domingo, 5 de julho de 2020

“Ciclistas lusos no pelotão internacional querem agarrar oportunidades em 2020”


Alguns dos ciclistas portugueses a correr no pelotão WorldTour olham para o calendário de 2020, virado do ‘avesso' devido à pandemia de COVID-19, com a expectativa de correr o mais possível até ao final.
Rúben Guerreiro, que este ano se estreia na norte-americana Education First, depois de ter ‘brilhado', em 2019, na suíça Katusha-Alpecin, com um 17.º lugar na Volta a Espanha, só fez "uma corrida em 2020" e teria "um calendário preenchido", não fosse a suspensão, por largos meses, de todas as competições devido à covid-19, a partir de março.
"Foi ingrato para todos, mas é uma questão de saúde pública que está em primeiro lugar. Todo o mundo teve de abdicar. (...) É estranho correr só a partir de julho, mas é melhor que nada", confessou.
Para o resto do ano, conta poder mostrar-se em várias provas, depois de marcar presença na Prova de Reabertura em Portugal, um contrarrelógio individual de 22 quilómetros em Anadia, Aveiro.
Entre as provas previstas estão a Strade Bianche, a Milão-Sanremo ou a Volta à Lombardia, antes de um regresso para disputar os campeonatos nacionais, rumo a uma grande ambição: "Espero fazer uma grande Volta", apontou.
Na UAE Emirates correm os irmãos Ivo e Rui Oliveira, além do campeão do mundo de 2013 Rui Costa, e o trio participou no ‘crono', com Ivo a explicar que é "especial correr em Portugal" antes de enfrentarem provas do calendário internacional e de viajarem para um estágio na Serra Nevada.
Num calendário com um permanente ‘ponto de interrogação', devido à pandemia, Ivo Oliveira conta disputar o Trofeo Getxo, a Volta a Polónia e várias das clássicas no Canadá e Bélgica, além dos Nacionais.
O irmão, Rui, tem um calendário similar, ainda que vá apostar nas clássicas do ‘pavê' e está "de reserva para a ‘Vuelta'".
Para o ciclista de Vila Nova de Gaia, a paragem até acabou por ser benéfica. "Tinha fraturado uma clavícula em janeiro, foi bom porque me deu mais tempo para me preparar e voltar na máxima forma. Falta-me é ritmo, porque a última corrida de estrada que fiz foi em outubro", contou.
No segundo escalão da UCI, está a Burgos-BH, de José Neves, que pretende "dar visibilidade aos patrocinadores" e se sente bem, ainda que a incerteza sobre a Volta a Portugal, que contava correr até ter sido adiada, ainda sem nova data, possa afetar este calendário, no qual espera estar na Volta a Espanha.
Na Europa Central estará Pedro Andrade, pela norte-americana Hagens Berman Axeon, começando pelo francês Tour de l'Ain, no regresso "mais querido" desde março. "Oxalá haja muito mais este ano", desejou.
Fonte: Sapo on-line

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