Portista Amaro Antunes e sportinguista Joni Brandão viram-lhes ser creditadas as Voltas a Portugal de 2017 e 2018, respetivamente.
Por: lusa
Foto: Filipe Farinha e Lusa
Os portugueses Amaro Antunes e
Joni Brandão foram oficialmente promovidos a vencedores da Volta a Portugal em
2017 e 2018, respetivamente, pela União Ciclista Internacional, depois de o
Tribunal Arbitral do Desporto confirmar a suspensão de Raúl Alarcón.
No palmarés apresentado no
site da federação internacional, o nome de Amaro Antunes (W52-FC Porto), atual
bicampeão da prova, figura como vencedor da edição de 2017, com o italiano
Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira) e o espanhol Vicente García de Mateos
(Louletano-Hospital de Loulé) a ocuparem os seguintes lugares do pódio.
O nome de Raúl Alarcón, que
viu o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmar a suspensão de quatro anos
imposta pela UCI por "uso de métodos
e/ou substâncias proibidas" e
a anulação de todos os resultados desportivos entre 28 de julho de 2015 e 21 de
outubro de 2019, também foi 'apagado'
da edição de 2018.
É Joni Brandão, então ciclista
do Sporting-Tavira, que 'herda'
a amarela, com García de Mateos a subir um degrau, para ser vice-campeão, e
Edgar Pinto (Vito-Feirense-Blakjack), que se encontra suspenso provisoriamente
desde outubro de 2020 por "uso de
métodos e/ou substâncias proibidas", a chegar ao pódio.
A UCI passou também uma 'borracha' nas cinco etapas que o
alicantino, de 36 anos, venceu nessas edições, nomeadamente na Senhora da
Graça, atribuindo o triunfo no alto do Monte Farinha de 2017 a Amaro Antunes e
o de 2018 a Edgar Pinto.
O TAS confirmou a suspensão de
quatro anos de Alarcón, considerando que as anomalias registadas no passaporte
biológico do ciclista espanhol eram coincidentes com transfusões sanguíneas.
Na decisão do TAS referente ao
recurso do espanhol, datada de 28 de janeiro e a que a Lusa teve hoje acesso,
pode ler-se que o painel daquele organismo "está
confortável" com a conclusão de que a causa para as
anomalias no passaporte biológico de Alarcón será "muito certamente o uso de um método proibido, ou seja,
transfusão sanguínea".
"O
painel considera que o perfil [hematológico] do corredor evidencia uma grande
possibilidade de manipulação sanguínea, cujo 'timing' reforça esta conclusão,
uma vez que estas anomalias coincidem com a Volta a Portugal de 2015, 2017 e
2018", estima o TAS.
Assim, o painel presidido pela
francesa Carine Dupeyron rejeita o recurso do ciclista de 36 anos, confirmando
a suspensão de quatro anos imposta pela UCI até 20 de outubro de 2023, e a
anulação de todos os resultados desportivos do ex-corredor da W52-FC Porto
entre 28 de julho de 2015, data do primeiro resultado 'adverso', e 21 de
outubro de 2019, pelo que o espanhol 'perde' as duas Voltas a Portugal
conquistadas.
Alarcón foi suspenso pela UCI
em 8 de maio de 2021, depois de já ter sido suspenso provisoriamente em 21 de
outubro de 2019.
O espanhol, que sempre clamou
a sua inocência, recorreu ao TAS, que agora ratificou a decisão do Tribunal
Antidopagem da UCI, refutando, nomeadamente, a alegação de que "há vários fatores que afetam o volume do plasma e
que influenciam os parâmetros hematológicos, que não estão relacionados com
práticas dopantes".
O painel do TAS refutou também
outros argumentos da defesa, que insistiu que o passaporte biológico do atleta
não mostrava "qualquer anomalia", como "inadequação na preservação das amostras",
"falha na cadeia de custódia" das amostras ou "ausência de qualificação" dos
agentes antidoping que recolheram o sangue.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário