É já neste domingo que Portugal inicia a participação no Campeonato do Mundo de Estrada, em Zurique, Suíça, alinhando com João Almeida e Nelson Oliveira no contrarrelógio de elite. O percurso exigente abre perspetivas de bom resultado para os corredores portugueses.
Os ciclistas fizeram hoje o
reconhecimento dos 46,1 quilómetros que vão ligar o velódromo de Oerlikon a
Zurique. É um exercício individual exigente sob o ponto de vista físico, pela
distância, mas também por incorporar duas subidas, entre os quilómetros 24 e
30. Também apresenta alguma dificuldade técnica, sobretudo na descida,
perigosa, após o segundo ponto alto.
A primeira subida, com dois
quilómetros de extensão, tem cinco por cento de inclinação média e termina
junto ao segundo de três pontos intermédios de cronometragem. A outra tem 1300
metros e uma inclinação média de 4,5 por cento.
“Os percursos longos e não
totalmente planos adequam-se melhor às caraterísticas dos corredores
portugueses. Temos expectativa de que o João e o Nelson consigam estar na
discussão, pelo menos, do top 10”, antecipa o selecionador nacional, José
Poeira.
Nelson Oliveira já soma seis
top 10 em mundiais de contrarrelógio na categoria de elite e não se furta a
definir tal meta como objetivo para este domingo. “Como tenho sempre dito, já
fiz vários top 10 em mundiais e o objetivo para este ano não será diferente: é
ficar nos dez primeiros. Sei que não é fácil, mas cá estaremos para dar o nosso
melhor e representar Portugal da melhor forma”, frisa o bairradino.
O corredor considera que o
contrarrelógio será “bastante rápido, porque a parte inicial é favorável a
isso. Depois temos a zona de subida, onde se poderá marcar grandes diferenças.
A fase final, plana, junto ao lago, poderá trazer dificuldades para quem tiver
gasto demasiada energia na parte inicial”.
Esta será a segunda
participação de João Almeida em contrarrelógios de elite do Campeonato do
Mundo. Em 2023 fez a prova adoentado e sem nunca ter cumprido uma distância tão
longa. Desta vez as perspetivas são melhores.
“Vai ser novamente um
contrarrelógio muito longo, mas também muito rápido, apesar das subidas. Para
ser sincero, considero a descida um bocado perigosa, com zonas um bocado
?cegas', com falta de visibilidade, e alguns ressaltos na estrada, o que não se
adequa a um contrarrelógio, mas é igual para todos. Tanto a parte das subidas
como das descidas, porque também somos bons descedores, favorece os
portugueses. É tudo uma questão de força nas pernas”, resume João Almeida.
Depois de ter abandonado a
Vuelta devido a COVID, esta será a primeira corrida, o que faz o caldense
entrar sem expectativas específicas. “Não tenho qualquer resultado em vista
como objetivo pessoal, dado que é a primeira corrida pós-Vuelta. Sei que estou
em boa forma e vou dar o meu melhor”, conclui.
O sub-23 António Morgado fez o
treino de hoje na companhia dos colegas de elite, até porque o contrarrelógio
que irá disputar, na segunda-feira, corre-se em parte do traçado da prova de
elite, incluindo as duas subidas mais exigentes.
António Morgado irá partir de
Gossau para completar 29,9 quilómetros até Zurique. Os primeiros 3,1
quilómetros são diferentes do que farão Almeida e Oliveira, mas os restantes
26,8 quilómetros são comuns. António Morgado tentará melhorar a 27.ª posição de
2023.
Ainda antes do início das
provas de fundo, Portugal competirá com Telmo Pinão e com Flávio Pacheco nos
contrarrelógios de paraciclismo, na terça-feira. Telmo Pinão, em C2, e Flávio
Pacheco, em H4, irão para a estrada depois das 10h00. O traçado de ambos é
igual, 18,8 quilómetros totalmente planos, com partida e chegada no centro da
cidade de Zurique.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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