quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

“Lesões mais frequentes no ciclismo”


Por: Dra. Joana Ramalho, médica da FPC

O ciclismo é uma modalidade olímpica, popular em todo o mundo e com um impacto socioeconómico elevado, que se associa a um grande número de lesões.

A lesão desportiva é geralmente uma lesão músculo-esquelética que está associada à prática de desporto que necessita da intervenção do departamento médico.

As lesões no ciclismo podem classificar-se como agudas (lesões traumáticas) ou crónicas (lesões não traumáticas/lesões de sobrecarga)

As lesões crónicas são mais habituais e geralmente menos graves do que as lesões agudas, e são exemplos, as dores com origem na coluna vertebral (cervicalgia, lombalgia), tendinopatia do músculo psoas ilíaco, síndrome patelo-femoral, Neuropatias (compressão nervosa) do Cubital e do Mediano entre outras. Os locais anatómicos mais frequentemente afetados são: coluna cervical (48.8%), joelho (41.7%), região glútea (36.1%), mãos (31.1%) e coluna lombar (30.3%). Estas lesões, ainda que menos graves, podem gerar enorme frustração quer para o ciclista quer para o treinador e médico pois podem afastar o atleta de competição durante períodos prolongados.

As lesões agudas, habitualmente são resultantes de acidentes, tais como uma colisão com um veículo motorizado (mais de 50% dos casos, sendo os mais graves), problemas com o piso ou obstáculos no percurso; problemas mecânicos com a bicicleta (12-24%). Destas lesões a maior parte são fraturas da clavícula ou de outro segmento do membro superior como a cabeça do rádio e as luxações do cotovelo. Estas lesões poderão exigir tratamento cirúrgico.

Para além do membro superior outras áreas anatómicas podem ser lesadas com o traumatismo como a cabeça, pescoço, face, membros superiores, membros inferiores, coluna vertebral, abdómen e pele. Felizmente a maior parte das lesões são superficiais, incluindo abrasões, lacerações e contusões. As lesões mais graves (fraturas, luxações, Traumatismos crânio-encefálicos) representam 5-25% de todas as lesões agudas.

Os atletas devem usar equipamento adequado de forma a minimizar o número e gravidade destas lesões, nomeadamente o tamanho do quadro, o modelo do selim correto, colocando a altura e o recuo de forma adequada.

 

O diagnóstico e tratamento de cada lesão vai depender da sua tipologia e localização

 

De facto, ainda existe uma lacuna enorme no que diz respeito ao conhecimento sobre a epidemiologia das lesões neste desporto tão popular, na identificação das causas e mecanismos de lesão.

Será necessário investir cada vez mais na prevenção das lesões para obtenção do maior sucesso desportivo e para diminuir o número de dias fora de competição e o gasto em recursos relacionados com a saúde.

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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