Galês 'despe' as vestes de candidato e já está de olho... no Tour
Por: Lusa
Foto: EPA/Arquivo
Geraint Thomas 'despiu' as vestes de candidato para
entregar-se ao trabalho de equipa na Volta ao Algarve, por ainda não estar na
forma física ideal, aquela que, espera, o possa levar a ser protagonista no
Tour.
"Infelizmente,
não vim para tentar ganhar uma terceira vez. Perdi muita preparação este
inverno, devido à minha operação ao ombro [em outubro] e à covid-19 [esteve
infetado no Natal], por isso não tenho a condição física ideal neste
momento", assumiu o galês da INEOS, em declarações à
agência Lusa.
Na segunda etapa da 48.ª
edição, o vencedor da 'Algarvia'
em 2015 e 2016 e vice-campeão em 2018, o ano em que ganhou a Volta a França,
foi o primeiro a assomar-se à dianteira do pelotão, para impor o ritmo na
subida à Fóia, um gesto de 'humildade'
que recorda porque é uma pedra basilar na formação britânica, que representa
desde 2010.
"Estou
aqui para trabalhar no duro e dar o meu melhor pela equipa", vai dizendo,
embora seja cauteloso em apontar o colega Ethan Hayter, o 'vice' de 2021, como
grande favorito a vestir de amarelo, no domingo, no alto do Malhão: "Não
tenho a certeza que ele vá ganhar. Ele também teve covid-19, ainda está a
regressar, mas a equipa tem muitas opções para todos os dias, veremos o que
acontece".
Depois de um ano de ausência,
motivado pelo adiamento da prova para maio devido à pandemia de covid-19, 'G' retomou
a tradição de arrancar a época no Algarve - foi assim em 2015, 2016, 2018 e
2020 -, uma preferência que explica no seu estilo despretensioso - o seu humor
e descontração, sem esquecer os inconfundíveis óculos brancos, são a sua imagem
de marca.
"É
uma corrida agradável. Tens chegadas ao 'sprint', tens dias duros, como a Fóia,
tens o contrarrelógio, e também tens bom tempo. É uma boa maneira de começar a
temporada", resumiu.
Incentivado a dar a 'receita'
para triunfar na única prova do calendário português da categoria UCI
ProSeries, Thomas não hesitou: "tens de
subir bem e ser bom contrarrelogista. Mesmo que não chegues na frente nas
subidas, não podes perder muito tempo".
Após um impasse negocial para a
renovação de contrato com a INEOS, resultante de divergências quanto ao papel
que teria na equipa esta temporada e que se arrastou desde o verão e foi
solucionado apenas em dezembro, o carismático galês aparenta estar sereno
quanto ao futuro.
"Só
quero desfrutar das corridas, celebrar vitórias - minhas também - e,
obviamente, desempenhar um papel importante na equipa",
enumera ao espraiar-se sobre as perspetivas para 2022, sem ocultar que, apesar
de não haver um objetivo que sobressaia, o Tour é "a prova" com
que sonha todos os anos.
O único galês a vencer a Volta
a França tem tido resultados modestos nas grandes Voltas desde que foi
vice-campeão do Tour, atrás do companheiro colombiano Egan Bernal, em 2019, e
enfrenta a concorrência de 'pesos-pesados' na luta por um lugar de destaque na 'Grande Boucle', nomeadamente de
Richard Carapaz, vencedor do Giro2019 e terceiro na última edição da prova
francesa, e do compatriota Tao Geoghegan Hart, o 'maglia
rosa' do Giro'2020.
"Vamos
ver se serei um dos líderes. Mas, no final do dia, a abordagem para mim é a
mesma de sempre. Tenho de lá chegar na melhor forma possível, e evoluir a
partir daí", concluiu, aparentemente conformado com a
sucessão geracional em curso num pelotão em que os jovens talentos imperam.
Fonte: Record on-line
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