A 15 dias do arranque da época, resultado de três ciclistas obrigou à mudança de planos
Por: Lusa
Foto: Instagram/Glassdrive-Q8-Anicolor
A equipa portuguesa
Glassdrive-Q8-Anicolor viu o início da temporada velocipédica de 2022 virado 'de pernas para o ar', devido a vários
positivos à Covid-19, com a alteração de planos a assumir-se como uma "nova normalidade" para o pelotão.
"Quando
faltavam 15 dias para o arranque da época, não conseguimos começar no Dubai,
onde estava planeado, porque tivemos vários casos positivos em estágio: o
Mauricio Moreira, o Héctor Saez, o Luís Mendonça, testaram positivo durante o
estágio, e obrigou-nos a iniciar a época em Portugal, com menos atletas",
conta à Lusa o diretor desportivo da equipa, Rúben Pereira.
Esta formação, que em 2021
corria sob o nome da Efapel, começou o ano com novos patrocinadores e a
Covid-19 'baralhou' o
planeamento, uma situação que muitos diretores desportivos enfrentam neste
arranque de temporada em que, dentro e fora de portas, a pandemia ainda se faz
sentir.
Não são só os protocolos
sanitários, mas também os efeitos pós-Covid-19 que levam a uma camada extra de
logística e a um planeamento mais exaustivo, com muitos ciclistas à procura da
melhor forma e a 'lutar' contra
o próprio corpo após a recuperação.
A Glassdrive-Q8-Anicolor
começou "com menos atletas" na prova de Abertura e foi "debilitada para o Algarve, ainda a recuperar",
enquanto o uruguaio Mauricio Moreira, segundo na Volta a Portugal de 2021,
ainda não correu, com regresso apontado para abril.
"Já
está a treinar normalmente, mas vem de uma transição, a Covid-19 parou-o. Ele e
o Mendonça estão a recomeçar os treinos de base, e o Mauricio teve ainda uma
lesão", revela o diretor desportivo.
O "reajustar à nova normalidade",
quer em termos de objetivos coletivos quer individuais, com cuidado extra na
gestão do plantel e do calendário, é "algo
com que se tem sempre de contar" desde que a pandemia se
instalou.
Um erro comum é o de assumir
que esta é uma doença que se instala e desaparece ao fim de um número de dias,
mas quer para Moreira quer para Mendonça, por exemplo, "foram bem mais que sete dias".
"Tiveram
o processo inicial de isolamento, mas deixou mazelas até voltarem ao estado
normal. O Mendonça passado um mês ainda não treinava normalmente, com as
defesas baixas e sem recuperar. [...] Cada caso é um caso, o organismo reage de
maneira diferente. Nestes dois casos, afetou-os muito mais e não foi tão rápido
quanto se podia esperar", explica Rúben Pereira.
No limite, considera, uma
equipa pode "preparar uma época para a
Volta, com oito meses de trabalho, e chegar lá e qualquer coisa arredar o
planeamento de uma época inteira", seja uma queda, uma
avaria ou um teste positivo à Covid-19.
Outra incógnita é o efeito do
novo coronavírus, após a infeção, na forma e no estado físico dos atletas, e a
nível internacional "vemos ciclistas a
quem está a custar voltar a um grande nível", casos de
reinfeção por duas ou três vezes, e quem ainda não tenha conseguido recuperar
os valores habituais.
"Isto é algo que
pode deixar mazelas a qualquer ciclista. Falamos de desporto de alta
competição, o corpo é levado ao limite, as defesas fazem parte do rendimento do
atleta, e a Covid-19, deixando mazelas, poderá fazer com que o atleta não
atinja a excelência desportiva, fisicamente, a que estava habituado",
analisa.
A equipa acabou por voltar ao
planeamento habitual, que já contemplava um "plano
A e um plano B para cada corrida", por outros fatores, para
fazer frente ao novo coronavírus, que teima em baralhar as contas a ciclistas e
a quem planeia o seu desempenho.
Fonte: Record on-line
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