sexta-feira, 6 de maio de 2022

“Giro de Itália no Eurosport”


Por: Vasco Simões

Maio é o mês do Giro! Entre os dias 06 e 29 realiza-se a 105.ª edição da Volta a Itália e o Eurosport vai acompanhar tudo o que acontece nesta 1.ª ‘Grande Volta’ da temporada com uma cobertura sem rival com perto de 110 horas de transmissão exclusiva em direto.

Durante três semanas, os fãs de ciclismo vão poder seguir o pelotão do Giro no Eurosport ao longo de 3.445,6 quilómetros repletos de emoção e belíssimas paisagens. Depois de brilhar na edição de 2020, João Almeida está mais maduro e ambicioso para vestir de novo a ‘Maglia Rosa’. Uma Volta fantástica para ver no Eurosport com os comentários de Luís Piçarra, Paulo Martins, Olivier Bonamici e José Azevedo.

 

O QUE ESPERAR

 

O Giro 2022 apresenta-se uma vez mais com muita montanha e dois contrarrelógios individuais, o último deles em Verona, na 21.ª e derradeira etapa. A prova arranca em Budapeste, capital da Hungria, e durante três etapas a festa do ciclismo acontece neste país do leste da Europa. É a 14.ª vez na história da competição que o Giro arranca fora de Itália e a primeira desde Jerusalém, em 2018.

A 10 de maio, e após um dia de viagem/descanso, o pelotão cumpre a 4.ª etapa do Giro e 1.ª em solo italiano, na Ilha da Sicília. O grupo parte de Avola rumo ao vulcão Etna, onde tem o primeiro desafio de montanha. São apenas 166 quilómetros e uma meta situada a 1892m de altitude. No entanto, o desnível é de 3.590m. Depois de entrar pela ponta da ‘bota’, o Giro segue rumo ao Norte com algumas etapas mais planas, mas igualmente exigentes.

A 9.ª etapa, a 15 de maio, marca a dupla ascensão ao icónico Blockhaus (1695m) e o fim da primeira semana de prova. Uma imponente subida de 13.7 quilómetros com uma inclinação média de 8,5% e que pode representar a primeira grande seleção de favoritos à conquista da ‘Maglia Rosa’. Pelo caminho o pelotão tem ainda passagens previstas pelo Roccaraso (1254m) e pelo Passo Lanciano (1310m).

Na segunda semana, o pelotão do Giro ruma pela Costa do Mar Adriático rumo a Norte até ao outro extremo, o Mediterrânio, passando por cidades icónicas como Pescara, Reggio Emilia, Parma, Génova, San Remo e Turim. Com a chegada aos Alpes as etapas prometem ser bem mais duras, com a montanha a aparecer em força antes de novo dia de descanso. A 14.ª etapa, a 21 de maio, será uma espécie de Liège-Bastogne- Liège à italiana com muitas subidas curtas e íngremes, mas também muitas descidas. Segue-se uma tirada no Vale de Aosta, com duas subidas de montanha de 1.ª categoria (Pila-Les Fleurs 1421m e Verrogne 1582m) e uma de 2.ª categoria, o Cogne, onde está situada a meta a 1611m. Dia 23 de maio, cumpre-se o último dia de descanso.

Com muitos quilómetros e desgaste nas pernas, o pelotão entra na terceira semana do Giro, a 24 de maio, e para dias verdadeiramente desafiantes com montanha até não mais ver. A 16.ª etapa liga Salò a Aprica, nas Dolomitas, ao longo de 202 quilómetros e pelo caminho há três subidas de montanha de 1.ª categoria: Goletto di Cadino (1938m), Passo del Mortirolo (1854m) e Valico di Santa Cristina (1448m). No dia seguinte, é a vez de mais dois desafios imponentes: o Passo del Vetriolo (1383m) e o Monterovere (1261m), outras duas contagens de montanha de 1.ª categoria.


Ainda nada pode estar decidido e a 18.ª etapa, mais plana e curta é apenas um dia mais calmo antes de duas tiradas de montanha arrasadoras a 27 e 28 de maio. A 19.ª etapa tem prevista uma passagem pelo Kolovart (1.ª categoria a 1145m) e um total de 177 quilómetros. Mas é a 19.ª etapa que concentra todas as atenções.

A etapa Rainha liga Belluno a Marmolada (Passo Fedaia a 2057m) ao longo de 168 quilómetros e prevê a passagem pelo duro Passo San Pellegrino (1918m) e o duríssimo Passo Pordoi (2239m, 11,9 quilómetros e 6,6% de média de inclinação), o ‘Cima Coppi’ deste Giro 2022, ou seja, o ponto mais alto da prova. A chegada à meta no Passo Fedaia é de mais de 12,9 quilómetros e tem uma inclinação média de 7,8%. Finais curtos, mas por vezes explosivos, podem produzir impactos significativos na classificação geral.

Na 21.ª e derradeira etapa do Giro, fazem-se as contas e logo com um contrarrelógio individual na cidade de Verona. São 17,4 quilómetros com meta situada no Coliseu da cidade. Quem será o melhor no final? Quem vestirá a camisola rosa? Quem irá erguer o troféu infinito e entrar para a história? A não perder!

