Por:
Lusa
Foto:
Filipe Farinha
Damien
Gaudin (Armée De Terre) cumpriu esta sexta-feira parcialmente a sua missão para
esta Volta a Portugal em bicicleta, ao conquistar a amarela no prólogo de
Lisboa, cumprindo assim um vaticínio que Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira)
tinha feito na véspera.
"Vim
para a Volta a Portugal com três objetivos: ganhar o prólogo, uma etapa, não
sei qual, e fazer um bom contrarrelógio final", enumerou o francês de 30
anos.
Na
véspera, enquanto aguardava para subir ao palanque onde decorreu a apresentação
das equipas da 79.ª Volta a Portugal, Damien Gaudin descobriu entre a multidão
Rinaldo Nocentini. O francês fez uma festa, abraçou o italiano e os dois, que
foram colegas na AG2R LA Mondiale, perderam-se à conversa.
Quando
se despediram, o espanhol Jesús Ezquerra, que durante longos minutos deteve o
melhor tempo do prólogo -- acabaria por ser sexto, a 11 segundos do vencedor -,
interrogou o seu companheiro, lançando: "Mas este é ciclista ou
boxeur?". A resposta de 'Il Noce' foi imediata: "Cuidado, que ele
pode ganhar o prólogo amanhã".
E
o italiano do Sporting-Tavira não falhou: o 'armário' francês (1,90 metros e 82
kg) pedalou a uma média de 50,625 km/h para comprovar o seu estatuto de
especialista em prólogos, cumprindo o percurso em 6.24 minutos.
"Vim
para ganhar o prólogo, está feito. Para nós a Volta a Portugal começa
maravilhosamente bem", lançou o corredor da Armée De Terre, que este ano
já tinha conquistado o prólogo na Volta ao Luxemburgo e que também o fez no
Paris-Nice, em 2013.
O
expansivo Gaudin estragou a festa das equipas nacionais e, particularmente, do
campeão nacional de contrarrelógio Domingos Gonçalves (RP-Boavista), que,
apostado em demonstrar que o seu título não foi um mero acaso, deu tudo por
tudo para ser segundo, a dois segundos.
"Se
não fizesse nada de jeito hoje, iam cortar-me na casaca. Assim, não",
brincou o menos conhecido dos gémeos Gonçalves, que relegou o 'leão' Alejandro
Marque para a terceira posição.
O
galego, vencedor da Volta a Portugal de 2013, foi mesmo o grande vencedor da
jornada entre os favoritos, já que ganhou preciosos segundos para toda a
concorrência e recuperou a confiança perdida nas suas capacidades.
"Ultimamente,
nos 'cronos' explosivos não me tenho saído bem. Este resultado dá-me confiança.
O importante era não perder tempo. Hoje, podíamos perder mais do que ganhar,
caso cometêssemos algum erro. É óbvio que sair daqui com segundos de vantagem
sobre toda a concorrência dá-me mais tranquilidade", assumiu o espanhol,
que é terceiro da geral a três segundos de Gaudin.
Na
sua luta particular, Marque roubou tempo a toda a concorrência, com o seu
colíder, Rinaldo Nocentini, 11.º a 13 segundos do francês da Armée De Terre, o
bicampeão Gustavo Veloso (W52-FC Porto), 12.º a 14, o português Sérgio Paulinho
(Efapel), 15.º a 17, e o duo Raúl Alarcón (W52-FC Porto) e Edgar Pinto (LA
Alumínios-Metalusa-Blackjack), respetivamente 16.º e 17.º a 18, a serem os
menos prejudicados pelo percurso totalmente plano e sem história do prólogo.
Os
5,4 quilómetros percorridos ao longo da Avenida da Índia, com início e final na
Praça do Império, enveredaram pelo lado mais distante (e mais feio) do rio
Tejo, e, sem a presença de vento, serviram também para estilhaçar o sonho da
revalidação de Rui Vinhas (W52-FC Porto) que perdeu 37 segundos, tal como João
Benta (RP-Boavista).
Vinhas
e Benta foram mesmo as principais vítimas das primeiras pedaladas da 79.ª Volta
a Portugal, que no sábado ruma ao sul, nos 203 quilómetros entre Vila Franca de
Xira e Setúbal.
Fonte:
Record on-line
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