Ausências de João Almeida e Nelson Oliveira
Por: Lusa
Foto: Paulo Calado
O selecionador português José
Poeira assumiu esta sexta-feira não ter "reais candidatos" ao top 10
dos Mundiais de ciclismo de estrada de Kigali, face às ausências de João
Almeida e Nelson Oliveira, destacando a chance para outros se afirmarem.
"Não escondemos que, com
a indisponibilidade dos nossos dois melhores ciclistas para este tipo de
percurso, será difícil ambicionar um lugar entre os 10 primeiros. Mas isso
também abre uma oportunidade rara para quem normalmente trabalha na sombra poder
assumir responsabilidades e aprender a gerir uma prova desta dimensão. Vamos
tentar fazer o melhor que pudermos", afirmou o técnico, em declarações à
Lusa.
João Almeida, que no domingo
terminou a Volta a Espanha em segundo, era, em situação normal, claro candidato
aos primeiros lugares prova de fundo de elites no Ruanda, enquanto o experiente
Nelson Oliveira tem elevado o país no contrarrelógio, contudo ambos estarão
ausentes.
No que toca a João Almeida
trata-se de gestão do esforço despendido na desgastante Vuelta, enquanto
Oliveira fraturou o quinto metacarpo da mão direita no final de agosto e
"seria arriscar muito" competir, uma vez que ainda não está nas
melhores condições: ambos estão apontados aos Europeus que começam logo a
seguir, nos quais Almeida vai participar na prova de fundo e contrarrelógio,
aqui ao lado de Oliveira.
Afonso Eulálio (Bahrain
Victorious), António Morgado e Ivo Oliveira (UAE Emirates) e Tiago Antunes, da
nacional Efapel, constituem o quarteto luso nas Elites, enquanto Daniel Moreira
(Hagens Berman Jayco), Gabriel Baptista (Technosylva Maglia Bembibre), Daniel
Lima (Israel Premier Tech Academy) e Lucas Lopes (Rádio
Popular-Paredes-Boavista) participam nos sub-23.
"Ao longo dos anos temos
conseguido bons resultados tanto no contrarrelógio como na estrada. Éramos o
país que conseguia pôr um ciclista nos 10 primeiros de cada uma. Podemos não
estar nessa situação este ano, mas vamos ver se conseguimos. E também é
importante dar oportunidade a outros corredores que vão ser o futuro. Temos de
esperar para ver o que vai acontecer", desvalorizou.
O selecionador admitiu que,
dada a proximidade dos Mundiais aos Europeus, que decorrem entre 1 e 5 de
outubro em Drôme-Ardèche, na França, a gestão do grupo obrigou-o a uma das
"convocatórias mais difíceis da carreira", precisamente para otimizar
as opções de sucesso que considera mais prováveis no evento gaulês.
"Sabemos as nossas
limitações, porém também que é nestas circunstâncias que alguns atletas
crescem. Queremos que aproveitem este cenário para dar um salto competitivo e
trazer para Portugal uma experiência que possa render no futuro",
completou.
Destacou a "extrema
dureza do percurso", considerando-o provavelmente o mais duro de sempre,
propício para o êxito dos "mais valentes", num desafio em que importa
gerir igualmente a altimetria, calor e altitude, entre outros.
"Os bons mostram em
África ou qualquer outro lugar que são realmente bons", vincou.
Embora considere o Ruanda um
"país algo atípico" para a realização dos Mundiais, "pela
altitude, calor e humidade, que vão condicionar o rendimento", entende que
África merece receber uma competição deste nível.
"A organização, que está
lá há meses, diz que tem tudo controlado e que não vai haver grandes problemas.
Boas estradas, condições de saúde, cidade limpa. Confiemos que sim. Correndo
bem, porque não voltar a África no futuro?", serenou.
Uma vez que não vai apresentar
qualquer ciclista no contrarrelógio individual, Portugal viaja para o Ruanda
somente na segunda-feira, ao invés de o ter feito na passada quinta-feira.
Fonte: Record on-line
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