Ciclista da UAE Emirates lidera as aspirações portuguesas, junto ao experiente Nelson Oliveira (Movistar)
Por: Lusa
João Almeida, terceiro na
Volta a Itália, lidera um quarteto português na prova de fundo de elites dos
Mundiais de ciclismo de estrada, em Glasgow, enquanto o vice-campeão mundial
júnior António Morgado sobe ao escalão sub-23.
Terceiro classificado do Giro
deste ano, João Almeida (UAE Emirates) lidera as aspirações lusas, junto ao
experiente Nelson Oliveira (Movistar), com os dois a representarem também as
cores nacionais no contrarrelógio, agendado para 11 de agosto.
Na prova de fundo, junta-se a
esta dupla Ruben Guerreiro (Movistar), com André Carvalho (Cofidis) como
escolha mais surpreendente, enquanto no feminino, em elite, apenas Vera Vilaça
(Massi-Tactic) foi chamada.
Já António Morgado chega à
corrida de sub-23 depois de, em 2022, ter sido vice-campeão do mundo no escalão
júnior, juntando-se ao colega de equipa Gonçalo Tavares. Os dois ciclistas da
Hagens Berman Axeon estarão também no 'crono', tendo no fundo a ajuda de Daniel
Lima (Israel-Premier Tech Academy), Diogo Gonçalves (Santa Maria da
Feira-Segmento d'Época-Reol) e Alexandre Montez (Credibom-LA Alumínios-Marcos
Car).
Também nos sub-23, Daniela
Campos (Bizkaia Durango) será a representante lusa no feminino, com Daniela
Simão (Efapel) e Raquel Dias (Extremosul-Hotel Alísios-Terras do Arade) em
juniores, escalão em que Portugal terá José Moreira (Silva &
Vinha-ADRAP-Sentir Penafiel) e Tiago Santos (Alcobaça CC-Crédito Agrícola) em
masculinos, em ambos os casos apenas no fundo.
Apesar das credenciais dos
convocados, o selecionador masculino de estrada, José Poeira, lamenta, em
declarações à Lusa, a pouca adequação das características dos ciclistas
portugueses aos percursos das provas de fundo, a começar pela 'rainha' da estrada nos Mundiais.
Em elites, conta, Portugal
terá "corredores com bastante
experiência e de bom nível", mas "num percurso que não é muito bom"
para a seleção.
"Se
fosse um pouco mais duro, podíamos sobressair mais. A colocação será decisiva,
desde o início", analisa.
Outra questão importante na
escolha da seleção, nota, é o facto de Glasgow2023 acolher a primeira edição de
uns Mundiais que unificam todas as disciplinas, da estrada à pista, do BTT ao
BMX.
"Alguns
corredores que vão fazer pista não vão estar na estrada. Ivo Oliveira e Rui
Oliveira seriam muito bons para estar na estrada, mas também fazem falta na
pista, em que têm em jogo o apuramento olímpico",
lamenta.
Os gémeos da UAE Emirates têm
em perfis menos acidentados os melhores resultados na estrada, mas procuram
também fazer, na pista, o que ficaram perto de lograr para Tóquio'2020, no caso
a qualificação olímpica para os próximos Jogos e Ivo Oliveira defende o bronze
na perseguição individual em 2022.
Menos preponderante é o
assunto do traçado nos sub-23, em que Portugal, nomeadamente António Morgado,
ainda o vigente 'vice' mundial
no escalão abaixo, pode conseguir "uma boa corrida", face à
experiência do seu 'chefe de fila'
e aos bons resultados enquanto equipa ao longo da época na Taça das Nações.
Já nos juniores, os dois
corredores chamados "nunca fizeram um
Mundial" e não têm "um
percurso ideal, por ser muito citadino, com muitas curvas e poucas
subidas".
A corrida de fundo masculina
de elite, que no domingo sai de Edimburgo até Glasgow, tem 271,1 quilómetros e
uma primeira metade com uma subida antes da entrada num circuito.
Se no fundo, em que Rui Costa
foi campeão em 2013, as esperanças não são muito elevadas, o contrarrelógio
apresenta outras possibilidades, desde logo pelo duo escolhido Nelson Oliveira
foi quarto classificado no Mundial de 2017, à porta do pódio, e oitavo já em
2022.
João Almeida não alinhou à
partida desse exercício, mas é também um dos expoentes máximos da
especialidade, pelo menos entre 'voltistas',
e ambos enfrentam um exercício com quase 45 quilómetros "que não é muito duro e acaba numa ligeira
subida".
A história não muda para
Portugal neste capítulo. "Gostamos mais
de percursos mais duros, com algumas subidas. [...] Eles andam bem na mesma,
mas pequenas diferenças de segundos podem deixar-nos fora dos 10
primeiros", avalia José Poeira.
Fonte: Record on-line
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