcosCar

 

A mais jovem das equipas portuguesas em prova não esconde ao que vem: quer bater-se pela classificação da juventude, contando para isso com várias opções, destacando-se o açoriano João Medeiros, que tem dado boa conta em corridas estritamente para sub-23, sobretudo quando a montanha está presente. A presença nas fugas é outra marca identitária deste coletivo, que, por essa via, tentará também entrar na discussão de etapas e da classificação da montanha.

 

BAI Sicasal Petro de Luanda

 

A BAI Sicasal Petro de Luanda reforçou-se com ciclistas de referência do pelotão amador espanhol, perdendo identidade angolana mas ganhando, previsivelmente, a irreverência de jovens que já deixaram a categoria sub-23 e almejam um lugar no pelotão profissional. O destaque vai para o uruguaio Antonio Eric Fagundez, segundo no GP de Mortágua e vencedor da Volta a Zamora, e para o espanhol Iñigo González, décimo no GP Douro Internacional.

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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