David Lappartient, presidente da União Ciclista Internacional, manifestou-se "muito entusiasmado" com o evento
Por: Lusa
Foto: Twitter UCI
Os percursos das corridas de
fundo e contrarrelógio dos Mundiais de ciclismo de estrada de 2022 anunciados,
com Wollongong, Austrália, a receber em setembro uma corrida "dura"
que assenta à seleção portuguesa.
O traçado das corridas de
fundo e dos contrarrelógios foi anunciado, com o pelotão de elite masculina a
enfrentar 266,9 quilómetros com 3.945 metros de acumulado de subida.
De monta no perfil estão duas
ascensões em particular, o Monte Queira, com 8.700 metros a uma média de 5%,
com um pendente máximo de 15%, antes de um circuito urbano, já em Wollongong,
que conta com 12 passagens pelo Monte Pleasant, uma subida curta mas dura.
O pelotão feminino enfrenta
164,3 quilómetros, com 2.433 metros de acumulado, com os sub-23 e júnior
concentrados no circuito urbano.
O contrarrelógio individual é
este ano igual para homens e mulheres, com 34,2 quilómetros, o maior percurso,
com distâncias inferiores para as categorias de formação e para a estafeta
mista.
Sem provas sub-23 para
mulheres, será ainda assim montado um pódio, e atribuídas medalhas, para estas
ciclistas, integradas nas corridas de elite.
Os Mundiais vão decorrer de 18
a 25 de setembro na cidade costeira australiana de Wollongong, com o presidente
da União Ciclista Internacional (UCI), David Lappartient, a manifestar-se
"muito entusiasmado" com o evento, que trará "experiências especiais para os espectadores".
À agência Lusa, o selecionador
nacional José Poeira vê esta como uma "corrida
dura", que se faz ainda mais difícil com o nível dos
ciclistas presentes, por um lado, e pela distância, depois de uma prestação
discreta na Flandres em 2021, num traçado pouco favorável aos portugueses.
"Quando
são mais planos, como foi o ano passado na Bélgica, havia menos possibilidades
para nós. (...) Neste, tem alguns pontos de inclinação, e isso será bom para os
nossos corredores. Temos agora uma seleção nova, renovada, e a contar com quem
sempre fez bons resultados", explicou.
Com a expectativa de poder ter
"seis ou mais" ciclistas, dependendo da posição no 'ranking' final, em 15 de agosto, o Monte
Keira pode ser um local onde Portugal endureça a corrida para "entrar menos gente no circuito urbano",
como tentaram nos Europeus de 2021.
"Aqui
também pode ser uma coisa idêntica, mas os quase 270 quilómetros fazem a diferença.
Já temos de pensar de outra forma e com outro cuidado, mas a distância vai
fazer o endurecimento da corrida. Qualquer subida já vai fazer diferença,
depois os quilómetros vão fazendo o resto. Será uma corrida bastante dura",
avaliou.
Certo é que este traçado
assenta melhor às características dos ciclistas portugueses, longe do perfil de
clássica da Flandres, e o mesmo se pode dizer do contrarrelógio, onde "convém haver alguma dureza".
Ciclistas como Nélson Oliveira
ou João Almeida, os mais conceituados nesta especialidade, têm valor técnico
para apontar ao top 10, podendo a altitude afastar "os melhores roladores" da discussão.
De resto, o objetivo de
Portugal é ter ciclistas em todos os escalões, tanto no masculino como no
feminino, onde há "atletas de bom
nível".
Fonte: Record on-line
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