sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

“48.ª Volta ao Algarve 3ª etapa”


Fabio Jakobsen ganha sprint de força perante multidão farense

 

Por: José Carlos Gomes

O neerlandês Fabio Jakobsen (Quick-Step Alpha Vinyl Team) conquistou hoje a terceira etapa da Volta ao Algarve, uma ligação de 211,4 quilómetros, com partida em Almodôvar e chegada em Faro, onde uma multidão celebrou o regresso da corrida, 14 anos depois do anterior final de etapa na capital algarvia. O francês David Gaudu (Groupama-FDJ) conserva a Camisola Amarela Turismo do Algarve.


A reta da meta, numa inclinada rampa de 300 metros, onde em tempos terminava a Prova de Abertura, foi palco de um sprint intenso e muito bem disputado. Bryan Coquard (Cofidis) foi o primeiro a arrancar, mas Fabio Jakobsen esperou pela altura certa e “disparou” para uma vitória incontestável, a segunda nesta edição da corrida, pois já se impusera em Lagos.


Fabio Jakobsen ergueu os braços ao fim de 4h54m51s de corrida (média de 43,018 km/h), seguido por Tim Merlier e por Bryan Coquard. Com este sucesso, Fabio Jakobsen deu mais cor à Camisola Verde Crédito Agrícola, símbolo de melhor por pontos, que enverga desde o primeiro dia. O venezuelano Leangel Linarez (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados), décimo classificado, foi o melhor representante das equipas portuguesas na etapa. Daniel Freitas (Rádio Popular-Paredes-Boavista), 13.º, foi o melhor português.


“A equipa fez um trabalho perfeito - em especial o Kasper Asgreen, que me protegeu durante toda a etapa - e muitas das vezes é isso que conta. Nos últimos dois quilómetros estivemos sempre na frente, entre os dez primeiros. A reta da meta tinha 400 metros, lancei o meu sprint nos últimos 200 metros e forcei até vencer. O Bryan Coquard, é um sprinter que se dá bem nestas chegadas, arrancou ao mesmo tempo, mas tive as pernas mais fortes. Ainda vi o Tim Merlier aproximar-se, mas não me pôde passar pela esquerda e estou feliz por ter vencido aqui em Faro. O verde (camisola verde) é a cor dos sprinters, já vesti esta camisola na Volta a Espanha e espero conquistar esta classificação se conseguir terminar depois de amanhã”, disse Fabio Jakobsen, após conseguir a quarta vitória em oito dias de competição na presente época.

A etapa começou com uma queda coletiva, mas logo as atenções ficaram centradas na corrida propriamente dita, pois, com 12 quilómetros percorridos, formou-se a fuga do dia. Txomin Juaristi (Euskaltel-Euskadi), Rafael Lourenço (Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel), Rafael Silva (Efapel Cycling), Afonso Eulálio (Glassdrive-Q8-Anicolor), Afonso Silva (Kelly-Simoldes-UDO), Nicolas Sáenz (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) e Samuel Caldeira (W52-FC Porto) adiantaram-se e tiveram liberdade para pedalar com cerca de 7 minutos de vantagem.

À entrada para a última hora e meia de etapa, as equipas dos sprinters assumiram o comando do pelotão e percebeu-se que os fugitivos tinham o destino traçado. Ainda mais quando a Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados e a Rádio Popular-Paredes-Boavista se juntaram ao trabalho, com o fito de ficarem com os pontos da última montanha do dia, no Bengado. Ainda se juntou novo trio no comando, Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), Fábio Costa e Afonso Eulálio (Glassdrive-Q8-Anicolor), mas contra a força do pelotão não houve resistência dos fugitivos. O grupo ficou compacto a 10 quilómetros da meta.

Num dia em que os sprinters eram os protagonistas anunciados, os homens da geral tiveram uma jornada mais descansada, chegando integrados no pelotão principal. David Gaudu continua em posse da Camisola Amarela Turismo do Algarve, com 1 segundo de vantagem sobre seis homens, classificados pela seguinte ordem Brandon McNulty (UAE Team Emirates), Ethan Hayter (INEOS Grenadiers), Remco Evenepoel (Quick-Step Alpha Vinyl Team), Sven Erik Bystrom (Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux), Julien Bernard (Trek-Segafredo) e Daniel Martínez (INEOS Grenadiers). Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), 22.º, é o melhor elemento das equipas portuguesas na geral. Rui Oliveira (UAE Team Emirates), 24.º, é o melhor português.

“Será difícil manter a camisola amarela no contrarrelógio. Quero fazer o melhor possível. Trabalhei bastante na minha posição, espero ver alguma evolução. No entanto, a aposta da equipa é o Stefan Küng, esperamos que possa ganhar. Corredores como o Remco (Evenpoel) ou o Brandon Mcnulty são mais rápidos, mas espero ter ainda uma resposta a dar na última etapa”, salienta David Gaudu.

João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) recuperou a Camisola Azul Lusíadas, de melhor trepador, e Remco Evenepoel continua a vestir a Camisola Branca IPDJ, de melhor jovem. A INEOS Grenadiers comanda por equipas.

A quarta etapa, a disputar neste sábado, será decisiva para as contas da classificação geral. Trata-se de um contrarrelógio de 32,2 quilómetros, a disputar entre Vila Real de Santo António e Tavira.

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

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