Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
um desfecho que poucos
poderiam antecipar, Rory Townsend assinou a melhor exibição da sua carreira
para vencer a ADAC Hamburg Cyclassics, superando alguns dos sprinters mais
rápidos do pelotão após resistir todo o dia integrado na fuga.
Numa corrida que reunia nomes
como Jasper Philipsen, Wout van Aert, Arnaud De Lie, Biniam Girmay e Paul
Magnier, foi o campeão nacional da Irlanda, em representação da Q36.5 Pro
Cycling Team, quem desafiou todas as probabilidades com uma demonstração de resiliência,
leitura de corrida e coragem na hora certa.
“Provavelmente viram a minha
cara quando cruzei a meta, estava incrédulo”, confessou Townsend após o
triunfo, visivelmente tão surpreendido quanto qualquer adepto. “É uma sensação
incrível. Nunca pensei que ganhar uma corrida do World Tour fosse possível para
mim, e fazê-lo com a camisola de campeão nacional é incrivelmente especial.”
Uma fuga
pouco promissora
O dia do irlandês começou sem
grandes ilusões. Juntamente com o colega de equipa Jannik Steimle, tentou
marcar presença nas primeiras movimentações, já que o percurso de Hamburgo
apontava para um desgaste natural seguido de um reagrupamento antes de um sprint
massivo. No entanto, a fuga que vingou revelou-se modesta: apenas quatro
ciclistas, sem nomes fortes no papel.
“Havia muito interesse em
atacar cedo e pensei que, se íamos estar na frente, mais valia dar tudo”,
explicou Townsend. “Mas, sinceramente, a ideia era apenas aguentar até à
penúltima subida e ver o que ainda fosse possível.”
O cenário começou a mudar
quando o pelotão, hesitante na perseguição e sem entendimento entre as equipas
de sprinters, permitiu que a diferença se mantivesse estável. Aos poucos, os
escapados começaram a acreditar que o improvável poderia transformar-se em
realidade.
O ataque
que fez a diferença
A 10 quilómetros do fim, a
vantagem começou a cair e o pelotão parecia ter a situação controlada.
Townsend, contudo, manteve um ritmo regular e guardou energias para a parte
decisiva.
“Estava a ouvir constantemente
as referências de tempo, sabia que o pelotão vinha a reduzir a diferença”,
recordou. “Mas quando os vi, percebi que ainda havia esperança. Tenho um sprint
forte e depois de um dia duro pensei em arriscar.”
A 400 metros da chegada,
Townsend lançou-se num sprint ousado e antecipado. Atrás de si, Arnaud De Lie e
Paul Magnier lançavam os seus sprints finais, mas o irlandês resistiu e cruzou
a meta com escassos metros de vantagem, incrédulo com o feito.
A
consagração de um guerreiro do pelotão
Com 29 anos, Townsend nunca
foi um sprinter, mas sim um ciclista de ataque, daqueles que animam as corridas
com fugas ousadas. Desta vez, a ousadia transformou-se em vitória contra um
pelotão recheado de estrelas.
“Este tipo de corrida sempre
me inspirou. Quando era mais jovem, via o Steve Cummings a conquistar vitórias
improváveis em fugas solitárias, ele fez-me acreditar que também podia sonhar.
Conseguir algo assim eu próprio, e logo aqui, é simplesmente irreal.”
O triunfo representa também um
marco para a Q36.5 Pro Cycling Team, uma formação ainda em ascensão que
conquista agora um dos maiores êxitos da sua curta história. Para Townsend e
para a equipa, esta vitória é mais do que um resultado: é um sinal de que a
crença, a perseverança e a coragem ainda podem escrever páginas históricas no
ciclismo moderno.
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viram a minha cara quando cruzei a meta, estava incrédulo" - Rory Townsend
surpreende tudo e todos na Clássica de Hamburgo
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