Português ajudou Tadej Pogacar a ganhar o Giro
Por: Lusa
Foto: Reuters
Rui Oliveira descreveu como "especial" a sensação de integrar a equipa do vencedor da
Volta a Itália, o ciclista esloveno Tadej Pogacar, fazendo um balanço "excelente" do seu percurso na 'corsa
rosa', que terminou no domingo, em Roma.
"Fazer
parte desta equipa é, sem dúvida, especial. Uma pessoa sempre que vem para uma
grande Volta, obviamente tendo uma pessoa como o Tadej, sabe que pode ir para
ganhar e, agora, terminar e saber que vencemos todos juntos... conseguimos
terminar os oito, conseguimos fazer um trabalho especial. É muito gratificante,
porque são memórias que ficam para a vida",
resumiu à agência Lusa, no rescaldo da festa da consagração de Pogacar como
vencedor da 107.ª edição do Giro.
O sentimento é ainda mais
memorável porque o gaiense foi o único português a alinhar nesta Volta a Itália,
dela saindo com "uma memória especial
para ter no currículo". "Apesar
de não ter sido eu a vencer, ter sido o Tadej, estar na equipa e ter ajudado
para esse feito, e sentir que contribuí, [...] é um sentimento muito
especial", completou.
Rui Oliveira integrou um oito
muito questionado antes do arranque da 107.ª edição, em 4 de maio, em Venaria
Reale, com a maioria dos comentadores da modalidade a colocarem em dúvida o
alinhamento escolhido pela UAE Emirates para escoltar o assalto de Pogi à
camisola rosa final.
"Houve
vários comentários de pessoas a criticar, que a equipa não era suficiente e que
não era talhada para ajudar o Tadej, mas eu acho que mostrámos todos que
estivemos ao mais alto nível na ajuda. Acho que nunca falhámos como equipa.
Houve momentos difíceis e eu acho que a contribuição de todos nós, seja em
terreno plano, na média e alta montanha, foi muito bem trabalhada",
defendeu.
O ciclista português de 27
anos notou que, apesar de Pogacar fazer "muita diferença na montanha para
toda a gente", sozinho não teria conseguido chegar à vitória. "A contribuição de todos foi importante e eu acho
que, após este Giro, as pessoas viram que a equipa foi suficiente, apesar de
ele estar um nível acima de toda a gente. Mostrámos que a equipa foi totalmente
eficaz e, mais do que calar [as críticas], é importante termos mostrado que
todos nós fomos suficientes e que não é preciso, às vezes, uma super equipa só
de trepadores para ganhar uma grande Volta", reforçou.
Depois de concluir a sua
quinta grande e o segundo Giro, Rui Oliveira confessa que nunca duvidou que
Pogacar iria ganhar, até porque o esloveno vestiu a maglia rosa logo na segunda
etapa.
"Nunca
duvidámos do valor dele, porque ele sempre mostrou que estava forte. O ambiente
dentro da equipa foi sempre simplesmente fantástico. Foi das vezes que tivemos
um melhor grupo numa corrida - falo por mim. Já estive várias vezes com o Tadej
em equipas, mas esta corrida foi especial, porque tendo praticamente só um
objetivo, que era vencer o Giro, todos sabíamos para o que íamos. E, quando é
assim, não há falhas, toda a gente sabe o que tem de fazer, que é
protegê-lo", afirmou.
A nível individual, o pistard
português, que esteve mais de dois meses sem competir antes do Giro por ter
fraturado o rádio esquerdo numa queda na Omloop Het Nieuwsblad, também faz "um balanço muito positivo".
"Consegui
estar num dos meus melhores níveis de sempre numa corrida de três semanas.
Senti-me sempre bastante bem. Consegui fazer bastantes lançamentos para o [Juan
Sebastián] Molano, que também era um dos meus objetivos. Acho que nunca falhei
nessa tarefa, fui exímio no meu trabalho e, por uma razão ou outra, não foi
possível [ele] ganhar [uma etapa ao sprint], mas estou muito contente com o meu
trabalho. Não só nos 'lead outs', mas também na frente do pelotão. [Foram]
centenas de quilómetros a proteger o Tadej...",
salientou.
O ciclista luso da UAE
Emirates, que terminou na 121.ª posição da geral, considera que foi "em crescendo" na prova
italiana.
"Foram
sempre bons indicadores para mim. Depois de dois meses sem correr, não sabia
bem como ia estar e isso, obviamente, cria algum nervosismo. Depois da primeira
semana, consegui ver que não estava assim tão mal e fui em crescendo. Fico
mesmo muito contente por ter conseguido estar a este nível, porque sem correr é
difícil às vezes. Faltava algum ritmo de competição nos primeiros dias, mas com
calma, com paciência, consegui melhorar cada dia e o balanço é excelente",
rematou, apontando como lembrança mais bonita o momento em que Pogacar consumou
o triunfo final.
Fonte: Record on-line
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