Em 1989, também o antigo
ciclista conseguiu a rosa no Monte Etna
O ex-ciclista Acácio da Silva,
que em 1989 liderou a geral da Volta a Itália, ficou "contente" por
João Almeida (Deceuninck-Quick Step), que agora repete o feito, e acha que o
compatriota estará "ainda melhor" para o ano.
"É uma coisa boa. O meu
número da sorte é o 31, e vi que o João conseguiu a camisola rosa 31 anos
depois. É um bom atleta, que pode ir longe, precisa que acreditem nele. Eu
aposto nele", atira Acácio da Silva, em declarações à Lusa.
Em 1989, também o antigo
ciclista conseguiu a rosa no Monte Etna, então numa das cinco vitórias em
etapas que conseguiu no ‘Giro', e vestiu a camisola de líder durante dois dias,
um feito que Almeida bateu na quarta-feira, depois de também arrebatar a
liderança no Etna, saindo hoje para a sexta etapa na frente.
Almeida, que se estreia em
grandes voltas e vive o primeiro ano do escalão WorldTour, tem, ainda assim, de
"ter calma": "Não tem de gastar forças quando não é preciso,
está a equipa lá para ele. Três semanas são largas semanas. Pode ter um dia, um
momento mau, e vai logo tudo por água abaixo", alerta.
Ainda assim, está
"contente" pelo compatriota, também porque "é importante mostrar
ao pelotão internacional que Portugal vive o ciclismo como os outros e que tem
bons atletas".
Com a "alegria e
motivação de chegar à noite e mostrar a camisola rosa no pódio", o
português tem de utilizar essa motivação, de "ser o líder", para
continuar a dar o melhor, mesmo que exista "uma pressão incrível"
sobre o ‘maglia rosa'.
"Na quarta-feira, o
terceiro lugar foi muito bom, mas um ‘sprint' aqui e um ‘sprint ali', quem sabe
se mais tarde não lhe faltam as forças. Tem estado bem, escondidinho, sem se
expor ao vento e com um companheiro ao lado. Está a fazer uma corrida
diligente", analisa.
Sétimo na geral em 1986, o
melhor resultado final que conseguiu, Acácio da Silva diz que "ganhar
etapas é bom", assim como andar de líder, e bate qualquer ‘top 10'.
"O terceiro lugar, o quinto, é bom para ti, mas não é bom para ninguém. As
etapas, ou a camisola rosa, é [uma coisa que] é sempre falada, tem outro
respeito", refere.
Para já, reforça, Almeida tem
de "ter as maiores reservas possíveis" de energia e
"aguentar", sendo certo que este ano "já mostrou como pode ir
longe".
"Tem de ganhar mais
experiência e ver o que é uma grande Volta. (...) Para o ano, vai estar ainda
melhor, até porque não é nada fácil correr em Itália", observa.
Andar com a camisola rosa,
compara, é "um carimbo", e essa liderança de uma grande Volta, que
Acácio também logrou na Volta a França, é "como subir de escalão na tropa,
um diploma que é reconhecido também pelo pelotão mundial".
"O João, agora, vai ser
sempre lembrado, e quando se falar da ‘maglia rosa', ele está nessa lista. Nem
eu nem o João vamos alguma vez sair daí. Temos de mostrar fora que nos podemos
bater com os grandes", remata.
Fonte: Sapo on-line
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