domingo, 17 de agosto de 2025

“"Provavelmente viram a minha cara quando cruzei a meta, estava incrédulo" - Rory Townsend surpreende tudo e todos na Clássica de Hamburgo”


Por: Ivan Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

um desfecho que poucos poderiam antecipar, Rory Townsend assinou a melhor exibição da sua carreira para vencer a ADAC Hamburg Cyclassics, superando alguns dos sprinters mais rápidos do pelotão após resistir todo o dia integrado na fuga.

Numa corrida que reunia nomes como Jasper Philipsen, Wout van Aert, Arnaud De Lie, Biniam Girmay e Paul Magnier, foi o campeão nacional da Irlanda, em representação da Q36.5 Pro Cycling Team, quem desafiou todas as probabilidades com uma demonstração de resiliência, leitura de corrida e coragem na hora certa.

“Provavelmente viram a minha cara quando cruzei a meta, estava incrédulo”, confessou Townsend após o triunfo, visivelmente tão surpreendido quanto qualquer adepto. “É uma sensação incrível. Nunca pensei que ganhar uma corrida do World Tour fosse possível para mim, e fazê-lo com a camisola de campeão nacional é incrivelmente especial.”

 

Uma fuga pouco promissora

 

O dia do irlandês começou sem grandes ilusões. Juntamente com o colega de equipa Jannik Steimle, tentou marcar presença nas primeiras movimentações, já que o percurso de Hamburgo apontava para um desgaste natural seguido de um reagrupamento antes de um sprint massivo. No entanto, a fuga que vingou revelou-se modesta: apenas quatro ciclistas, sem nomes fortes no papel.

“Havia muito interesse em atacar cedo e pensei que, se íamos estar na frente, mais valia dar tudo”, explicou Townsend. “Mas, sinceramente, a ideia era apenas aguentar até à penúltima subida e ver o que ainda fosse possível.”

O cenário começou a mudar quando o pelotão, hesitante na perseguição e sem entendimento entre as equipas de sprinters, permitiu que a diferença se mantivesse estável. Aos poucos, os escapados começaram a acreditar que o improvável poderia transformar-se em realidade.

 

O ataque que fez a diferença

 

A 10 quilómetros do fim, a vantagem começou a cair e o pelotão parecia ter a situação controlada. Townsend, contudo, manteve um ritmo regular e guardou energias para a parte decisiva.

“Estava a ouvir constantemente as referências de tempo, sabia que o pelotão vinha a reduzir a diferença”, recordou. “Mas quando os vi, percebi que ainda havia esperança. Tenho um sprint forte e depois de um dia duro pensei em arriscar.”

A 400 metros da chegada, Townsend lançou-se num sprint ousado e antecipado. Atrás de si, Arnaud De Lie e Paul Magnier lançavam os seus sprints finais, mas o irlandês resistiu e cruzou a meta com escassos metros de vantagem, incrédulo com o feito.

 

A consagração de um guerreiro do pelotão

 

Com 29 anos, Townsend nunca foi um sprinter, mas sim um ciclista de ataque, daqueles que animam as corridas com fugas ousadas. Desta vez, a ousadia transformou-se em vitória contra um pelotão recheado de estrelas.

“Este tipo de corrida sempre me inspirou. Quando era mais jovem, via o Steve Cummings a conquistar vitórias improváveis em fugas solitárias, ele fez-me acreditar que também podia sonhar. Conseguir algo assim eu próprio, e logo aqui, é simplesmente irreal.”

O triunfo representa também um marco para a Q36.5 Pro Cycling Team, uma formação ainda em ascensão que conquista agora um dos maiores êxitos da sua curta história. Para Townsend e para a equipa, esta vitória é mais do que um resultado: é um sinal de que a crença, a perseverança e a coragem ainda podem escrever páginas históricas no ciclismo moderno.

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