Afonso Eulálio igualou o segundo melhor registo da história da Seleção Nacional em provas de fundo da elite masculina em Campeonatos do Mundo. O jovem português de 23 anos foi nono este domingo, em Kigali, Ruanda.
Esta foi a quinta ocasião em que Portugal
conseguiu terminar entre os dez primeiros, depois do título Mundial conquistado
por Rui Costa, em 2013, o mesmo protagonista do nono lugar, em 2015, e de dois
décimos, em 2018 e 2019, sempre sob a tutela de José Poeira, atual Selecionador
Nacional. A lista inclui agora o nome de Afonso Eulálio e logo num dos mundiais
mais duros de sempre, com mais de cinco mil metros de desnível acumulado.
“Sabia que vinha bem, mas nunca pensei fechar
no top 10. Foi um Mundial super duro, mas consegui gerir a corrida. Quando o
Pogacar atacou de longe, não fui ao choque nem ao limite, porque sabia que a
perseguição seria feita por um grupo maior. Procurei poupar-me e fazer
diferenças onde sabia que podia. Conseguir um top 10 num Mundial é muito
motivador. Passei o ano a trabalhar para a equipa e, agora, no final da época,
alcançar este resultado muito gratificante”, explica Afonso Eulálio.
A Seleção Nacional entrou em prova com quatro
portugueses na prova de fundo: Afonso Eulálio, António Morgado, Ivo Oliveira e
Tiago Antunes. Além de Eulálio, Ivo Oliveira esteve em destaque ao entrar na
fuga do dia durante 157 quilómetros, tendo sido um dos últimos resistentes.
Tanto Ivo Oliveira como António Morgado e Tiago Antunes não terminaram a prova
– apenas 30 ciclistas completaram a corrida.
“Foi uma corrida muito difícil, com um
acumulado duríssimo, e o Afonso soube gerir muito bem. Mas não basta saber
gerir, é preciso ter capacidade, e ele mostrou que a tem. Chegar com os
melhores, deixando para trás ciclistas de grande valor, e terminar em nono
lugar é espetacular. Não podemos esquecer que o Afonso só tem 23 anos”, destaca
José Poeira.
“Já no ano passado esteve no Mundial, mas teve
problemas mecânicos e uma queda que o impediram de mostrar todo o potencial.
Essa experiência ajudou-o agora e um ano depois está entre os dez primeiros de
um Campeonato do Mundo tão duro. É muito
positivo ver um corredor tão jovem alcançar
este resultado numa prova desta
dimensão”, sublinha o selecionador nacional.
A prova, essa, foi vencida pelo esloveno Tadej
Pogačar, que completou os 267,5 quilómetros em 6h21m21s, 66,6 dos quais a solo.
O belga Remco Evenepoel e o irlandês Ben Healy completaram o pódio por esta
ordem, a 1m28s e 2m16s, respetivamente. Afonso Eulálio manteve-se bem colocado
ao longo de toda a corrida e chegou na nona posição, a 7m06s, quase dois
minutos a menos que Thomas Pidcock, 10.º.
A Seleção Nacional regressa à entrada já na
próxima semana, no Campeonato da Europa, em França, entre 1 e 5 de outubro.
Portugal terá uma representação alargada na prova, num total de 24
representantes, entre elite, sub-23 e juniores, tanto masculinos como
femininas.
Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo
Sem comentários:
Enviar um comentário