No domingo, Alejandro Marque terá o primeiro teste à sua liderança, nos acidentados 181,6 quilómetros entre Belmonte e a Guarda, com a meta a coincidir com uma contagem de montanha de terceira categoria
Foto: Nuno Veiga
Alejandro Marque
reencontrou-se hoje com a camisola amarela da Volta a Portugal, com o galego a
exibir o maior sorriso do pelotão na Torre, numa vitória que expôs as
debilidades dos ciclistas de W52-FC Porto e Efapel.
Passou demasiado tempo desde a
última vez que o galego da Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel venceu, mais
concretamente três temporadas, e ainda mais desde que vestiu pela última vez a
amarela da Volta a Portugal, mas, oito anos depois de subir ao pódio final como
vencedor da Volta2013, ‘Alex’ demonstrou toda a sua classe para conquistar o
terceiro triunfo na prova, o primeiro em montanha.
“É um
reencontro. A verdade é que quando subi ao pódio e voltei a olhar para a
amarela… são sentimentos que realmente tiveste no passado e voltas a
reencontrar. São dessas coisas que nunca se esquecem”,
assumiu, ainda incrédulo com o feito que tinha acabado de alcançar: “este é o dia com que sempre sonhei. Vencer aqui em cima
é o desejo de qualquer ciclista que está na Volta a Portugal”.
Entretidos a vigiarem-se entre
si, os homens da W52-FC Porto e da Efapel menosprezaram o ataque de Marque e
pagaram cara a arrogância, sendo derrotados pelos galegos da equipa de Tavira –
Gustavo Veloso leu na perfeição a corrida e ‘atrapalhou’ movimentações de
‘dragões’ e ‘amarelos’ – e estando, para já, a distâncias que seriam
impensáveis no início da terceira etapa.
Veloso, que foi quinto na
etapa a 01.12 minutos, é segundo na geral, a 1.09 minutos, enquanto o primeiro
‘portista’, Joni Brandão, empatado em tempo com o colega Amaro Antunes, é
terceiro, a 1.26 minutos do novo líder da geral.
A Efapel foi derrotada em toda
a linha, porque, apesar de Mauricio Moreira ter sido segundo na etapa a 1.03
minutos, o uruguaio foi penalizado em 40 segundos por ser repetente no
abastecimento irregular – a equipa voltou a repetir um erro de amadores que já
cometeu no ano passado – e António Carvalho e Frederico Figueiredo, que esteve
bastante ativo nas respostas aos ataques dos ‘dragões’, estão já,
respetivamente, a 1.37 e 1.46.
A ‘etapa rainha’ da Volta a
Portugal foi notícia antes mesmo de as bicicletas começarem a rolar para os
170,3 quilómetros entre a Sertã e o ponto mais alto de Portugal continental: a
confirmação de dois casos de covid-19 na Caja Rural e o abandono da equipa
espanhola causaram ansiedade em toda a caravana, nomeadamente nos ciclistas da
W52-FC Porto e do Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel, submetidos a testes
rápidos a menos de uma hora do início da tirada.
O susto, felizmente, não
passou disso mesmo – a tensão dos corredores era ‘palpável’ nos ‘longos’
minutos de espera até à receção do resultado negativo – e o pelotão pôde seguir
o seu caminho, com a fuga do dia a formar-se logo ao quilómetro zero.
Iker Ballarin (Euskaltel-Euskadi),
Juan López-Cózar (Burgos-BH), Bruno Silva e Rafael Silva (Antarte-Feirense),
Marcelo Salvador (LA Alumínios-LA Sport), Edo Goldstein (Israel Cycling
Academy), Pedro Paulinho (Tavfer-Measindot-Mortágua), Rui Rodrigues
(Louletano-Loulé Concelho), César Fonte (Kelly-Simoldes-UDO) e o seu
companheiro Luís Gomes e Hugo Nunes (Rádio Popular-Boavista), respetivamente
vencedor da regularidade e ‘rei da montanha’ de 2020, construíram uma vantagem
que ultrapassou os seis minutos.
Esses são os nomes que a Torre
esqueceu, a partir do momento em que Luís Gomes se destacou e chegou ao início
dos 20,2 quilómetros de subida, na Covilhã, com quatro minutos de vantagem, já
depois de o inesgotável Luís Mendonça (Efapel), que comandou o pelotão em
solitário durante dezenas de quilómetros, ter terminado o seu trabalho.
A Torre apareceu imponente no
horizonte, ‘polvilhada’ de espetadores – e foram talvez milhares os que
escolheram a Volta como programa ideal para um sábado à tarde -, momento
escolhido pela W52-FC Porto para iniciar o seu trabalho.
O primeiro dos favoritos a
‘estourar’, a uns distantes 17 km da meta e quando Rafael Reis já se tinha
despedido da amarela, foi Vicente García de Mateos (Antarte-Feirense) - um
verdadeiro ‘flop’ pelo segundo ano consecutivo -, mas vários passaram por
dificuldades, inclusive o próprio vencedor da etapa, na sucessão de ataques da
W52-FC Porto, sempre correspondidos pela Efapel – Carvalho foi aquele que pior
passou, a par de João Benta (Rádio Popular-Boavista), que perdeu 2.53 minutos.
Marque foi o primeiro a abrir
um verdadeiro fosso para o grupo de favoritos, a nove quilómetros da meta.
Contrarrelogista de excelência, o galego aproximou-se rapidamente de Luís
Gomes, que ainda seguia isolado, galgando quilómetros numa fase mais plana, e
juntou-se ao português a quatro quilómetros do alto, isolando-se pouco depois,
para só parar na meta, com o tempo de 4:59.10 horas.
Abner González (Movistar) foi
terceiro, com o mesmo tempo de Moreira, mas também foi penalizado em 20
segundos por abastecimento irregular, e foi despromovido a quinto na geral.
No domingo, o galego de 39
anos terá o primeiro teste à sua liderança, nos acidentados 181,6 quilómetros
entre Belmonte e a Guarda, com a meta a coincidir com uma contagem de montanha
de terceira categoria.
Fonte: Sapo on-line
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