Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Depois de quase duas décadas
no pelotão profissional, Jakob Fuglsang disse adeus ao ciclismo de competição
com uma última etapa emotiva no coração da Dinamarca. O ciclista de 40 anos foi
protagonista no derradeiro dia da Volta à Dinamarca 2025, atacando desde cedo
para integrar a fuga do dia, numa jornada de 157 quilómetros entre Hobro e
Silkeborg, a sua cidade natal. Embora a sonhada vitória na despedida não tenha
acontecido, o dinamarquês terminou satisfeito com o desfecho.
"Sinceramente, não
consigo imaginar um final melhor", confessou ao Feltet.dk depois de cortar
a meta na 92ª posição, mais de sete minutos após o vencedor da etapa, Mads
Pedersen. "Só tinha de tentar e ver se conseguia ser o primeiro a chegar a
Silkeborg."
Uma
despedida em palco privilegiado
A Lidl-Trek fez questão de dar
brilho ao momento, com o próprio Pedersen – que somou a sua terceira vitória em
etapas e confirmou o triunfo final na classificação geral – a ajudar Fuglsang a
entrar na fuga. "O Mads já me tinha dito ontem: 'Só precisamos de te
colocar na fuga', e o Kim Andersen (diretor-desportivo da Lidl-Trek) repetiu-o
esta manhã", revelou Fuglsang. "Por isso, sabia que estava tudo
alinhado. Esse era o plano desde o início e depois tive a ajuda do Mads, o que
foi brilhante."
Apesar da fuga ter sido
apanhada a 22 quilómetros da meta, Fuglsang aproveitou cada pedalada nas
estradas que marcaram o seu crescimento, primeiro como ciclista de BTT e mais
tarde como um vencedor de Monumentos. "Tratava-se de desfrutar do momento e
o apoio foi simplesmente incrível", destacou.
Reconhecimento
de um compatriota
Antes da partida, Mads
Pedersen fez questão de sublinhar a importância do legado do compatriota.
"Penso que todos podemos concordar que o Jakob é um dos melhores ciclistas
dinamarqueses que já tivemos", afirmou à TV2. "Venceu Monumentos, venceu
etapas do World Tour, não há muitos outros que o tenham feito. Toda a gente
sabe quantas vezes ele tentou a maldita Volta a França e depois vem um tipo da
Jutlândia do Norte e ganha duas!"
Pedersen também deixou uma
reflexão sobre o reconhecimento nem sempre proporcional às conquistas de
Fuglsang. "Acho que nós dinamarqueses, somos um pouco mimados e quando as
coisas não correm como queremos, somos igualmente rápidos a criticar. Não quero
que a capa do jornal seja 'Mads diz que os dinamarqueses são demasiado duros
com os ciclistas', mas acho que o Jakob merecia mais crédito pela carreira que
teve. Vai fazer falta no pelotão e acho que lhe devemos uma enorme salva de
palmas e respeito."
Um dos
maiores da Dinamarca
Com triunfos memoráveis na
Liège-Bastogne-Liège em 2019 e na Il Lombardia em 2020, além de múltiplas
vitórias em provas do World Tour, Fuglsang despede-se como um dos ciclistas
dinamarqueses mais bem-sucedidos da história. A sua carreira pode não ter sido
sempre acompanhada pelo mesmo nível de reconhecimento, mas a última etapa em
Silkeborg mostrou, com clareza, a admiração e o respeito que conquistou ao
longo de quase 20 anos no pelotão internacional.
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