terça-feira, 28 de maio de 2024

“Rui Oliveira: «Fazer parte desta equipa é especial»”


Português ajudou Tadej Pogacar a ganhar o Giro

 

Por: Lusa

Foto: Reuters

Rui Oliveira descreveu como "especial" a sensação de integrar a equipa do vencedor da Volta a Itália, o ciclista esloveno Tadej Pogacar, fazendo um balanço "excelente" do seu percurso na 'corsa rosa', que terminou no domingo, em Roma.

"Fazer parte desta equipa é, sem dúvida, especial. Uma pessoa sempre que vem para uma grande Volta, obviamente tendo uma pessoa como o Tadej, sabe que pode ir para ganhar e, agora, terminar e saber que vencemos todos juntos... conseguimos terminar os oito, conseguimos fazer um trabalho especial. É muito gratificante, porque são memórias que ficam para a vida", resumiu à agência Lusa, no rescaldo da festa da consagração de Pogacar como vencedor da 107.ª edição do Giro.

O sentimento é ainda mais memorável porque o gaiense foi o único português a alinhar nesta Volta a Itália, dela saindo com "uma memória especial para ter no currículo". "Apesar de não ter sido eu a vencer, ter sido o Tadej, estar na equipa e ter ajudado para esse feito, e sentir que contribuí, [...] é um sentimento muito especial", completou.

Rui Oliveira integrou um oito muito questionado antes do arranque da 107.ª edição, em 4 de maio, em Venaria Reale, com a maioria dos comentadores da modalidade a colocarem em dúvida o alinhamento escolhido pela UAE Emirates para escoltar o assalto de Pogi à camisola rosa final.

"Houve vários comentários de pessoas a criticar, que a equipa não era suficiente e que não era talhada para ajudar o Tadej, mas eu acho que mostrámos todos que estivemos ao mais alto nível na ajuda. Acho que nunca falhámos como equipa. Houve momentos difíceis e eu acho que a contribuição de todos nós, seja em terreno plano, na média e alta montanha, foi muito bem trabalhada", defendeu.

O ciclista português de 27 anos notou que, apesar de Pogacar fazer "muita diferença na montanha para toda a gente", sozinho não teria conseguido chegar à vitória. "A contribuição de todos foi importante e eu acho que, após este Giro, as pessoas viram que a equipa foi suficiente, apesar de ele estar um nível acima de toda a gente. Mostrámos que a equipa foi totalmente eficaz e, mais do que calar [as críticas], é importante termos mostrado que todos nós fomos suficientes e que não é preciso, às vezes, uma super equipa só de trepadores para ganhar uma grande Volta", reforçou.

Depois de concluir a sua quinta grande e o segundo Giro, Rui Oliveira confessa que nunca duvidou que Pogacar iria ganhar, até porque o esloveno vestiu a maglia rosa logo na segunda etapa.

"Nunca duvidámos do valor dele, porque ele sempre mostrou que estava forte. O ambiente dentro da equipa foi sempre simplesmente fantástico. Foi das vezes que tivemos um melhor grupo numa corrida - falo por mim. Já estive várias vezes com o Tadej em equipas, mas esta corrida foi especial, porque tendo praticamente só um objetivo, que era vencer o Giro, todos sabíamos para o que íamos. E, quando é assim, não há falhas, toda a gente sabe o que tem de fazer, que é protegê-lo", afirmou.

A nível individual, o pistard português, que esteve mais de dois meses sem competir antes do Giro por ter fraturado o rádio esquerdo numa queda na Omloop Het Nieuwsblad, também faz "um balanço muito positivo".

"Consegui estar num dos meus melhores níveis de sempre numa corrida de três semanas. Senti-me sempre bastante bem. Consegui fazer bastantes lançamentos para o [Juan Sebastián] Molano, que também era um dos meus objetivos. Acho que nunca falhei nessa tarefa, fui exímio no meu trabalho e, por uma razão ou outra, não foi possível [ele] ganhar [uma etapa ao sprint], mas estou muito contente com o meu trabalho. Não só nos 'lead outs', mas também na frente do pelotão. [Foram] centenas de quilómetros a proteger o Tadej...", salientou.

O ciclista luso da UAE Emirates, que terminou na 121.ª posição da geral, considera que foi "em crescendo" na prova italiana.

"Foram sempre bons indicadores para mim. Depois de dois meses sem correr, não sabia bem como ia estar e isso, obviamente, cria algum nervosismo. Depois da primeira semana, consegui ver que não estava assim tão mal e fui em crescendo. Fico mesmo muito contente por ter conseguido estar a este nível, porque sem correr é difícil às vezes. Faltava algum ritmo de competição nos primeiros dias, mas com calma, com paciência, consegui melhorar cada dia e o balanço é excelente", rematou, apontando como lembrança mais bonita o momento em que Pogacar consumou o triunfo final.

Fonte: Record on-line

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