A Volta a Portugal Continente inicia-se nesta quinta-feira, com um prólogo, em Lisboa, e termina no dia 15 de agosto, com um contrarrelógio individual, entre o Porto e Gaia. Ao longo de onze dias de competição serão muitos os protagonistas do maior evento desportivo do país. Olhámos para as 18 equipas e para os 125 corredores inscritos e apresentamos alguns nomes que, provavelmente, darão que falar durante a competição.
Caja
Rural - Seguros RGA
Presença assídua nas corridas
internacionais que se disputam em Portugal, a Caja Rural-Seguros RGA surge na
Volta com um elenco jovem, que inclui dois dos estagiários que equipa
incorporou no plantel no dia 1 de agosto, o campeão espanhol de sub-23, Joseba
López, e Andoni López de Abetxuko. Prevê-se que a Caja Rural-Seguros RGA tente
bater-se por etapas e pelas classificações da montanha e da juventude. Nesta
última, Jokin Murguialday poderá ser candidato, mas terá de recuperar o nível
que lhe valeu o terceiro lugar no Troféu Joaquim Agostinho de 2021, patamar de
forma que nunca mais evidenciou em resultados.
Human
Powered Health
Os estadunidenses também são
visita frequente às corridas portuguesas. Foram protagonistas na Volta a
Portugal do ano passado, conquistando três etapas, duas das quais por
intermédio do atual campeão de fundo dos Estados Unidos, Kyle Murphy, inscrito
para a edição de 2022. A Human Powered Health surge com um bloco muito
experiente, que já conhece a forma de correr na Volta a Portugal e que, desse
modo, deve abdicar da presença nos primeiros da geral em favor da tentativa de
ganhar etapas.
Burgos-BH
Com a Volta a Portugal
parcialmente coincidente com a Volta a Burgos e em datas incompatíveis com a
Volta a Espanha, a formação burgalesa preferiu apresentar os nomes mais fortes
na corrida espanhola de preparação para a Vuelta. Óscar Pelegrí, que
representou equipas portuguesas entre 2018 e 2020, é uma opção da Burgos-BH
para discutir as etapas que terminem ao sprint, tarefa que também poderá ser
assumida por Alex Molenaar. Adriá Moreno, 13.º em 2021, deverá ser a aposta da
equipa para a geral.
Euskaltel-Euskadi
Juan José Lobato soma duas
vitórias desde o início da época de 2019. Ambas foram conseguidas na Volta ao
Alentejo, na primeira etapa da edição de 2021 e na última tirada de 2022. É
candidato a vencer as eventuais chegadas ao sprint e uma das melhores opções da
Euskaltel-Eukadi para conseguir protagonismo da Volta a Portugal. Xabier Isasa
tem qualidade para disputar as primeiras posições na classificação da
juventude.
Wildlife
Generation Pro Cycling
A ausência de última hora do
romeno Serghei Tvetcov deixa sobre os ombros do australiano Jonathan Clarke a
responsabilidade de bater-se pelas posições cimeiras da classificação. Para os sprints
há que contar com o mexicano Ulises Castillo e com o estadunidense Kent Ross.
Java Kiwi
Atlantico
É uma equipa baseada na
Galiza, apesar de correr com licença venezuelana. O elemento mais conceituado
desta estrutura é Xavier Cañellas, corredor de pista espanhol, que passou duas
épocas na Caja Rural-Seguros RGA sem resultados de monta. O panamiano Roberto
González também tem experiência ProTeam, na Vini Zabu, mas não conseguiu ainda
vingar no circuito europeu.
Glassdrive-Q8-Anicolor
Dominadora da época de 2022 em
Portugal, a Glassdrive-Q8-Anicolor aspira a conquistar a Volta, um ano depois
de vencer seis etapas, mas perder a camisola amarela por apenas 10 segundos,
após Mauricio Moreira ter caído no contrarrelógio final e de ter sido
penalizado em 40 segundos por duplo abastecimento irregular na serra da
Estrela. Não é certo é que o uruguaio seja o ás de trunfo em 2022. Mauricio
Moreira chega à Volta, prova de 11 dias, com apenas 10 dias de corrida
completados em 2022, ano em que nunca competiu durante mais de quatro dias
consecutivos GP O Jogo, em abril. Em contrapartida, Frederico Figueiredo
afirmou-se definitivamente como o trepador de referência do pelotão nacional. A
nova chegada em alto, no Observatório de Vila Nova (Miranda do Corvo),
juntando-se à Torre e à Senhora da Graça, transforma Figueiredo no principal
candidato ao triunfo. Rafael Reis é um sério candidato a vencer o prólogo e o
contrarrelógio de encerramento e António Carvalho ajuda a dar consistência ao
coletivo e abre o leque de opções táticas ao dispor do diretor desportivo,
Rúben Pereira.
Trinity
Racing
A formação britânica aposta
nos jovens talentos. Será interessante perceber até onde poderão chegar numa
corrida exigente, perante um pelotão muito mais experimentado. Os escolhidos
pela Trinity Racing para a Volta a Portugal são todos ciclistas sub-23, alguns
ainda de primeiro ano. Oliver Rees é o principal nome a ter em conta na batalha
pelo estatuto de melhor jovem da competição.