 

ETAPAS DO GIRO 2022

ETAPA – DATA – DISTÂNCIA – PARTIDA - CHEGADA

 

1 – 06/ 05 – 195 km – Budapeste – Visegrád (Hungria)

2 – 07/ 05 – 9.2 km Budapeste (Hungria) – Contrarrelógio Individual

3 – 08/ 05 – 201 km – Kaposvár – Balatonfured (Hungria)

-- - 09/05 – Dia de Descanso

4 – 10/05 – 172 km – Avola – Etna (Rif. Sapienza)

5 – 11/05 – 174 km – Catania – Messina

6 – 12/05 – 192 km – Palmi – Scalea (Riviera dei Cedri)

7 – 13/05 – 196 km – Diamante – Potenza

8 – 14/05 – 153 km – Nápoles – Nápoles

9 – 15/05 – 191 km – Isernia – Blockhaus

-- - 16/05 – Dia de Descanso

10 – 17/05 – 196 km – Pescara – Jesi

11 – 18/05 – 203 km – Santarcangelo di Romagna – Reggio Emilia

12 – 19/05 – 204 km – Parma – Genova

13 – 20/05 – 150 km – San Remo – Cuneo

14 – 21/05 – 147 km – Santena – Turim

15 – 22/05 – 178 km – Rivarolo Canavese - Cogne

-- - 23/05 – Dia de Descanso

16 – 24/05 – 202 km – Salò – Aprica

17 – 25/05 – 168 km – Ponte di Legno – Lavarone

18 – 26/05 – 152 km – Borgo Valsugana – Treviso

19 – 27/05 – 177 km – Marano Lagunare – Santuario di Castelmonte

20 – 28/05 – 168 km – Balluno – Marmolada (Passo Fedaia)

21 – 29/05 – 17.4 km – Verona – Contrarrelógio Individual

 

OS FAVORITOS...

 

João Almeida tem nos ombros o peso da responsabilidade e desejo de um país que o pretende ver vestido de rosa, tal como em 2020, quando rolou pelas estradas de Itália com a ‘Maglia Rosa’ durante 15 dias. Não conseguiu a vitória, mas o 4.ª lugar alcançado foi o melhor de sempre de um português no Giro. Dois anos depois, mais experiente, e com uma nova equipa e um novo papel de destaque, o ciclista português da UAE Team Emirates coloca como objetivo terminar no pódio da classificação geral. Terá a concorrência de peso de nomes como Richard Carapaz, vencedor do Giro 2019, Simon Yates, Tom Dumoulin, Tobias Foss, Vincenzo Nibali, Miguel Ángel López, Jai Hindley, Wilco Kelderman, Bauke Mollema, Giulio Ciccione, Romain Bardet, Hugh Carthy, Mikel Landa, Wout Poels ou Guillaume Martin.

Outros nomes podem brilhar conquistando etapas como a sensação holandesa Mathieu van der Poel, que faz a sua estreia no Giro, Alejandro Valverde, Caleb Ewan, Mark Cavendish, Giacomo Nizzolo, Fernando Gaviria ou Tim Merlier.

 

...E OS AUSENTES

 

Pouco mais de três meses após o acidente em que quase ficou paraplégico, o colombiano Egan Bernal regressou recentemente aos treinos de bicicleta na estrada, no entanto, está longe de poder voltar para já às grandes competições. O vencedor do Tour 2019 e do Giro 2021, colidiu a alta velocidade com um autocarro, nos arredores de Bogotá, sofrendo 20 fraturas, além da perfuração dos pulmões, que obrigou a várias intervenções cirúrgicas. Bernal estará ausente das estradas italianas bem como os favoritos eslovenos Tadej Pogacar e Primoz Roglic, ambos focados na Volta a França. De fora fica também o eslovaco Peter Sagan.

O sonho durou 15 dias! Ninguém se esqueceu em Portugal, dos 15 dias de rosa do João Almeida no Giro 2020. A partir daí, a Volta a Itália teve sempre um sabor especial e, no ano passado, o ciclista português fez-nos sonhar novamente com uma ‘remontada’ espetacular, acabando no 6.º lugar da geral.

Este ano, as expectativas são ainda maiores e é normal. O João tem tudo para finalmente alcançar o primeiro pódio da sua carreira numa grande Volta, mas a pergunta coloca-se: Será que podemos sonhar ainda mais alto com ele? Existem sinais que indicam que sim. O ciclista português está cada vez melhor na alta montanha e desta vez é o claro líder da equipa, acompanhado por 2 outros portugueses: Rui Oliveira e Rui Costa. Além disso, os dois melhores ciclistas do mundo, Tadej Pogacar e Primoz Roglic não estão no Giro, pelo que a concorrência na Volta à Itália é claramente inferior à que existe no Tour.

Mas, cuidado porque ciclistas como Richard Carapaz, Simon Yates, Aleksandr Vlasov, Romain Bardet, Mikel Landa e Miguel Ángel López podem dar dores de cabeça a João Almeida. Em breve teremos a resposta à pergunta que toda a gente se coloca desde há alguns meses. O que pode fazer o João Almeida com a sua nova equipa?

Fonte: Eurosport

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