Por:
Lusa
Foto:
Reuters
Chris
Froome (Sky) viveu este domingo momentos de grande ansiedade no decurso da 15.ª
etapa, ganha pelo fugitivo holandês Bauke Mollema (Trek-Segafredo), mas salvou
o dia e a amarela da Volta a França em bicicleta.
Uma
avaria da roda traseira, quando a corrida seguia lançada por obra da AG2R-La
Mondiale de Romain Bardet, poderia ter custado a amarela ao ciclista britânico,
mas a pronta ajuda dos seus companheiros evitou a desgraça do líder da Sky.
"Entrei
um bocado em pânico. Pensei que, talvez, não conseguisse reentrar no grupo.
Pensei que eles [Bardet e Fabio Aru] iriam atacar, tentar ganhar o máximo tempo
possível antes do contrarrelógio de Marselha. Neste momento, estamos contentes
com a amarela e por irmos ter um dia de descanso", reconheceu após cortar,
são e salvo (e sem perder tempo), a meta, mais de seis minutos depois do
vencedor Bauke Mollema.
Com
quatro contagens de montanha, duas das quais de primeira categoria, no
percurso, os 189,5 quilómetros entre Laissac-Sévérac l'Église e Le Puy-en-Velay
eram ideais para todos aqueles que querem ganhar uma etapa no Tour e não
conseguem fazê-lo ao sprint, nas montanhas ou nos contrarrelógios.
Tendo
em conta que a maioria do pelotão se insere nesta categoria, não é de estranhar
que, depois de várias constituições, a fuga do dia tenha integrado 28
ciclistas, entre os que se destacavam os virtuosos Tony Martin (Katusha
Alpecin), Thomas De Gendt e Tony Gallopin (Lotto-Soudal), Thibaut Pinot (FDJ),
Michael Matthews e o camisola da montanha Warren Barguil (Sunweb), Primoz
Roglic (LottoNL-Jumbo), Lilian Calmejane (Direct Energie) ou Mollema.
Depois
de se unirem ao quilómetro 60, os fugitivos conseguiram uma vantagem sobre o
pelotão que rondou quase sempre os oito minutos, até ao momento em que Martin,
em ritmo de contrarrelógio, trocou os companheiros de jornada por aquilo que
mais gosta: uma luta, em solitário, contra o tempo e contra os quilómetros.
O
alemão entrou no sopé do col de Peyra Taillade com mais de um minuto de avanço
sobre o grupo, mas perdeu-o durante os 8,3 quilómetros da subida, sendo
apanhado por Barguil a três quilómetros do topo. Mas, nesse momento, quase
ninguém se apercebeu da mudança na frente de corrida, nem do ataque de Mollema,
porque lá atrás a camisola amarela de Froome perigava.
Na
descida que antecedeu a última contagem de 1.ª categoria, a AG2R de Romain
Bardet acelerou e provocou um corte no grupo de favoritos. Se Fabio Aru
(Astana), Rigoberto Urán (Cannondale-Drapac), Dan Martin (Quick Step-Floors) e
Mikel Landa rapidamente se juntaram ao comboio da equipa francesa, o mesmo não
aconteceu com o líder da Sky.
Com
um problema na roda traseira, Froome foi rebocado por Mikel Nieve e acabou
mesmo por parar, com Michal Kwiatkowski a dar-lhe a sua roda. Primeiro com
ajuda, e depois a solo, e sob os assobios insistentes dos espetadores
franceses, o camisola amarela conseguiu recuperar de uma desvantagem que chegou
a rondar os 50 segundos.
O
último obreiro da reintegração do tricampeão foi, ironicamente, Landa, que
recebeu ordens da equipa para descair do grupo e para levar o líder à companhia
dos seus rivais da geral. Seguiu-se um período de acalmia entre os candidatos,
enquanto na frente os fugitivos tentavam caçar, sem sucesso, o holandês da
Trek-Segrafredo, que cortou a meta isolado, com o tempo de 4:41.47 horas, para
festejar a sua primeira vitória na prova francesa.
Mollema,
que deixou o italiano Diego Ulissi (UAE Team Emirates) e o francês Gallopin a
19 segundos, reconciliou-se assim com o Tour, depois de no ano passado ter
caído na antepenúltima etapa, quando era segundo da geral.
"Nos
últimos anos, corri pela geral. Desta vez, vim com a ideia de ganhar uma
etapa", explicou o sétimo classificado do último Giro.
Com
a etapa entregue, restava aos homens da geral lutar por segundos. E foi Dan
Martin, em mais uma demonstração de valentia, o único a consegui-lo: o irlandês
roubou 14 segundos aos outros candidatos, que demoraram mais 6.25 minutos do
que o vencedor, e trocou de posições com Landa, sendo agora quinto, a 1.12.
Ao
segundo dia de descanso, os quatro primeiros da geral continuam separados
apenas por 29 segundos - Aru está a 18 segundos de Froome, Bardet a 23 e Urán a
29. Já Nairo Quintana (Movistar) está completamente descartado, depois deste
domingo ter perdido mais de quatro minutos para os rivais e ter descido a 11.º,
a 6.16 minutos do homem que secundou no pódio em 2013 e 2015.
Tiago
Machado, que este domingo chegou no grupeto, vai passar o último momento de
descanso da 104.ª edição no 76.º lugar da geral, a 1:46.29 horas do camisola
amarela.
Fonte:
Record on-line
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