Português está de volta à clássica das Ardenas de olho no Giro'2021
Por: Fábio Lima
Foto: Getty Images
A um dia do regresso à estrada
na Liège-Bastogne-Liège, João Almeida é protagonista de um longo texto no
blogue da Deceuninck–Quick-Step, no qual passa em revista tudo aquilo que fez
até ao momento esta temporada, mas também projeta o retorno à clássica das
Ardenas e olha para o Giro, a prova que será a sua grande aposta para este ano.
E sobre a corrida transalina, que arranca a 8 de maio, João Almeida assume que
irá a Itália com outra experiência. Não faz promessas, mas assegura que está
mais bem preparado do que nunca.
"Estou bastante calmo e
não me sinto assim tão nervoso. Sinto que tive bons resultados até agora, que
treinei e me preparei de forma correta, por isso fiz tudo o que podia até agora
e estou confiante quanto à minha forma. Só preciso de descansar, estar fresco e
estarei pronto.
Depois do último ano, já sei
bem como é uma Grande Volta. Há um ano fui apenas a pensar que ia competir
durante três semanas, mas agora sei que são três semanas intensas com a minha
equipa e staff. Por vezes acordas e tens a pior sensação do mundo e noutros
estás com pernas fantásticas. Mas temos de dar tudo como equipa e tratar de
fazer o trabalho.
Apenas temos dois
contrarrelógios no Giro este ano, algo que me entusiasma, e como especialista
vou tentar ganhar o máximo nesses dias. Creio que a etapa da Strade Bianche
será crucial, mas acredito que a 16, com as subidas ao Passo Pordoi e Passo
Giau, será a etapa rainha e o verdadeiro teste, como foi o Stelvio no ano
passado.
Será brutal e as pernas terão
de 'falar' nesse dia", assumiu o português, que em relação a objetivos foi
claro. "Gostava de dizer que tenho um grande objetivo de tentar melhorar e
entrar no pódio este ano, mas nunca se sabe o que pode acontecer numa Grande
Volta. Por isso, quero manter os meus pés no chão e dizer apenas que vou dia a
dia e darei o meu melhor".
Quanto à Liège-Bastogne-Liège,
clássica prova que decorre este domingo, Almeida diz ter boas memórias daquelas
estradas, onde viveu aquele que considera ter sido "o dia mais
importante" da sua carreira. "Ganhei a corrida de Sub-23 em 2018 e é
bom estar de volta.
Na semana anterior a essa
vitória estava mesmo mal e vim sem grandes expectativas. Lembro-me de dizer no
dia anterior que estava a sentir-me doente e nem sabia se iria conseguir
acabar. Mas acordei no dia e senti-me logo bem. Quis ajudar os meus colegas,
pois nem era candidato. Depois, fui na fuga para garantir que estávamos
presentes e com o passar das horas as pernas ficaram melhor. Chegámos a La
Redoute com alguma vantagem, fiz a minha corrida e acabei por ser o mais forte.
Ataquei pouco depois e cheguei
sozinho. Foi fantástico. Foi o dia mais importante da minha carreira, pois foi
aí que a minha mentalidade mudou e percebi que podia ser um ciclista
bem-sucedido. E mesmo agora ainda gosto de provas de um dia, mesmo sentindo que
tenho uma mentalidade mais de provas por etapas. Gosto do facto de ser apenas
um e não termos de pensar na monha ou no contrarrelógio por uns dias. É corrida
pura!".
Fonte: Record on-line
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