Rui Sousa, antigo presidente da Associação de Ciclismo de Bragança, aconselhou o atleta a não utilizar substâncias
Por: Rui Sousa
Foto: DR
O julgamento ao caso referente
ao alegado tráfico de substâncias e ao recurso a métodos proibidos por parte da
antiga equipa de ciclismo da W52-FC Porto iniciou-se esta quinta-feira e, da
parte da manhã, foram ouvidos três arguidos.
O primeiro a tomar a palavra
foi Rui Sousa, antigo presidente da Associação de Ciclismo de Bragança e amigo
do ciclista Ricardo Vilela. Em declarações proferidas ao tribunal, o professor
de profissão admitiu que o atleta tomou substâncias proibidas, contrariamente
ao que lhe foi recomendado.
"Não
cometi qualquer crime. Não quero dizer que o Ricardo não tenha pedido alguma
coisa por sermos amigos. Pediu-me para mandar vir TB-500 em nome de um amigo
porque não queria que viesse no nome dele. Pedi para me mandar o site para ver qual
era. Disse que não devia mandar vir isso e ele disse que ia mandar vir pela
internet, mas nunca lhe entreguei nada nem vendi nada, nem ao Ricardo Vilela,
nem a ninguém", começou por garantir Rui Sousa, antes de
ser confrontado com outro método ilícito na modalidade: as transfusões de
sangue.
"Nunca
estive presente quando fez isso. Ele pedia-me como amigo depois de ele fazer
isso para ir a casa dele tomar um café porque podia sentir-se mal e assim eu
estava presente. Era uma questão de amizade. Tomava café com ele, mas disse-lhe
para não fazer isso, porque é o meu melhor amigo",
explicou.
Posteriormente, foi ouvido
Marco Vilela, primo do ciclista. Presente perante o juiz, o corredor amador
assegurou que nunca forneceu "produtos a
ninguém" e que não sabia
que o familiar os usava. "Nunca forneci
produtos a ninguém, o Ricardo era os nossos olhos na família. Somos uma família
de ciclismo. Eu perguntava-lhe o que eu podia tomar e enviava-lhe fotografias,
mas ele nunca afirmou que tomava. Dizia o que eu devia mandar vir. Dizia
‘compra isto’. Eu queria ganhar mais e perguntava o que devia tomar",
apontou.
Por fim, foi também ouvida
Carina Lourenço, técnica auxiliar de farmácia e cunhada do também ciclista
Samuel Caldeira. Pese embora tenha admitido que encomendou medicamentos que
veio a saber-se serem proibidos, a arguida defendeu-se dizendo que foi
arrastada para esta situação. "O meu
cunhado pedia-me um medicamento, mesmo sem receita. Era uma questão de palavra.
Isso aconteceu entre 2019 e 2022. Eu não sabia que ele não podia tomar. Só
fazia a encomenda do medicamento com a autorização da minha responsável. É meu
cunhado, uma pessoa de família e eu não lhe perguntava para o que precisava do
medicamento. Perguntava à minha responsável se podia fazer a encomenda, porque
era um medicamento caro. Fui arrastada para esta situação. Não sabia o que
estava a acontecer", atirou.
Fonte: Record on-line
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