Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Este domingo, Tadej Pogacar
tornar-se-á no primeiro vencedor da Volta a França, em mais de trinta anos, a
alinhar à partida da Paris-Roubaix. O último a fazê-lo foi o lendário Greg
LeMond, e o ícone norte-americano não poupou elogios ao esloveno da UAE Team
Emirates - XRG, a quem reconhece uma dimensão histórica no ciclismo moderno.
“Ele adora pedalar. Nota-se
que se diverte imenso a correr e, honestamente, pode muito bem tornar-se no
melhor ciclista de sempre”, afirmou LeMond à AFP. “A forma como vence, o tipo
de corridas que já ganhou... é excecional. Está a dominar um pelotão incrivelmente
competitivo, e faz tudo isso com um estilo único. Hoje em dia, com os rádios e
o controlo das equipas, vencer isolado tornou-se ainda mais difícil e ele fá-lo
com frequência.”
Pogacar estreia-se no mítico
“Inferno do Norte”, uma corrida que LeMond também conheceu bem. Participou
quatro vezes na Paris-Roubaix, com um honroso 4.º lugar em 1985 como melhor
resultado. “Como ciclista profissional, como é que se pode não querer viver
essa experiência?”, recorda, entre risos, mostrando-se visivelmente apaixonado
pela corrida. “A Volta a França é a minha corrida preferida, claro, mas a
Paris-Roubaix... é aquela que eu adoraria ter vencido.”
Embora LeMond nunca tenha
conseguido conjugar vitórias na Volta a França e em Roubaix, acredita
firmemente que Pogacar tem o perfil para o fazer. “Não é demasiado leve”,
assegura o tricampeão do Tour. “É verdade que, para mim, o Mathieu van der Poel
continua a ser o principal favorito, pela experiência e pelos resultados
anteriores nesta clássica. Mas há muitos grandes nomes no seu melhor neste
momento.”
LeMond também rejeita a ideia
de que participar na Paris-Roubaix possa prejudicar as ambições de Pogacar nas
Grandes Voltas. “Ele tem apenas 26 anos. Ainda tem várias campanhas na Volta a
França pela frente, sem dúvida. Mas claro, não se pode ignorar Jonas
Vingegaard, eles estão muito próximos em termos de nível. E isso é o que está a
tornar o ciclismo tão emocionante atualmente.”
O norte-americano também
reflete sobre as mudanças no perfil físico dos ciclistas de topo: “Não me
espanta que estejam a subir tão depressa. Os ciclistas de hoje são, em média,
três a quatro quilos mais leves. O Vingegaard tem o meu tamanho, mas pesa menos
10 quilos. Se eu tivesse menos 10 quilos, também subia montanhas àquela
velocidade…”
LeMond termina com um elogio à
nova geração: “O que mais me agrada é que todos estes ciclistas estão a provar
o seu valor desde muito jovens. Estão a mudar o desporto.”
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