Por: José Morais
Ser um atleta paraciclista, tem sem dúvida de ter muita dedicação, determinação e força de vencer, onde por norma pouco se fala nos seus feitos, como acontece em muitas outra modalidades desportivas para deficientes, o paraciclismo é um desporto que necessita de muito apoio e carinho, não sendo muitas vezes bem tratado, pouco falado e divulgado, sendo olhado muitas vezes como atletas de um patamar muito inferior, onde continua a existir o estigma do “Coitadinho, é do aleijadinho”.
O paraciclismo é um desporto que deriva do ciclismo, sendo destinado a pessoas com deficiência, a sua prática é realizada com a utilização, triciclos, bicicletas adaptadas ou de handbike, esta última, é uma espécie de triciclo pedalado com as mãos, de referir que no velódromo as bicicletas não têm mudanças, e a competição acontece em uma pista oval que pode ter entre 250 e 325 metros de extensão, onde a velocidade em todas as provas é fundamental, porem, na estrada os ciclistas de cada categoria largam ao mesmo tempo, provas que são as mais longas da modalidade, podendo atingir até aos 120 quilómetros de extensão, nas provas de contrarrelógio, exigem mais velocidade que resistência, com os atletas a largarem de minuto a minuto, lutando assim contra o tempo.
O paraciclismo surgiu na
década de oitenta, e na primeira edição a prova envolveu atletas com
deficiência visual, nas bicicletas de dois lugares, mais conhecida como tandem,
onde os dois ciclistas pedalam em sintonia, na frente o atleta sem deficiência,
na traseira o deficiente visual.
Porem, a modalidade foi inserida oficialmente como desporto paraolímpico quatro anos depois em Los Angeles em 1984, nessa altura eram os jogos olímpicos geridos pelo Comité Olímpico que escolhiam os atletas deficientes, onde passou a incluir todos os portadores de necessidades físicas e sensoriais.
Em 1988 e Seul, o ciclismo de
estrada entrava no programa oficial, mas onde a categoria não possuía
classificação por grau de deficiência, e apenas em 1996 isso veio a acontecer,
sendo incluídas as provas de velódromo no programa paraolímpico, e no ano de
2000 em Sydney, veio uma nova inovação, onde o handcycling o ciclismo pedalando
com as mãos teve lugar, e após 2004 desde os jogos de Atenas, existem diversas
provas desportivas especificas, sendo destinadas a cada tipo de deficiência.
O interesse
da União Ciclística Internacional - UCI
Com a formação do Comitê Paraolímpico Internacional – CPI em 1989, foi então criado com os objetivos de poder permitir aos atletas paraolímpicos, poderem alcançar a sua experiência desportiva, onde além de promover os seus valores paraolímpicos, podendo criar oportunidades para todos os atletas com algum típico de deficiência, seja no seu início, ao atleta de elite, de salientar que esta organização não-governamental já possui 162 comitês paraolímpicos nacionais.
Porem, a União Ciclística
Internacional – UCI, sempre manifestou interesse nesta modalidade, chegando a
um acordo com o Comitê Paraolímpico Internacional – CPI para apoiar de uma
maneira mais significativa este desporto, com as dua entidades a chegarem a um
consenso, onde a gestão do paraciclismo passou a ser da responsabilidade da União
Ciclística Internacional – UCI, tornando-se a categoria distinta dentro da
instituição, utilizando assim os mesmos serviços de integração das outras
categorias.
A União Ciclística
Internacional – UCI promove desde 2006 o campeonato mundial de paraciclismo de
estrada e de pista, com exceção dos anos em que são realizados os Jogos
Paraolímpicos, com a UCI a organizar o campeonato do mundo de paraciclismo,
onde inseriu um novo sistema de classificação baseado no tipo de bicicleta,
como grau de funcionalidade de acordo com a deficiência do atleta, onde as
principais potenciam da atualidade, que equivalem ao que é observado no
ciclismo profissional, caso de Itália, Espanha, Áustria, Grã-Bretanha, além da
Rússia.
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