Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Primoz Roglic voltou a abordar
abertamente o tema da reforma, admitindo que os pensamentos sobre o fim da
carreira estão cada vez mais presentes e até sugerindo um eventual regresso às
suas origens nos desportos de inverno. Em conversa na Profronde de Etten-Leur,
nos Países Baixos, o esloveno reconheceu que o seu tempo no World Tour pode
estar a chegar ao limite, com as prioridades familiares e novas ambições a
ganharem espaço.
"Hoje em dia é uma
questão de sobrevivência e, na minha idade, o dia em que vou parar está cada
vez mais próximo", afirmou Roglic ao HLN. "Já não tenho 20 anos, por
isso, naturalmente, olho para o meu futuro de forma diferente. Também quero
fazer outras coisas na vida. Talvez voltar aos desportos de inverno, onde tudo
começou para mim. Não, não é o salto de esqui - isso é passado. Mas os Jogos
Olímpicos de inverno? Isso seria muito fixe, mesmo que por agora seja
irrealista".
Antes de um grave acidente o
ter obrigado a abandonar o salto de esqui, nos seus vinte e poucos anos, Roglic
destacava-se como um talento promissor, tendo chegado ao segundo lugar no
Campeonato do Mundo de Juniores. Essa experiência continua a marcar as suas
reflexões sobre o futuro. Em tom descontraído, não descartou uma aventura
olímpica insólita: fazer 40 anos e competir nos Jogos Olímpicos de 2030 nos
Alpes franceses. "Envelhecer bem, como um bom vinho", brincou.
A família
em primeiro plano
As declarações surgem numa
fase em que Roglic optou por não defender o título na Volta a Espanha, decisão
tomada para poder estar com a mulher e os dois filhos pequenos. "Já não
posso estar em todo o lado", explicou. "Em casa, tenho uma mulher e
dois filhos, que merecem a minha atenção. O ciclismo é a minha profissão, mas a
minha família é tudo para mim. Acima de tudo, sou um marido e um pai amoroso e
só depois um desportista".
O ciclista da Red Bull - BORA
- Hansgrohe, atualmente com 35 anos, completou recentemente a Volta a França,
onde terminou em oitavo lugar da classificação geral. Apesar de não ter lutado
por vitórias em etapas, mostrou-se satisfeito com a consistência apresentada.
"Apesar de nem sempre ter estado ao meu melhor nível, gostei
verdadeiramente de chegar à terceira semana e de terminar a Volta", disse.
Quanto a um regresso futuro ao Tour, não se comprometeu: "Levo as coisas
dia após dia".
Um legado
em aberto
Fica por esclarecer se Roglic
vai cumprir até ao fim o contrato que o liga à Red Bull ou se optará por
antecipar a despedida. O que é certo é que um dos mais condecorados corredores
de etapas da última década começa a olhar para além da bicicleta, ponderando
novos caminhos depois de uma carreira que o colocou entre os grandes nomes da
modalidade.
Quando questionado sobre a
motivação para continuar, respondeu com a habitual reserva:
"Veremos". Pouco depois, deixou transparecer de forma mais clara a
sua mentalidade atual: "Com a minha idade, o dia em que vou parar está a
aproximar-se. Também quero fazer outras coisas na vida".
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