Efapel
Cycling
O bloco dirigido por José
Azevedo é dos mais consistentes de todo o pelotão. Não podendo afirmar-se que
alberga um favorito ao triunfo final, é lícito dizer que tem vários ciclistas
em condições de lutar pelas posições cimeiras. Pela regularidade ao longo da
temporada, Joaquim Silva e Tiago Antunes estão nessa posição, mas o experiente
Henrique Casimiro também sabe o que é terminar no top 10. Para os sprints,
Rafael Silva é uma escolha lógica.
Tavfer-Mortágua-Ovos
Matinados
Rei da montanha em 2015 e em
2021, Bruno Silva será uma das “setas” da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados na
luta pelo protagonismo. Sem um ciclista que, em teoria, coloque os mortaguenses
como candidatos ao top 10 da geral, as chegadas ao sprint serão também
oportunidades para os comandados de Gustavo César Veloso darem nas vistas.
Neste aspeto, João Matias é a principal garantia.
Kelly-Simoldes-UDO
A Kelly-Simoldes-UDO aposta,
sobretudo, na juventude e terá na camisola de melhor jovem um dos alvos.
Candidatos a essa conquista há pelo menos três no coletivo oliveirense - Afonso
Silva, António Ferreira e Hélder Gonçalves-, dependendo do estado de forma e da
evolução da corrida. Para outros voos, o experiente César Fonte e o vencedor da
Taça de Portugal, Luís Gomes, são apostas para estar nas fugas e vencer etapas
em grupos restritos.
Electro
Hiper Europa-Caldas
Mais uma equipa sediada em
Espanha com licença registada na América Latina, neste caso, na Colômbia. O
espanhol Marcos Jurado, que representou a Efapel em 2018 e 2019, e o colombiano
Heberth Gutiérrez serão as principais referências, num coletivo em que a
presença nas fugas deverá ser a melhor opção para conquistar visibilidade,
apesar de o espanhol Pablo Alonso ter sido quinto classificado na Clássica da
Arrábida deste ano, o que poderá ser um cartão de visita interessante em
algumas etapas com perfil semelhante - chegada ao sprint após percurso
ondulado.
Rádio
Popular-Paredes-Boavista
A despedida da estrada de
Tiago Machado, um dos melhores corredores da sua geração, é uma nota de
destaque da participação boavisteira na Volta. Mas o famalicense não pretende
apenas dizer adeus à Volta, quererá testar-se e estar o mais perto possível dos
primeiros, desidrato a que também aspira Luís Fernandes. Hugo Nunes é um
crónico candidato à classificação da montanha e César Martingil terá
oportunidade de mostrar a boa ponta final nas chegadas apontadas para os
sprinters.
Atum
General-Tavira-AP Maria Nova Hotel
Nos últimos anos, Vidal Fitas
tem optado por uma estratégia de corrida apostada na frieza e no aproveitamento
da rivalidade entre as equipas com maior grau de favoritismo. É de crer que
repita o posicionamento, procurando beneficiar da rivalidade entre a
Glassdrive-Q8-Anicolor. Para que o Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel
tenha sucesso será necessário que os experientes galegos Alejandro Marque e
Délio Fernández correspondam com a expectável regularidade.
ABTF-Feirense
Numa corrida com três chegadas
em alto e sendo uma delas a muito exigente escalada ao Observatório de Vila
Nova, os trepadores puros têm mais oportunidades de estar na discussão da Volta
do que em edições anteriores. Por isso, André Cardoso tem legítimas aspirações
de levar a camisola da ABTF-Feirense, no mínimo, ao top 10 da edição de 2022 da
corrida. A classificação da montanha, que os feirenses ganharam no ano passado,
é outra meta alcançável para os comandados de Joaquim Andrade.
Aviludo-Louletano-Loulé
Concelho
Regressado ao
Aviludo-Louletano-Loulé Concelho após uma época ao serviço do Feirense, o espanhol
Vicente García de Mateos aspira a disputar o pódio na Volta a Portugal. Para
isso terá de recuperar a forma das épocas de 2016 a 2018, em que terminou a
corrida três anos consecutivos entre os dez mais. Num bloco experiente,
destaque ainda para o argentino Tomás Contte, homem rápido que pode garantir
sucesso nas chegadas em grupo.
LA
Alumínios-Credibom-MarcosCar
A mais jovem das equipas
portuguesas em prova não esconde ao que vem: quer bater-se pela classificação
da juventude, contando para isso com várias opções, destacando-se o açoriano
João Medeiros, que tem dado boa conta em corridas estritamente para sub-23,
sobretudo quando a montanha está presente. A presença nas fugas é outra marca
identitária deste coletivo, que, por essa via, tentará também entrar na
discussão de etapas e da classificação da montanha.
BAI
Sicasal Petro de Luanda
A BAI Sicasal Petro de Luanda
reforçou-se com ciclistas de referência do pelotão amador espanhol, perdendo
identidade angolana mas ganhando, previsivelmente, a irreverência de jovens que
já deixaram a categoria sub-23 e almejam um lugar no pelotão profissional. O
destaque vai para o uruguaio Antonio Eric Fagundez, segundo no GP de Mortágua e
vencedor da Volta a Zamora, e para o espanhol Iñigo González, décimo no GP
Douro Internacional.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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