Por: Dra. Joana Ramalho, médica da FPC
O ciclismo é uma modalidade
olímpica, popular em todo o mundo e com um impacto socioeconómico elevado, que
se associa a um grande número de lesões.
A lesão desportiva é
geralmente uma lesão músculo-esquelética que está associada à prática de
desporto que necessita da intervenção do departamento médico.
As lesões no ciclismo podem
classificar-se como agudas (lesões traumáticas) ou crónicas (lesões não
traumáticas/lesões de sobrecarga)
As lesões crónicas são mais
habituais e geralmente menos graves do que as lesões agudas, e são exemplos, as
dores com origem na coluna vertebral (cervicalgia, lombalgia), tendinopatia do
músculo psoas ilíaco, síndrome patelo-femoral, Neuropatias (compressão nervosa)
do Cubital e do Mediano entre outras. Os locais anatómicos mais frequentemente
afetados são: coluna cervical (48.8%), joelho (41.7%), região glútea (36.1%),
mãos (31.1%) e coluna lombar (30.3%). Estas lesões, ainda que menos graves,
podem gerar enorme frustração quer para o ciclista quer para o treinador e
médico pois podem afastar o atleta de competição durante períodos prolongados.
As lesões agudas,
habitualmente são resultantes de acidentes, tais como uma colisão com um
veículo motorizado (mais de 50% dos casos, sendo os mais graves), problemas com
o piso ou obstáculos no percurso; problemas mecânicos com a bicicleta (12-24%).
Destas lesões a maior parte são fraturas da clavícula ou de outro segmento do
membro superior como a cabeça do rádio e as luxações do cotovelo. Estas lesões
poderão exigir tratamento cirúrgico.
Para além do membro superior
outras áreas anatómicas podem ser lesadas com o traumatismo como a cabeça,
pescoço, face, membros superiores, membros inferiores, coluna vertebral,
abdómen e pele. Felizmente a maior parte das lesões são superficiais, incluindo
abrasões, lacerações e contusões. As lesões mais graves (fraturas, luxações,
Traumatismos crânio-encefálicos) representam 5-25% de todas as lesões agudas.
Os atletas devem usar
equipamento adequado de forma a minimizar o número e gravidade destas lesões,
nomeadamente o tamanho do quadro, o modelo do selim correto, colocando a altura
e o recuo de forma adequada.
O
diagnóstico e tratamento de cada lesão vai depender da sua tipologia e
localização
De facto, ainda existe uma
lacuna enorme no que diz respeito ao conhecimento sobre a epidemiologia das
lesões neste desporto tão popular, na identificação das causas e mecanismos de
lesão.
Será necessário investir cada
vez mais na prevenção das lesões para obtenção do maior sucesso desportivo e
para diminuir o número de dias fora de competição e o gasto em recursos
relacionados com a saúde.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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