Ciclista da UAE Emirates continua na perseguição ao camisola amarela Vingegaard (camisola amarela) e Pogacar chegaram juntos à meta na 14.ª etapa
Foto: Reuters
Tadej Pogacar assumiu este
sábado querer "stressar" o camisola amarela Jonas Vingegaard e a
Jumbo-Visma "o mais possível",
depois de ter atacado no início e no final da 14.ª etapa da Volta a França.
"A
nossa estratégia é stressar o mais possível o Vingegaard e a Jumbo-Visma, e
isso funcionou. Sei, por experiência própria, que levar a amarela acarreta
muita pressão, porque te obriga mais a defender do que atacar",
reconheceu o bicampeão em título.
O líder da UAE Emirates atacou
decorridos que estavam apenas 10 dos 192,5 quilómetros entre Saint-Étienne e
Mende, apanhando inicialmente desprevenido o dinamarquês da Jumbo-Visma, que
rapidamente se lhe juntou, e novamente no início dos três quilómetros de
ascensão ao aeródromo de Mende, uma contagem de montanha de segunda categoria,
com uma pendente média de 10% de inclinação, situada a pouco mais de 1.000
metros da meta.
"Enquanto
eles [Jumbo-Visma] controlam o pelotão, nós economizamos forças de modo a poder
planificar os nossos ataques. Não sei se os Jumbo têm medo de mim, mas
estiveram na minha roda o dia todo e, claro, não me deixaram sair. No início da
etapa, vi que o Wout van Aert tentava fazer a ponte com o grupo da frente e
segui-o. Assim, toda a sua equipa teve de trabalhar para me alcançar",
justificou.
'Pogi', de
23 anos, disse saber, no entanto, que a formação holandesa é "muito forte" e que não o
deixaria entrar na fuga.
"O
mesmo aconteceu no meu ataque final: endureci a corrida como pude na subida,
mas era muito curta. Sinto-me bem, as pernas estão bem e estou desejoso de
chegar aos Pirenéus", concluiu o esloveno, que
perdeu a amarela para Vingegaard no Col du Granon, na 11.ª etapa, e desde aí
não conseguiu tirar qualquer segundo aos 02.22 minutos de diferença que tem
para o dinamarquês.
A estratégia de Pogacar parece
não ter perturbado o camisola amarela, que elogiou o seu rival, mas diz-se
confiante para o que resta de Volta a França.
"Fez
bons ataques, mas já estava à espera. Consegui segui-lo e isso dá-me muita
confiança. Não foi fácil, nunca é no ciclismo a este nível, mas estou
satisfeito por ter resistido", garantiu o corredor de 25 anos, detalhando
que quando o bicampeão atacou no início da etapa, "estava um pouco
longe" e precisou de "tempo
para recolar", mas "o
esforço não custou muita energia".
O 'vice' do Tour'2021 sabe que o homem que o
bateu no ano passado "não vai
contentar-se com o segundo lugar", pelo que está preparado
para que o ciclista da UAE Emirates "ataque a todo o momento".
"Quem
sabe até no dia de descanso [segunda-feira]", brincou.
O contido líder da geral
desvalorizou a diferença para 'Pogi',
notando que "pode parecer grande",
mas que com "as dificuldades que ainda
faltam e o contrarrelógio" é
facilmente recuperável.
"Não
diria que somos amigos, não tenho o número de telefone dele. Somos rivais que
se dão bem. É um grande tipo e um excelente ciclista. A nossa relação é
boa", disse Vingegaard, depois de hoje os dois
grandes rivais deste Tour terem dado uma nova demonstração de 'fair-play',
cumprimentando-se quando cortaram a meta.
Um dos mais afetados pela
estratégia atacante de Pogacar é Wout van Aert, o belga que o 'patrão' da UAE Emirates, Mauro Gianetti,
descreveu como a 'segunda equipa' do camisola amarela.
"É
bastante normal que o Pogacar consiga isolar o Jonas da nossa equipa quando
ataca. Afinal, lideramos o pelotão o dia todo. Ele é um dos corredores mais
fortes do pelotão, e obriga-nos a estar na frente toda a jornada",
comentou o camisola verde.
Van Aert, que andou quatro
dias de amarelo neste Tour e já venceu duas etapas, viu-se, no início da 14.ª
tirada, isolado com o esloveno na roda, uma situação que, admitiu, não foi a
ideal.
"Quando
começaram os ataques, havia uns 40 corredores na frente, em diferentes grupos,
e tentei de controlar, mas tinha o Tadej na minha roda, pelo que tive de
reduzir a velocidade. Foi um começo difícil, porque entre os atacantes também
havia rivais da classificação geral", notou.
Corredor polivalente e peça essencial
na defesa da amarela de Vingegaard, 'WVA' abordou
hoje a sua evolução enquanto ciclista, referindo sentir-se "muito bem" nesta Volta a França.
"Cada
vez sou melhor trepador. Demonstramos que somos capazes de lutar pela camisola
amarela e pela verde. Não necessito muita ajuda para perseguir os pontos,
basta-me o Christophe Laporte", disse o belga de 27 anos,
que tem praticamente assegurada a vitória na classificação por pontos.
Van Aert tem 333 pontos, mais
169 do que Pogacar, que é segundo posicionado na classificação da regularidade.
Fonte: Record on-line
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